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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

CHEGOU OS MEUS LIVROS DA 1ª ANTOLOGIA LITERÁRIA ESCRITOS LISÉRGICOS

Estava ansiosa esperando a chegada dos livros. Lindos! E é emocionante ver um texto seu ali bem na página 97! Já participei de outras antologias e cada uma tem sua emoção, é como eternizar seus escrevinhamentos. Agradeço de coração ao parceiro Christian por essa iniciativa e sinto-me lisonjeada por participar desse projeto.

Por: CHRISTIAN V. LOUIS
Após observar grandes talentos, muitos desconhecidos, navegando nos mais diversos blogues, Christian V. Louis, autor dos livros 11 NOITES INSONES e do projeto com coautoras ENQUANTO ALGUNS DORMEM e criador do blogue Escritos Lisérgicos, idealizou e conseguiu produzir uma Antologia Literária reunindo diversos escritores brasileiros, tendo como tema o Natal.

Os objetivos principais desta obra são o de apoiar a cultura, incentivar a leitura de grandes escritores da Literatura Contemporânea e principalmente, trazer à tona talentos que em alguns casos, ainda permanecem nas sombras do mundo literário. Esta obra é um convite ao leitor a conhecer novos autores e observar os diversos pontos de vista de um tema que nunca deixará de ser atual e controverso.


O livro está à venda no site da editora (Clube de Autores) a um custo total de R$ 27,61 (não serão cobrados direitos autorais). Somente será vendido em formato impresso. Confira as informações sobre a obra em
e adquira o seu exemplar, o site é confiável e eu recebi os meus exemplares em tempo hábil. 



sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

MUITO ALÉM DAS PALAVRAS



Viver é bom demais! E essa expectativa de um novo ciclo me revigora, pausas me descansam 
e reticências faz-me ganhar asas nas possibilidades. 

Sim, a vida é passageira e urge aproveita-la! Ao seu lado amor, ela para mim é ganha. 
Levei o tempo de um olhar para me apaixonar por você e tenho uma vida toda para te amar. 
[E não importa quanto seja esse tempo] 
Descobri que te amar sempre exigiu tão pouco!
 [Somos nós que complicamos a vida] 

Tão bom poder desvendar os segredos dos teus dedos que retêm muitas memórias escondidas
 no tecido encrespado da pele deles.
 Maravilhoso saber que faço parte da história dos teus toques, 
estar nas margens das tuas sensações e no espaço da tua busca táctil. 

Foram tantas horas de encantamento, dias de paixão e anos de amor e compreensão. 
Não quero tornar-me uma deusa que reinou em teu coração... 
Quero ser apenas a mulher que tocou os poros da tua alma com minha ternura 
e marcou com beijo quente os seus mais profundos desejos. 

Tenho medo que todas as palavras se evaporem na sublimação do tempo
 e que tantas e tantas carícias se escondam no silêncio das mãos...
 Tenho medo de que todos os sentires escorram pelo olhar desatento que a vida causa
 e que martiriza muito mais além das palavras caladas. 

Todos os medos que tenho são consequências que o viver traz, 
mas ele não suplanta a minha meta de viver abundantemente.
 E nessa razão de viver, está meu amor por você que na plenitude da lida,
 traz-me a certeza que existirá ainda no ocaso da minha existência...
 E nas lembranças que eu deixar, encontrará palpitantes fragmentos do que foste para mim. 

Marly Bastos

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

OBRIGADA A VOCÊ!


                                                     Cantata de Natal CAIC W.J.M.



Quantas coisas maravilhosas nos aconteceram esse ano através da blogosfera! Aqui nesse mundo, fizemos amizades virtuais e reais em diferentes partes desse mundão de meu Deus. E nele partilhamos talento, criatividade, sentimentos, carinho, sonhos, expectativas, decepções... Enfim, partilhamos nossas vidas, direta ou indiretamente. 

Agradeço de coração por sua manifestação de amizade e acolhimento, que mesmo sem saber, em algum momento suas palavras foram conforto e comunicação de vida em mim e sinto-me feliz por saber que de alguma maneira pude também proporcionar algum conforto para alguns em momento de necessidade e carência. Pelas pressões do cotidiano, muita vezes pensei em desistir de escrever ou de blogar, todavia o carinho e apoio que recebi dos amigos falou mais alto e aqui estou eu agradecendo a cada amigo que faz minha felicidade deixando “um dedinho de palavresia” aqui ou enchendo minha alma de satisfação ao escrever coisas que movem e comovem o imo e que eu amo ler. 

O Natal é símbolo de vida nova, de renovo, e nele se comemora o nascimento do Homem que revolucionou o mundo e nos trouxe a salvação e esperança de um Novo Porvir. Jesus Cristo, Senhor absoluto da vida, nos trouxe a libertação das fobias humanas. Nele somos livres e mais que vencedores. Que neste natal sejam confraternizados todos os desejos de um mundo melhor! E para isso é necessário fazer um balanço de tudo que aconteceu, e transformarmos em saldo positivo os momentos ruins e difíceis, afinal são eles que nos ensinam a trilharmos nossos passos de maneira diferente e a sermos mais fortes. É tempo de agradecer a Deus pela vida maravilhosa que Ele nos deu e pedir discernimento e sabedoria para vivê-la em abundância. 

Uma beijoka super doce nesse fim de ano, que cada amigo receba meu abraço fraterno e oração pedindo para que sua vida seja abençoada hoje e sempre! 

Um abençoado Natal e um Ano Vindouro com a prosperidade em seu encalço!
                                                             Marly Bastos


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O CULPADO FOI O AMOR


Mulheres cubanas - Claudia Duarte

Não fui eu, foi o amor! 
Quem chorou nas madrugadas, 
Fez lágrimas descerem desconsolas. 
E sofreu, pranteando a dor. 

Foi a amor, 
Quem provocou no corpo o calor, 
Quem fez serene a poesia, 
Quem fez da realidade, simples fantasia. 

Não fui eu... Foi o amor! 
Fez-me amar-te sem restrição. 
E acreditar que era infinito, 
Um amor sem ambição. 

