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sábado, 2 de abril de 2011

MATURIDADE - UM BALANCETE


Mais um ciclo da minha vida está se fechando... Coloco-me a fazer um balancete dessa minha dita maturidade...

As experiências que vivemos nos ensinam a não alimentarmos ilusões. Elas aguçam-nos os sentidos para que percebamos a beleza lúcida das realidades. Conforme fazemos opções, muitas portas vão se fechando em definitivo, e aí temos que aceitar essas renúncias sem que seja um fardo pesado demais, fazendo-nos seres humanos amargurados e céticos. Quantas renúncias fazemos, em prol do bem viver, da família, dos conceitos morais e sociais!

Quantos erros somam minhas primaveras! Um jardim florido de erros... É certo que a soma dos erros derruba jovens esperanças e crenças de onipotência, mas isso não deve tirar o ideal de continuarmos tentando acertar. Os desenganos e incompreensões não devem tirar-nos a fé e nossa disponibilidade frente ao mundo. É certo que as forças falham, mas nessa hora é necessário redobrar a vontade, alertar o espírito e fugir do comodismo.

Temos a impressão, em certa altura da nossa vida, que há uma precariedade em todas as coisas, limitações em todas as lutas, e uma pequenez em todos os atos. Mas é nesse ponto que devemos afastar-nos do caminho do desânimo, alcançar o ponto de perspectiva que nos dará a exata visão do amadurecimento com coragem, suportando revisões até o último suspirar.

Conforme o passar do tempo, um círculo de criaturas se fecha em nossa volta, esperando absorver pedacinhos dessa dita “maturidade” adquirida não com os anos e sim com as vivências, já que conheço quem viveu 70 anos e tem a imaturidade dos 12 anos e outros de 20 anos que tem a maturidade dos 40 anos. Há pessoas que não amadurecem, apenas envelhecem. Essa maturidade é tão difícil de definir, pois é alicerçada na subjetividade, todavia creio que uma boa analogia seria com as frutas mesmo. Frutas verdes não são ideais para serem digeridas. O morango é ácido, a melancia insossa, e a pera é dura. Agora essas frutas maduras são divinas! O morango se torna vermelho, apetitoso e dá água na boca só em vê-lo; a melancia dulcíssima e saborosa, e a pera macia e suculenta (salivei).

Maturidade, é ter uma visão do mundo que extrapola o limite e o centro do eu; é ter amplitude e expansão da alma; é adquirir flexibilidade social; é gerar atitudes de aconchego. Não é que necessariamente devemos ser sábios na maturidade, mas às vezes ter uma palavra certa, um gesto exato, uma atitude norteada para com aqueles que carecem. É enfim, tirar os olhos do próprio umbigo e sair da questão “do que eu ganho com isso?” E voltar-se para outra questão “como posso contribuir e ajudar?”

A abençoada cegueira da juventude, aos poucos se vai embora, e com ela o egoísmo, as atitudes levianas e decepcionantes. Os olhos se abrem para a compreensão de que não adianta chorar o passado; nem cair na desilusão; ou tampouco perder o ânimo de envelhecer jovem e chegar ao fim da linha com uma reserva de amor, com a lucidez aguçada ao menos na alma, sem ser engodado pela amargura.

Existe um lapso de tempo para que o amadurecimento pleno aconteça, variando de tempo para tempo quando se trata do amadurecimento subjetivo, pois vai depender das experiências que cada indivíduo teve, e como ele absorveu essa vivência.

Creio que estou amadurecendo, embora a plenitude ainda está “de-vez” como diria a minha mãe...

Marly Bastos

Um comentário:

  1. Hola Marly, regreso a tu casa hermosa y bella, para el intercambio de letras y de besos, aquí te dejo mis besos más dulces..gracias, buen día...

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