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segunda-feira, 30 de julho de 2012

ALMA NUA


Caladas e presas na garganta,
Estão minhas palavras não ditas,
Que o coração mansamente canta
Delírios das minhas razões (in) finitas,
No peito ainda há um mormaço,
Sentimentos contraditórios do “faço ou não faço”

Há um frio na alma nua,
Medo das idéias insanas,
Que o psicótico espírito insinua,
Coisas guardadas, embotadas... Servis e soberanas!
Sentimentos, impressões, idéias que se desfiam
Não são fatos e nem fotos, apenas memórias tiranas!

Procuro lembranças, desesperadamente
Não lembradas... Paradoxalmente, não esquecidas
Pelo tempo, embaçadas na mente
E na multiplicação dos dias perdidas.

Ah! Esse amor vivido em mim!...
Foi de todos o que menos conquistei,
Nenhum foi assim: Dono absoluto entre o além e o fim!
E por medo da entrega, também não me dei.
   E por tantos desencontros, me cansei...

Marly Bastos








sexta-feira, 27 de julho de 2012

PALAVRESIAS E LUZ NO PAPEL!



O Ricardo do blog “Luz no papel: Spiritualy Art Science", lançou um convite para que fosse feito um post sensual ou erótico em uma das suas gravuras e eu [como não sou de mijar pra trás] aceitei o desafio e fiz o texto... Acho que ficou maravilhosa a postagem. O texto não tem o teor dos outros que usualmente eu crio e faço postagem aqui no "Palavresias" e por isso, decidi que não iria fazer a postagem simultânea  ou compartilhada desse texto no meu blog, mas para quem queira conferir a parceria aí vai o link:
Não se arrependerão em fazer uma visita ao amigo Ricardo, que tem um blog todo colorido com imagens gráficas pra lá de criativas [e ainda tem o meu texto...]

quarta-feira, 25 de julho de 2012

A TRISTEZA DA MORTE VIRTUAL... [repostado]


            





Percorro com os olhos e não encontro aquele amigo querido na minha lista de contatos. Sumiu. Escrevo uma mensagem, digito o endereço de e-mail (sei de cor), envio, e ela volta. Insisto, mas ela retorna. Onde foi parar você? Que motivos lhe dei? Que motivos teve? Cadê aquelas mensagens lindas, carinhosas, alegres e até engraçadas? Não significou nada aqueles diálogos agradáveis, aquele partilhar de textos, e até mesmo risos e sonhos!!?... 
 
Talvez na fragilidade da comunicação virtual, na deficiência de alguma pontuação eu tenha interpretado mais do que foi escrito. Afinal cada um lê o que quer, o que lhe convêm e o que seu coração anseia. É... Talvez eu possa ter lido mais do que ele tenha escrito... Tenho que interpretar melhor o teclado!!! 

Essa amizade virtual é um laço feito de chita, pois apesar de colorido e alegre, é frágil. É uma amizade que entra e sai das nossas vidas cibernéticas sem motivos aparentes, sem ao menos lembrar que do lado de cá há um coração que pulsa. Somem da nossa tela do computador e das caixas de mensagens como se fôssemos “spans” e com um “delete” saímos da sua lista de contados...Fui de certa maneira descartada. Vêm lágrimas de tristeza...

Tento sempre me consolar com suposições quando um amigo some: Será que está doente? Ficou por algum motivo sem net? Formatou o computador e perdeu meus dados? Está deprimido? Viajou de última hora? Esta com artrite ou tendinite e não pode digitar??!! Morreu e ninguém me avisou?  Cadê meu amigo virtual???? Estava aqui dentro... Será que voltará ou se foi pra sempre?

Os dias passam e vem a raiva! Vou excluir tudo dele, pois não fiz nada e ele não teve consideração. Depois vem a mágoa... O carinho não era recíproco, a amizade era mentirosa. Foi sem se despedir, não se lembrou de mim.
O mundo virtual apesar de maravilhoso, tem a sua parcela [grande] de futilidades e efemeridades. Aqui conhecemos pessoas incríveis que nos cativam pela inteligência, carisma, humor, alegria, zelo e até mesmo fidelidade. Por outro lado há o contrário disso tudo, alguns fazem uso das pessoas como se fossem fantoches para fazer suas catarses e nem tem a sensibilidade de descobrir que existe vida além-tela.