Foi o amor, e não eu! 
Provocador dos momentos sem siso, 
Que (des) uni quase num rito, 
Trouxe a dor de improviso, 
E sufocou na garganta meu grito. 

Foi o amor e não eu! 
Criou entre nós um silêncio mudo 
Daquele que faz sofrer e isola. 
E fez sem nexo o nosso tudo, 
Amor, violenta emoção que baila.,, 

Foi culpa do amor! Mas... 
O choro triste era meu. 
A dor... Essa doeu em mim! 
Foi nas minhas veias que o sangue ferveu. 
As lágrimas, nos meus olhos fontes sem fim! 

O riso era meu... Meu! 
Suspiros, dor, emoção, silêncio, 
Canto composto de quem sofreu, 
Eu, seca de você, que suplício. 

A poesia é minha... Em ti! 
Nela fiz meu momento de busca, 
De um amor sem restrição e infinito, 
Versos sentidos, no meu ímpeto de rebusca. 

Marly Bastos


terça-feira, 11 de dezembro de 2012

ARRAIGAMENTOS


A vida não está escrita com tinta e não pode ser apagada... 

Os anos vividos em dores, amores e felicidade, 
são impressos na alma e dela não se arranca nada. 
E nem se apaga da mente o que nela está arraigado.. 
Apenas acalentamos as lembranças e a deixamos dormir. 

Eu decididamente não te busco, não te penso e não te lembro! 
Mas por toda parte que olho, 
encontro você quase que por acaso em detalhes... 

Você está ali no olhar distraído do homem que passa, 
no cheiro que impregna o ar, 
na risada que ecoa no espaço, 
e principalmente quando fecho os olhos... 

Você ainda está dentro de mim. 
E tenho-te assim guardado em algum lugar secreto,
 repousando à sombra do meu desejo.
Marly Bastos

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

FÉRIAS CADÊ VOCÊ SUA LINDA??!!

NÓS PROFESSORES NÃO AGUENTAMOS MAIS!
 E ESSES DIAS QUE NÃO PASSAM...
 PARECE QUE VAMOS CHEGAR AO DIA 31/12 E NÃO CHEGAREMOS AO DIA 21/12
 [NÃO SEI SE O MUNDO ACABARÁ NESSE DIA, MAS AS AULAS SIMMMMMMMMM \O/

ESTAMOS MAIS OU MENOS ASSIM...
VEM "NIMIM" SUA LINDA, QUERO TE ABRAÇAR COM FORÇA!

domingo, 2 de dezembro de 2012

AMPULHETA DA VIDA



Vejo minha vida passar,
Escorregando por meus dedos
Como se fosse areia de uma ampulheta.
Sinto-me aflita, 
Sem tempo para realizar os sonhos,
Sem espaço para sonhar a realidade...
A efemeridade da vida me assusta!
Longevidade de dias eu quisera
Para realizar todas a minhas vãs fantasias
Para rir todos os meus risos...
E fazer riso, todos os meus prantos,
Que na maioria foram dramas raquíticos,
Foram tramas de mulher.
Não quero fazer balancete da minha existência
Pois sei que os anos que ainda tenho,
Não são suficientes pra fazer minha história.
Por isso, vou juntando meus pedaços,
Restaurando meus fracassos,
Sanando minhas dores,
Avivando minhas cores!
E a vida eu vou levando,
Na manha, com sabedoria (às vezes)
Tropeçando aqui, caindo ali
Mas levantando sempre...
Afinal quando toda areia 
Descer da ampulheta,
Já terei acumulado tempo,
E Deus, me dará asas para voar...
[No infinito, rumo ao Paraíso]

Marly Bastos

sábado, 1 de dezembro de 2012

AH, VELOZ FELICIDADE!



"És precária e veloz, felicidade. Custas a vir, e, quando vens, não te demoras. Foste tu que ensinaste aos homens que havia tempo, e, para te medir, se inventaram as horas." (Cecília Meireles) 

Felicidade é anseio mais profundo da humanidade. Todavia para conquistá-la é necessário o aprendizado diário de viver, sabendo aceitar e expressar os desejos e sentimentos, assim, construindo os próprios projetos de vida e empenhando-se para realizá-los. 

Acredito que a felicidade plena e absoluta não existe. O que na verdade existe é a busca por momentos e sensação de felicidade. E é necessário descobrir suas necessidades, metas e limites, para se diferenciar do outro, e saiba que cabe a você criar seu manual de do que é e te faz feliz. 

A felicidade representa algo diferente para cada pessoa, e portanto, ela é relativa, podendo consistir em adquirir bens matérias, um trabalho bom, talento reconhecido, família, saúde, etc. Outras pessoas encontram felicidade dentro delas mesmas, através do autoconhecimento e de conhecer a Deus. 

Os ideais e sonhos devem ir além da sua concretização, pois se rebaixarmos nossos ideais num “ponto final”, perdemos o sentido da vida, a motivação e a paixão. Então, saiba que manter a chama dos ideais acesa é estar aberto para encontrar a felicidade, através de novas conquistas e desafios. Com certeza é isso que nos mantêm vivos: Sonhos! E se forem concretizados, é um pouco de felicidade, mas ainda não basta, pois assim como a vida segue, segue também a ânsia por felicidade. 

Para mim, felicidade é ter certeza de que a minha vida não está passando em vão. E que cada momento vivido vale à pena. Estar feliz é um estado da alma, logo, sou feliz! E em pequenas coisas encontro a felicidade. 


Marly Bastos

terça-feira, 27 de novembro de 2012

BORBULHANTE



Sirva mais um pouco de mim
E sorva bem devagar...
Deguste cada beijo,
Como pequenas porções de manjares dos deuses.
Seduz-me a gosto,
Repetindo a dose lentamente,
Senão, depressa vais embriagar.
Beba-me com gosto
E farei tua noite linda... Borbulhante!
Em êxtase ficará...
Aéreo, tonto, delirante e louco.
Serei seu canto em meia voz,
Com sussurros roucos nos ouvidos.
Seu corpo não esvaziará do meu
E brindaremos nosso amor,
Até o dia despertar no horizonte.
Eu grogue de ti e tu de mim
Largados no espaço... Abraçados no leito...
Lentamente despertos para mais uma dose...
Taça servida á borda, para embriagar!
Marly Bastos

domingo, 25 de novembro de 2012

RESENHA DE "11 NOITES INSONES."


