A absorção da dita “maturidade” não é adquirida com os anos e sim com as vivências e chega-se a ela pelo histórico de vida, pelas experiências acumuladas e pela abertura que se tem pelo mundo. Conheço quem viveu 70 anos e tem a imaturidade dos 12 anos e outros que viveram apenas 20 anos e que tem a pretensa maturidade dos 40 anos. Portanto, maturidade não é somente cronológica... Há pessoas que não amadurecem, apenas envelhecem!
A maturidade humana é difícil de definir, pois é alicerçada na subjetividade. Creio que poderia usar a analogia com as frutas. Elas verdes não são gostosas. O morango é ácido, a melancia insossa, e a pera é dura. Agora essas frutas maduras ... São apetitosas, suculentas, doces! Assim somos nós se imaturos “ácidos e duros”, se já alcançando a maturidade, “doces, flexíveis, temperados”...
Maturidade, é ter uma visão do mundo que extrapola o limite e o centro do eu; é ter amplitude e expansão da alma; é adquirir flexibilidade social; é gerar atitudes de aconchego. Não é que necessariamente devemos ser sábios na maturidade, mas às vezes ter uma palavra certa, um gesto exato, uma atitude norteada para com aqueles que carecem. É enfim, tirar os olhos do próprio umbigo e sair da questão “do que eu ganho com isso?” E voltar-se para outra questão “como posso contribuir e ajudar?”
A abençoada cegueira da juventude, aos poucos se vai embora, e com ela o egoísmo, as atitudes levianas e decepcionantes. Os olhos se abrem para a compreensão de que não adianta chorar o passado; nem cair na desilusão; ou tampouco perder o ânimo de envelhecer jovem e chegar ao fim da linha com uma reserva de amor, com a lucidez aguçada ao menos na alma, sem ser engodado pela amargura.
Existe um espaço de tempo para que o amadurecimento pleno aconteça, variando de tempo para tempo quando se trata do amadurecimento subjetivo, pois vai depender das experiências que cada indivíduo teve, e como ele absorveu essa vivência.
E nesse processo de amadurecendo, vamos entendendo que para a plenitude ainda falta muito e creio que chegamos ao fim da linha com a sensação de que ainda não somos “fruta madura no ponto...“
Marly Bastos