Eu amo as palavras! E quando os sentimentos reboliçam dentro de mim, elas conseguem aquietar minha alma. Palavras são apenas palavras quando não formam a poesia da nossa alma, quando não gritam nossas agruras. Nas palavras encontro meu refúgio, faço meu ninho e transbordo meus mais loucos pensamentos. Nas palavras sou tudo!E posso tudo [ou quase...]
Palavras mudas de amor, rolam insistentemente por minhas faces. E em repertório silencioso, Convencem apenas minha alma da poesia que há no querer. Linguagem liquefeita, que sustentam suspiros de tristezas...
Ânsias de um sentimento no peito guardado Como se fosse um pássaro de asa quebrada, Que sabe voar, todavia continua ali aprisionado, Pois lhe falta o mais importante para alçar voo... A asa? Não... A coragem!
Meu coração é ninho que abriga um pássaro ferido!
Talvez a mais sincera linguagem do amor Esteja nas lágrimas teimosas Que brotam do manancial chamado alma;
Talvez o maior grito de desejo Ecoe no borbulhar do sangue nas veias, por desejos que retorcem calados na calada da noite...
imagem extraída da internet
Na verdade a solidão não está sozinha... Ela sempre está acompanhada pela saudade e lembranças que insistem em bater na porta do seu coração sem avisar e quando menos se espera [Eita danadinha né?]. Na solidão temos definitivamente a companhia do amor que ficou quando o amado se foi.
A solidão tem espaço, quando mesmo aceitando que as coisas não dariam certo, ainda não liberamos a desistência “dessas coisas” ou quando apesar de tudo ainda passa pela nossa cabeça uma montanha de “se” “talvez” e “quando” que provocam ondas de possibilidades, de apego, e de quereres ao que já não é.
Ahhhhh... A solidão dói sim! Ela é alicerçada na tristeza e melancolia, que devagarzinho vai corroendo nossos ânimos e nos estagnando a vida. Não se deve permitir que ela escravize nossa alegria, nossos sonhos, nosso futuro. E aí, é uma questão de vivê-la, senti-la, acarinhá-la e gozá-la e depois como uma vadia qualquer colocá-la porta à fora.
Quem deixa ela tomar espaço no seu cotidiano, na sua cama, nos seus relacionamentos e nos recônditos da sua alma, já foi enterrado respirando ainda. Esse torna-se uma pessoa com um véu sobre o olhar, um gosto de fel na língua e uma carranca no sorriso... Solidão mata em vida!
As companhias que a solidão cativa[saudade e lembranças] gera um outro tipo de solidão: Solidão de si mesmo! O “eu” vai sendo anulado pelos sentimentos de tristeza e aí nem contigo estará mais, e o vazio que fica dentro dessa carcaça “inhaquenta” provoca a falta de amor próprio! E daí? E daí, se nem seu “eu” te suporta, que dirá os outros... Quem gosta de amargor é comedor de jiló!
Da solidão ninguém está livre! Ela é como uma nuvem que paira sobre o infinito da nossa alma, mas que deve ser soprada pelo vendo da alegria e do renovo, pois a vida é muito curta e não vale ficar de “boca aberta” olhando a dita nuvem e esperando que ela se desfaça quando bem quiser...