Eu li “11 noites insones” do escritor Christian v. Louis e me surpreendi com a história e me comovi com a intensidade dada aos personagens. 

Eu carreguei o livro por mais de uma semana na bolsa e não tive oportunidade para lê-lo, pois como é um livro de 85 páginas eu queria fazer a leitura de uma vez só. E fiz! Quando se começa a ler, não se quer parar mais. 

Cada noite insone que lia, queria ler outra e só parei quando li até a última página. Não dá pra parar, pois a história te prende do início ao fim. 

Os personagens tão cheios de defeitos! Tantas bagagens emocionais que eles carregam, onde o preconceito é o tema central; onde a rejeição forma características marcantes em “Gerard” e a partir daí o autor, traça a história com uma pitada generosa de mistério, segredos, sentimentos escondidos e até libidinosos... Laura uma mulher tão frustrada diante das circunstâncias, Sarah tão jovem e impetuosa, Richard tão egoísta e Gerard tão estranho na aparência e tão estranho no ninho... 

Com os acontecimentos, os personagens se tornam mais carregados de lirismo, mais despidos nos sentimentos, mas humanos e mais firmes. Eu apaixonei-me pelos personagens, cada um com suas peculiaridades, seus dramas e claro, suas virtudes. Personagens mais que humanos, gente como a gente, cheia de picuinhas, medos e intromissões. Pessoas que no afã da discussão diziam coisas que os faziam se arrepender mais na frente e pedir desculpas. 

Enfim, uma história que começa rasa e cheia de pequenos dramas, mas que termina numa profundidade lírica que me arrancou lágrimas!

                                                                     Marly Bastos

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

QUANTO AO ESQUECIMENTO...



Eu acreditava que esquecer era ignorar, riscar da agenda, mudar de calçada, bloquear todo tipo de comunicação. Mas isso se chama “dar gelo”(e quem dá gelo quer revanche) que é ignorar com a razão e deixar padecer o coração. Padecer sim, pois cada esbarrão é como um terremoto dentro da gente, cada ligação que não atendemos é uma noite insone e em cada mudança de calçada fica a distância entre a raiva e a frustração... 

Com o tempo fui notando que o verdadeiro esquecimento preside não no fato de excluirmos a pessoa da nossa vida e sim de deixá-la se perder da lembrança de tal maneira que se alcance a insensibilidade presencial que ela evoca. Entendi que a gente somente esquece quando a raiva para de assolar a alma ao pensar na pessoa, quando ela já não te causa mais sofrimento e sim indiferença. 

Você esqueceu quando há uma diminuição vibratória da sua alma em contato com tudo que evoca o outro e nesse tempo, vem sobre você uma sensação indefinível, uma leveza incompreensível, isso porque o esquecimento traz em si o perdão (quando se trata de um coração magoado). O passado te assola? As lembranças te aprisionam? Então, você está deixando de viver seu tempo! 

Para viver [plenamente] é necessário esquecer o passado ruim e isso implica “limpar a casa” para que outros sentimentos abram espaços para o futuro, apagando com a borracha do perdão todo embaraço que "borrou” as páginas da sua vida. Machado de Assis escreve que “esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o caso antigo”. Portanto creio que esquecer é a morte daquilo que faz o coração se contrair de nervosismo, dor, angústia, tristeza, frustração... Esquecimento é deixar de tremer e temer diante dos algozes da alma. 

Somente o perdão traz esquecimento, pois ele é o desapego total do sentimento de vingança (sempre queremos que o outro pague pelo sofrimento a nós incutido mesmo intencionalmente; queremos que o outro se trumbique e a negação disso é hipocrisia). Perdão e esquecimento andam de mãos dadas, quando se separam, o primeiro morre e o segundo gera o filho chamado vingança sem causa. 

O tempo é um aliado que resolve quase tudo! O tempo cura feridas e as cicatrizes que ficam já não doem, pois o ponteiro do relógio da vida vai girando e levando junto lembranças, saudades, tristezas e promessas vãs pra bem longe! E longe, tem a espessura de um perdão e quase a distância de um esquecimento. 

                                                            Marly Bastos

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

AMEI-TE MAIS QUE A MIM!

                                                     Imagem da WEB

Dei-te os meus dias, e desde sempre fui sua. 
Quis-te com a serenidade de uma chuva de verão, 
E satisfiz-te em todos os desejos que ousou pensar. 
Nas horas turbulentas, ouvi-te calada, aflita, pronta a fazer-me colo, 
E nessas horas conheci tuas impossibilidades. 
Assim, fiz-me teus sonhos, e sonhei tuas vontades. 
Amei-te mais que a mim...·. 

Desprezando a voz da razão, amei-te mais do que pude, e menos do que queria... 
Porém, de nada valeu a ti o meu querer, 
Pois migraste para outro coração. Se é que um dia pousaste no meu... 
Só eu amei e bem mais que a mim. 

Sangra-me o coração, e a saudade mata-o aos poucos. Dele se esvai o viver [pleno]. 
Hoje, sei que fiz do ermo um paraíso, sobre o abismo fiz nuvens, 
E no espaço vazio escrevi-te as mais doces poesias! 
Nessas demonstrei o que de mais precioso existe no meu ser: 
A maneira incondicional de te amar mais do que a mim. 

Minha vida boceja nas horas que não passam... Ah! Tempo preguiçoso! 
Sinto-me seca como um manancial que somente alimentou, 
Sem receber nenhuma provisão.
 E meus olhos são janelas vazias, sem reflexo, 
Por onde entra uma chuva fina, temporã, lavando a alma. 
As lavas explosivas de outrora, agora são borralho e cinzas apenas. 
Ponho-me em total desamor e a tristeza que fica, 
Parece-me muito maior do que o amor que eu amei sozinha 

Marly Bastos 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

ETERNO CANTANTE!

foto da Web
Há em meu peito, um pássaro migrante
Cheio de inquietude, mas eterno cantante!
De manhã, canta a vida de alegria cheia,
De tarde, seu cantar na nostalgia passeia,
Lançando seu som inspirado ao vento, 
Pleno de opostos, ora contraído de tormento, 
Ora povoado de delírios de prazer. 
Mas, é assim o meu viver!

Sou alma presenteada ao sentimento 
É desse pássaro migrante, o constante alimento:
Amor, saudade, alegria e raramente razão... 
Sem juízo esse meu contraditório coração!
Rimas que parecem tão fáceis, fluentes,
Mas foram geradas dos amores e dores vertentes. 

Essa canção poesia, que às vezes sai espremida,
 É o sentir da alma, que foi contraída
É o entoar daquilo que por certo (não) se sente,
É grito de dor que (nem) sempre é existente...

Marly Bastos

sábado, 10 de novembro de 2012

AH, ESSA MINHA AUSÊNCIA TUA [É um poema extenso, mas vale à pena ler! Rsrsrsrs]



Queria tanto fazer versos alegres!
Desses que fala de flores coloridas, céu azul, borboletas,
Crianças brincando, passarinhos, doces paragens, infância feliz,
Amor correspondido... Queria falar de você!
Minhas palavras não vão longe...
Pois começo a derramar teu nome pelos meus olhos,
Que lentamente escorrem face abaixo e amargam meu paladar.
[Seu nome não é doce!].
Queria tanto fazer versos alegres como músicas...
Harmonicamente chamo-te pelo avesso,
Com passos dançantes, visito teu reverso,
Procuro teus acordes e não encontro minhas notas...
[Nem minha inspiração]
Dedilho tuas entranhas e não encontro meus ecos.
Teu direito não me tem, teu contrário me esqueceu...
[Tudo está tão sem rimas]

Queria fazer versos alegres!
Daqueles que nos fazem ver “passarinhos verdes”,
“lamber lixa de parede”
“viajar na maionese”,
“pisar no tomate”,
Tomar “chá de rosa azul,
E ter “olhar cor de rosa”.
Queria versos que fluíssem com lembranças do amor de outrora,
Dos planos futuros, das brincadeiras de roda, da serenidade da face,
Da emoção da prosa em verso que fazias e declamava aos meus ouvidos,
Da admiração dos teus olhos ao ver-me quase nua e quase tua.

Eu faria versos alegres...
Se eu lembrasse tão somente do perfume das rosas que me ofertaste,
Porém, lembro-me, tão somente que tentei preservar-lhes a vida ao máximo, 
aparando seus talos já mortos, prolongando-lhes o vigor.
E somente as jogava fora quando já haviam caído todas as pétalas.
Hoje estou como elas, só talos.  Todavia, eu me regenero,
Mesmo que o ciclo que tenho que percorrer seja longo.

Eu faria versos alegre se não me sentisse
Lesada pelos beijos que não me deste,
Pelo afago que não senti,
Pelas tuas palavras sussurradas que não chegaram aos meus ouvidos,
Pela ausência do teu riso que alegrava meu coração.
Você roubou-me tua presença...

Eu farei de novo versos alegres quando a minha carência tua,
Já não mais houver... Ela um dia será suprida, pois nada é pra sempre.
[Pois pra sempre não existe...].
Essa ausência,
Deve durar o tempo em que for alimentada pela minha alma distraída,
Depois ela, a ausência, irá ao seu encontro, e aí, não será mais minha.
[Porém tua...]

Marly Bastos

domingo, 4 de novembro de 2012

TANTA SAUDADE



Saudade! 

Desse teu olhar longo e macio, 

Tão revelador, sedutor e instigador. 

Derramando doçura pelo meu corpo, 

Declamando poesia para a minha alma em flor.


Saudade, 

Daqueles beijos fugidos, roubados, atiçados. 

Beijos com a mansidão de um lago enluarado, 

                                                    Ou a volúpia de um mar encrespado                                                                                                              

Saudade, 

Daquele gosto 

Que só da sua boca sei provar. 


Saudade! 

Do nosso afago, 

Do teu carinho 

Da tuas viagens derrapantes pelas minhas curvas 

Das brincadeiras no”parque de diversão” 

Onde ora me faço mulher por inteiro

E tu te fazes menino matreiro...

Ora, 

Me faço menina instante

E tu te fazes meu homem constante...


Saudade... 

Do teu ombro confortante 

Do teu colo acolhedor, 

Saudade do teu amor. 

Marly Bastos

terça-feira, 30 de outubro de 2012

HORAS MORNAS E INÚTEIS



O tempo se comprime e dilata 
e já nem sei das horas que passo tentando decifrar essa dubialidade 
que paira sobre suas palavras, suas ações e até no teu olhar...
 Ora tão meu, ora somente seu! 

Quase solfejo assistindo à corrida descabida dos ponteiros 
buscando alcançar os minutos que fogem dos segundos. 
Eu me enlaço nas horas e num esforço preguiçoso e frouxo
 procuro a reflexão do nada... Sorvo sem pressa o vazio da mente,
 busco lembranças doloridas e esperanças dormidas
 e elas chegam quando meu neurônios querem num ato de descaso,
 fazer a faxina mental. 

Continuo com os olhos fixos nos ponteiros que não retrocedem, 
Pois é na marástica melancolia que o seu trabalhar cria... 
No tic-tac onomatopeico eu penso tudo e penso nada! 
Nada caminha com tudo e tudo caminha com nada. 
Assim, torno em horas mortas as horas que o relógio marca... 

Já não posso retroceder nos meus sentimentos 
e nem nas vontades que arrastam minha mente para os devaneios 
que me faz viver na alma e morrer nos minutos, 
já que a concretude de tudo não é somente algo maior que sonhos.
 E sonhos não são grandes? Sim são, mas o devanear é apenas cinza,
 comparado ao fogo do viver “de vero.”. 

Pensar e rolar de um lado pro outro 
nessas horas mornas é apenas sustentar o fôlego,
 pois depois que a letargia toma o corpo e a mente embota,
 nada mais se retêm para proveito na aurora,
 e no ocaso, mais uma vez vem a inutilidade sinfônica do tic-tac retorcer meu ser...
E de novo me vem os pensamentos que não te decifram.

Marly Bastos

sábado, 27 de outubro de 2012

BLOGAGEM COLETIVA ESCRITOS LISÉRGICOS "LENDAS URBANAS"/ BICHO-PAPÃO, TENHO MEDO DE VOCÊ!




Bicho-Papão, tenho medo de você!


O bicho-papão é uma figura fictícia mundialmente conhecida e é usado pelos pais para assustar e impedir que as crianças desobedeçam. É uma das maneiras mais tradicionais que os pais ou responsáveis utilizam para colocar medo em uma criança, no sentido de associar esse monstro fictício à contradição da criança em relação à ordem ou conselho do adulto: “Não desobedeça, senão o Bicho-Papão vem te pegar...” 

Segundo a tradição popular, o bicho-papão se esconde no quarto das crianças mal educadas, nos armários, nas gavetas e debaixo da cama para assustá-las no meio da noite ou surge nas noites sem luar e coloca as crianças mentirosas em um saco pra fazer sabão. O bicho-papão é a personificação do medo, um ser mutante que pode assumir qualquer forma de bicho, um ser ou animal frequentemente de aspecto monstruoso comedor de crianças, um papa-meninos. Está sempre à espreita e é atraído por crianças desobedientes. Então, as crianças sentindo-se sozinhas e desamparadas, tendem a obedecer. 

Lendas são lendas e são lendas porque acreditamos nos mitos que elas acalentam e que a nossa imaginação alimenta. 

Eu fui uma menina de roça, e acreditava em todo tipo de coisas que inventavam e me contavam: Mula-sem-cabeça, da velha atrás do toco, de contar estrelas e criar verrugas nos dedos, de virar os olhos quando o galo cantasse ficava vesgo, e do Bicho-Papão. Aliás, do Bicho-Papão eu sempre tive medo, lembro que sempre olhava debaixo da cama pra ver se não tinha ninguém lá. Talvez, esse medo todo fosse por eu ser teimosa, birrenta,“fantasiosa” e meio levada da breca... E quando passei a dormir sozinha num quarto, ele começou a me aterrorizar. ... 

Era noite escura e de muita chuva. Isso bastava para eu tremer debaixo das cobertas [medrosa não, eu tinha imaginação fértil] e comecei a ouvir um barulho debaixo da minha cama... Tudo escuro e sem energia elétrica, mas eu tinha que ver o que estava lá. Olhei e dois olhos brilhosos e vermelhos me espreitavam! Uma paralisia tomou conta do meu corpo, uma mudez se instalou em minha garganta, meus olhos secaram e eu não tremia, mas tinha tiques nervosos. Fiquei dura, a respiração pesada fazendo barulho e eu não conseguia controlar. O Bicho-Papão estava lá e ia me devorar [nunca fiquei sabendo como ele devorava crianças, se comia inteira, se aos pedaços, se somente o coração...]. 

O terror se apossou de mim, espasmos sacudiam meu corpo que deveria ficar quietinho. De repente senti dedos sorrateiros por sobre os lençóis em que eu me cobria e um frio na minha espinha congelou-me... Mãos peludas contornaram meu pescoço e eu pensei ser meu fim, de olhos fechados aguardei a morte! Ouvi no ouvido um sussurrar, um ronronar que me parecia familiar, abri os olhos e vi os olhos brilhantes do Bicho-Papão a um palmo ou menos da minha cara. Puf, a energia elétrica voltou, as trevas se fizeram luz e o Bicho-Papão se transformou no meu gato Siamês[ah, gato levado!] Eu tinha sete anos na época, e de lá pra cá sempre desconfiei que Bicho-Papão fosse na verdade gatos traquinos que em noites frias e escuras, queriam o aconchego do dono. 
Marly Bastos 


Este post faz parte da Blogagem Coletiva Lendas Urbanas, promovida pelo blog Escritos Lisérgicos , em parceria com o blog Uma Pandora e Sua Caixa . O Bicho-Papão é uma lenda mundial e com uma variação enorme de nomes.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

NOSTALGIA


foto da Web

Nostalgia, ah nostalgia!

Vejo em ti uma transparente fatalidade...

Suplício Tântalo, tocando o inatingível com os dedos frios da solidão .

Enquanto isso, o tempo vai passando pela ampulheta da vida,

transformando em intempéries os prazeres e dores,

que debulham no vão do ser, 

sentimentos ora extrapolados, ora tão calados



Nostalgia, força arbitral!

Que faz brotar da saudade a lágrima

e do desejo, um gemido mudo.

Que centrifuga sentimentos,

extraindo imos labirínticos e ocultos

fazendo a força motriz se achar no efeito

e se perder na atração.



Nostalgia... Sentimento vazado,

num sol que arde ou numa lua que encanta

e que em horas longas,

cantam o existir ríspido de saudades insólitas

ou de detalhes tão detalhes,

que nem parecem provocar esse arpejo dentro da gente...

A nostalgia às vezes, parece com um adeus que nunca partiu.



Marly Bastos

sábado, 13 de outubro de 2012

PALAVRA


Tenho me mascarado nas palavras que lanço ao vento e me escondido nas entrelinhas que deixo para formar as reticências, nas quais vou navegando minhas impossibilidades e me fazendo entender pelas metáforas que a vida vai lançando. 

Às vezes, as palavras me são vento de moinho, por outras vezes, um pé de vento que levanta a poeira das coisas velhas e ocultas. Também tem dias que elas formam um vendaval em minhas emoções e me arrancam do chão de maneira quase arrebatadora. 

Eu amo as palavras! Através delas o mundo invisível se move e o visível se concretiza. Sou feita de palavras! Palavras que muitas vezes curam e também ferem; que apaziguam ou provocam guerra. Eu firo com as palavras, mas as palavras também me ferem. As vezes elas são lanças que me atravessam o peito, ou bálsamo que refrigera minha alma.

Tenho uma língua afiada e sou de fácil verborragia, mas tenho aprendido que no silêncio é que se formam as maiores fortalezas, embora nem sempre ajo como tenho aprendido... Num ímpeto que me treme o imo, solto todo vernáculo aprisionado na cela da boa convivência, sendo guardado pelo carrasco da prudência e depois amargo nos açoites do arrependimento já que palavras não voltam atrás. 

Sim eu amo as palavras! Sou amante de todas as que posso grafar e por vezes, no supetão da paixão, torno-me escrava das que pronuncio e dona absoluta daquelas que calo. Enfim, sou palavras e sou silêncio... Sou o emudecer das coisas que deveria pronunciar e o tagarelar de coisas que deveria silenciar. Sou humana e ainda não me formei na sabedoria...
                                                                       Marly Bastos

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Desconexão vocabular

          Vendo uma foto de pescaria do pai, o menininho pergunta pra mãe que peixe era aquele que parecia um tubarão. A mãe achando engraçada a comparação, explica que aquele peixe é um "Filhote".
          O menininho fica por longo tempo olhando a foto  e diz:
          - Se esse é um filhote, que tamanho enorme deve ser o papai e a mamãe dele!




Foto de um Filhote (ou Piraíba), peixe de água doce que mede até mais de 3 metros e pode pesar mais de 200 kilos.
Marly Bastos

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Vou, mas volto!





Tive que dar um saída para organizar as idéias, 
colocar em ordem os sentimentos e refletir sobre a vida. 
A porta estará trancada, mas a chave vai estar debaixo do tapete, 
entre quando quiser. 
Antes que sintam minha falta, estarei de volta. 
Beijokas doces, companheiros queridos!
Marly Bastos

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

E A VIDA SEGUE



“ - A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. 
Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos
 - viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais.”
Monteiro Lobato [Memórias de Emília]


A gente nasce, cresce 
E a vida segue. 
A gente ama, desama 
E a vida segue. 
A gente chora, alegra 
E a vida segue. 
A gente estuda, enturra 
E a vida segue. 
A gente sana, insana 
E a vida segue. 
A gente acha, perde 
E a vida segue. 
A gente casa, descasa 
E a vida segue. 
A gente desabrocha, murcha 
E a vida segue. 
A gente trabalha, vadia 
E a vida segue. 
A gente faz amor, filhos 
E a vida segue. 
A gente se cansa, descansa 
E a vida segue. 
A gente caduca, manduca 
E a vida segue. 
A gente vive, morre 
E a vida (dos outros ) segue... 

Marly Bastos

domingo, 23 de setembro de 2012

SOBRE A FANTASIA...

                                                                Foto extraída da internet

Fantasias são os devaneios que a nossa imaginação nos permite... 
 Elas são necessárias para enfrentarmos os vazios que a vida real traz, 
 ou que os sonhos não concretizam... 
São tantos tipos de fantasias...[E umas melhores que outras.] Mas seja qual for, elas sempre acometem corações sedentos de vida, de amor, de paixão e de realizações.
E na impossibilidade, elas se tornam possíveis. 
Ás vezes a vida é tão dura, a realidade tão sonsa, o cotidiano tão medíocre,
que necessitamos de ter um pouco mais... 
 Devaneamos... E entendemos que divagar numa fantasia é melhor que nada, pois nela, nem que seja por alguns momentos temos tudo... Ou quase tudo... Ou um pouquinho de quase tudo... 

Marly Bastos

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

ASAS NOS PÉS


         
Sabe, por mais que acumulemos tempo de vida, por mais experiência que esse tempo de vida nos dê, sempre insistimos, ou teimamos como crianças em fazer o que não deve ser feito... 

Sem culpas, culpo-te, por tudo que sinto, pois tem se desnudado completamente pra mim sem nenhuma cerimônia. Não, não estou falando do desnudar do seu corpo, e sim da forma como você mostrou-me a sua alma nua, sem véus, sem vergonha e sem medo. E eu gostei tanto do que vi, do que senti ao ver você assim, como dizia Vinicius: "tão linda que só espalha sofrimento, tão cheia de pudor que vive nua". Entende quando eu digo que sinto paixão pela tua alma? 

Você me diz que não sabe andar com os pés no chão, e que poetas têm asas nos pés. Ah que bom meu amor, pois o chão às vezes é tão incômodo, tão prosaico, tão frio! És meu anjo de asas nos pés, no corpo da mulher que amo. 

Um anjo sapeca, és isso! Uma menina solta, livre, sorriso maroto nos lábios, achando graça quando enrubesce-me as faces com a suas brejeirices, e assim, me tens nas tuas mãos. 

Gosto de você assim, mulher formosa, mas com sorriso e olhar de menina, cansada de ser adulta, de se portar como gente grande, e de manter os pés no chão... Tire os sapatos, tire as roupas sérias que a vida impõe e vem voar de peito aberto e alma nua. E voe longe em seus sentimentos e loucuras... 

Marly Bastos

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

COBIÇA


Ele viu aquela rosa no jardim, e a cobiçou. Parecia tão linda! Parecia tão dele!Queria possuí-la em suas mãos, sentir a textura, aspirar o aroma...

Por dias, olhou para o jardim (e cobiçou cada vez mais a rosa) que alegremente tremulava ao vento. Sorrateiramente, arrancou-a da roseira!Avidamente, respirou fundo seu aroma. Maravilhou-se com a textura das suas pétalas, encheu os olhos com a cor única, que lhe coloria as íris!

E por fim pensou: Para que serve uma rosa fora do jardim?...E a abandonou na calçada...

Marly Bastos

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

UMA PÁGINA DE DIÁRIO


10 de outubro de 2010
6:20 minutos
        Meu querido diário, essa noite foi longa e eu que já andava insatisfeita com meu visual, tive tempo para decidir mudá-lo. Vou começar pela cor do cabelo, depois penso em mais algumas coisinhas que pretendo mudar (talvez uma cirurgia plástica, ou uma dieta mais radical para perder uns 30 quilos). 
        Resolvi que não quero mais ser loira e não é pelo entojo dessas piadinhas sem graça não, é que me sinto meio desbotada. Resolvi que a cor das madeixas vai ser VERMELHO. Isso mesmo diariozinho, ver-me-lho. Enquanto você fica aí degustando essas letras eu vou ali comprar a tinta logo que as lojas de cosméticos abrirem e já volto. 
9:42 minutos 
        Comprei a tinta meu querido Diário. Estou entre ansiosa, eufórica e com medo... Medo de que?? De ficar tipo assim “berrante” com o “vermelho Intenso” que vou usar. Acredita que a vendedora disse que eu devia colocar “acaju” no meu cabelo nessa primeira vez? Nunca! Eu sou lá mulher de usar acaju? Você sabe que eu sou oito ou oitenta. Bem, vou lá pintar e daqui a pouquinho estou de volta (vai ser mamão com açúcar) e vou te deixar até aberto para contar minha experiência. 
18:38 minutos 
        Quero morrer! Ainda bem meu querido diário que você não tem olhos, senão ia rir de mim... Meus olhos estão inchados de tanto chorar sabia? Deu tudo errado... 
        Eu passei a tinta nos cabelos e esperei o tempo recomendado. Enquanto eu esperei ansiosa, fui limpar a sujeira que ficou por onde eu passei ou encostei. Tudo ficou vermelho: Tapetes, toalhas, pia do lavabo, paredes, torneira, toalhas, chão, braços, nuca, testa... Todavia a tinta não arredou pé, ficou grudada na pele e objetos. Tudo vermelho! 
        Depois dos 35 minutos transcorridos eu fui enxaguar debaixo do chuveiro, Parecia sangue escorrendo pelo meu corpo... Esfreguei e esfreguei, enxaguei e enxaguei! Sai do chuveiro e olhei minha imagem linda e exuberante no espelho... Aimmmm pensa num susto! Eu tinha um capacete alaranjado e uma faixa vermelha que ia da testa até a nuca, ou seja, tudo ficou vermelho, menos meu cabelo que ficou ALARANJADO. Dá pra você imaginar meu querido amigo? Espalhei “Vermelho Intenso” por todo corpo e objetos e meus cabelos estavam alaranjados. Estou parecendo uma palhaça e agora entendo porque a moça disse acaju. Meus cabelos estão muito claros e a tinta não ia cobrir o loiro perfeitamente. 
        Mas amanhã vou sair de madrugada pra ninguém me ver e vou pedir o cabeleireiro para dar um jeito nessa juba que mais parece uma abóbora madura. E me sinto cansada por tamanha decepção, por isso vou para debaixo dos cobertores e vou colocar uma toquinha para ninguém ver essa “coisa”, senão vou sofrer bullying no trabalho, na vizinhança e na família... E eu que queria ficar exótica, fiquei foi uma palhaça!
        Vou deixar as fotos aqui para depois comparar qual ficou melhor... Ah o cabeleireiro deu um jeito na juba alaranja!


                                                                     Marly Bastos

terça-feira, 11 de setembro de 2012

DESBOCADA? EU SOU BOCADA...

     Alguém disse que eu tenho que aprender a falar alguns palavrões e eu até que tentei fazer isso na frente do espelho, mas me falta algo. O palavrão não tem ênfase, sai meio artificial, meio limpinho, meio sem graça. Também não faço esforços para aprender, pois acho que não é bonito em boca de ninguém esses vocabulários indecentes. Sou professora e tenho que dar exemplo de educação e respeito, e além do mais, minha disciplina de atuação é de Língua Portuguesa. Não dá pra sair por aí falando “Carai vei, que porra é essa? Cacete de merda, ficou noiado bicho?” Não... Melhor não, já vivi mais da metade da minha vida sem isso. Não sou desboca (Desbocada não seria uma pessoa que perdeu o freio da boca??), eu sou é bocada... Sempre refreio a minha língua para não perder a vez de ficar calada. 
     Tem gente que desde criança, já tem esse ímpeto para falar coisas chulas. Quando eu era criança, a vizinha tinha um filho de uns 5 anos, e ainda o amamentava. Ele vinha, entrava no meio das pernas da mãe sentada e arrancava um peito, e mamava virando os olhos (dava gosto, até saia leite pelos cantos da boca), depois puxava a roupa da mãe e escondia aquele peito murcho e tirava o outro ainda cheio e o esvaziava todinho. Menino abusadinho que só! Um dia a mãe já constrangida pelo “bezerrão” que lhe arrancava os peitos em qualquer lugar, resolveu desmamá-lo. O mamador surtou! Um dia inteiro sem mamar, e quando ele vinha com as mãos no decote, ela levantava e fugia dele. 
     À noite o “bezerrão” passou coió, pois dormia agarrado nos peitos e agora a mãe recusava deixa-lo se aproximar. Amarrou-o na caminha e ele berrou a noite toda. De manhã estava rouco, com olheiras e com fome. 
     A mãe não arredava pé, nada de peito, se quisesse era leite no copo e com café. A criatura semidesmamada mudou de tática, pois viu que chorar, fazer birra e emburrar não resolvia nada. Passou para a persuasão, cativando-a com elogios: 
     -Mãezinha linda, por favor me dá esse peitinho gostoso, cheiroso e tão durinho! – Ele dizia com olhos cheios de amor e marejados de lágrimas. 
     -Não! – Respondia a mãe enfática- Vá tomar teu leite que está no copo. 
     -Mãezinha meu tesouro, pelo amor “a padim ciço” me dá esse peitinho lindo! 
     -Não, não vou dar peito algum, vá tomar seu leite.
     O “bezerrão” se enfureceu... 
     -Velha nojenta, burra empacada, filha de quenga me dá essa muxiba logo, e deixa de putaria comigo! 
     -Vai chamar o peito da puta que te pariu de muxiba, seu filho duma égua! 
     Tsi...tsi...tsi...tsi... 
     Bem, eu acho que o vocabulário tem muito a ver com a ambiente em que você vive. Meus pais jamais aceitaram xingamentos e se saísse alguma palavra atravessada, era tapa na boca. Eles diziam que nos somos o que falamos e que a nossa boca profere o que o coração está cheio. E que há poder nas nossas palavras... 
Marly Bastos

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

SABOR DE CEREJA! [O blog (e eu) entramos em recesso]

Apenas um resquício de fantasia... E por que não? 

Minha pele reclama, a cereja prometida... 
Meus sentidos decifram o cheiro, 
Dentro de mim despudor matreiro, 
Querendo o doce da fruta no ponto (de partida)

A cereja rola pelos corpos incandescentes, 
Passeando por recônditos que excitam, 
Enquanto rola, vem arrepios que nela atritam... 
Causando espasmos suaves e indecentes. 

Luxúria! A cereja vaga em orgia, 
Na tua boca, ela caminha e excita, 
Calor de uma chama explícita, 
Que provas como porção de magia. 

Tu cúmplice do que peço, sem nexo... 
A cereja? Apenas marionete da fantasia, 
Que na urgência não nega e nem mais adia 
E dá seu néctar ao querer complexo. 

Dentes cravam naquela que sem reclamar 
Sucumbiu aos nossos caprichos além 
De lábios e corpos ardentes foi refém 
Esmagada, ao sabor da paixão foi misturar. 

Seduzida entrego-me em candura, 
Mãos, línguas e peles rasgam a intimidade, 
Desfrutando mistura de bruta suavidade, 
Degustamos juntos, a fruta madura... 

Marly Bastos

A vida necessita de pausas... 
E essas pausas necessitam de muuuuuuuita vida! 
Vou ali ser feliz e volto num vapt e vupt!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

“AMEMO-NOS COMO AMA O AMOR”


“De longe te hei de amar- da tranquila distância em que o amor é saudade e o desejo, constância”.
( Cecília Meireles) 

     Fernando Pessoa, por mais que eu tente inculcar em meu coração a sua deixa, de que não existe nenhuma outra razão para amar além do amor, eu quero amar além da razão... Acho que é isso! Se não há nenhuma outra razão, é porque há razão no ato de amar, e eu quero amar totalmente sem razão. Não falo da razão-motivo, mas da razão-insana [in sana mente] . Ahhhhh Pessoa, sei que estou complicando suas lindas e sábias palavras, mas tenho pensando que não sei amar como tu o dizes: 

“Amo como ama o amor. 
Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. 
Que queres que te diga, além de que te amo, 
se o que quero dizer-te é que te amo?"( Fernando Pessoa). 
[Penso que tudo isso é apenas poesia...]

     Sei que é simples assim, mas é complicado... O amor que tu mostras, é transcendental e ama sem esperar ser amado [e sempre pretensões] e eu quando digo que “te amo”quero dizer que te amo e espero com convicção que me ame também. Se não me amas, sofro. E se sofro quero parar de amar. Então, eu não amo por amar, mas para ser amada também... 

    No amor estão contidos todos os outros sentimentos bons e edificantes [ e talvez alguns não tão edificantes] e creio que por isso ele seja tão dependente de tantos sentires. E esses sentires são parcelas que vão se somando e formando o total= amor. E esse por sua vez tem características únicas que é alicerçada na afinidade, sutileza, delicadeza nos tratos, leveza e aconchego. E aí, eu volto no “amo como ama o amor”... O amor que amo, necessita de algo mais concreto, exige partilha e se firma na reciprocidade. Não acredito no amor sem essa afinidade, pois como posso amar se o outro não nutre o mesmo por mim? 

     Posso até dizer que “estou apaixonada por você como a paixão apaixona” pois essa não exige afinidades e nem outros sentimentos agregados. Porém, quando eu quero dizer que te amo, quero dizer que “nos amamos como o amor ama...” Quero dizer que trilhamos juntos um mesmo caminho amoroso, que comungamos dos mesmos sentimentos, que acredito na mutualidade dos compassos cordiais. Penso que também "Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar", quando se trata única e exclusivamente dos meus filhos, pois nesse quesito, somos incondicionalmente amor! Mas não era disso que você falava né?

     Enfim Pessoa, não quero ser aqui uma pessoa profunda ou visceral, mas quero dizer que é difícil amar sem esperar amor. É difícil crer e fomentar algo que talvez nunca aconteça. E sei que é mais difícil ainda perguntarmos apenas “Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?”, se na verdade queremos perguntar: Tu me amas, como eu te amo
                                         
                                                       Marly Bastos 



domingo, 2 de setembro de 2012

JÁ ERA “ERA UMA VEZ”


       
No início tudo era perfeito... A paixão se concretizava em pequenos gestos, a delicadeza e sensibilidade nas palavras eram o que sustentava a leveza do ser e estar, pois havia uma tênue linha entre a realidade e o conto de fadas. Até os defeitos que cada um apresentava, eram sublimados pelo fogo do desejo e cartaseado pelo desejo em fogo... Parecia que a vida fluía dos poros e se contraia na carne; já a descobertas de uma vida a dois era pura descontração. Nos olhos deles, só havia a beleza que o coração teimava em florear e tapar todo o resto [chamado realidade].

Com o passar do tempo, seus olhares foram aos poucos guardando rastros de inquietudes... Os defeitos, as manias, as picuinhas cotidianas foram avolumando o aborrecimento de um com o outro, o conto de fadas deixou de fazer sentido e o deslumbramento se transformou em decepções...

Que inferno de vida rasa é essa que deixa uma leve brisa revoltar as águas da vida? Cadê a capacidade de sonhar fantasias, fantasiar sonhos e esperançar a paz? Por onde ficou perdida a capacidade de apaziguar com carinho e compreensão as horas difíceis em que palavras proferidas se tornam campos minados e os gestos ganham uma distância tamanha entre os corações! Todas as juras de amor, todos os beijos fundidos, todos os abraços enlaçados, todos os olhares cobiçados, todos os toques arrepiados ficaram esquecidos pelo tempo e engolidos pela falta de zelo e vontade...

Foi por imaturidade que deixaram tantos sentimentos escorrerem pelos dedos da vida... Talvez se fizessem parte dessas pessoas maravilhosamente adultas, que conseguem ter domínio e sabedoria para colocar na balança a complexidade da vida e converter em simplicidade tudo que os apavorava e os faziam esconder em cantos de castigos, talvez conseguissem ainda capturar o amor que fugia como borboletas espantadas pelo vento. Mas eram maravilhosamente imaturos, e muito pouco sabiam dessas coisas do coração. Ou amavam ou não...

Definitivamente não souberam ser inteiros e nem ter a humildade e disposição para catar os seus pedaços que conforme a vida foi “arrochando” iam se perdendo, se esfacelando e a cada dia estavam mais desmembrados interiormente... Sairam capengas e aleijados de uma história que começou em “Era um vez”.

Marly Bastos