Sinto-me às vezes impotente diante da imensidão e do anonimato da net! Deparo-me com a realidade de quão frágeis são os laços virtuais [claro que toda regra tem exceção]... O laço é frouxo, desata com facilidade. A sensibilidade da sintonia humana fica facilmente machucada e nessa limitação de argumentos, a amizade adoece e por fim vem a morte virtual. 

O amigo se foi. Talvez não volte mais, ou talvez volte. Se voltar, talvez o laço possa ser apertado novamente, mas o certo é que a fragilidade dessa ligação virtual é grande. Não vale a pena guardar o rancor, mágoa ou dúvida. O laço virtual só vale a pena se fizer diferença na vida de alguém, pois o prazeroso é receber uma mensagem [por pequena que seja] e esta, fazer o nosso dia melhor.
                                                      
    Marly Bastos

terça-feira, 24 de julho de 2012

TENS-ME ASSIM...[repostado]


          Quando te conheci, pulei nua do penhasco só para adquirir asas na queda e poder mostrar-te que o amor é entrega, é confiança e sonho. E é sonhando que temos felicidade, pois o homem sem sonhos tem o coração petrificado. Soprei toda minha alma fresca em sua direção para mostrar-te que em mim encontras o oásis que precisas pra saciar tua sede de viver  e banhar teus mais puros desejos.
         Tua presença está refletida em meus olhos, fundida às minhas Iris, presa nos meus poros e calada nas minhas palavras. Tão constante e incessante essa vontade de te ter por perto! Mentalizo esquecer-te, busco desviar me de pensar em ti. Mas ao sentir tua presença ficar etérea e a escapar-me pelos dedos, pelo corpo e pela minha alma, eu refaço sua imagem e traço-te novamente em minhas lembranças.
         Estas preso a mim... Basta observar que estou tatuada em teu olhar displicente e que sou a música que fez para o teu silêncio. Sou a febre que te devora a pele nas madrugadas insones, quando a “dor de Camões" te assalta o imo, e faz-te suspirar ao pensar em mim.
         Sei que não sofres por aquilo que não tens, todavia sei que desejas provar tantas outras vezes aquilo que para ti foi manjar dos deuses e que te fez passear nas nuvens, engolir um bocado de céu, cintilar nos olhos as estrelas do infinito e voltar a terra num pedacinho do paraíso.
         Eu às vezes me esquivo, me escondo, sinto-me sem saída... Mesmo assim você me tem! E tem-me tanto, e em tudo que quase não preciso de mais nada... Quero a minha pele na tua, quero apenas que tenha lua e que na luz difusa me descubra nua (de medos, receios e culpas). Quero carinho, respeito, conversas depois do amor e cotidiano. Quero enfim, que me dês em flores e beijos o que eu tomo por coração cheio de amor!
                                                                               Marly Bastos

segunda-feira, 23 de julho de 2012

DE TI, QUASE TUDO...



Em ti, adoro essa beleza interior
O apimentado do exterior...
Um misto de erotismo e poesia
Versos de tudo aquilo que gostaria.

Contigo uso imaginação, intuição e vontade!
Erótico sim, todavia com pureza e sensualidade.
Mulher fascinante... Quer na mente, ou no apimentado.
A concepção em forma feminina do que tenho desejado.

Conheces a expressão: Lady à mesa....
Assim quero-te: Mulher acesa.
Personificação daquela que eu venero,
Lábios que dão arrepios, e que eu quero.

Porque tens TUDO em abundância com certeza,
Rendo-me a uma Mulher assim: pecado e pureza.
Com cabeça, tronco e membros (e coração)
És um apetite, farto banquete de tentação!

Contigo, tento cultivar o ritmo que me lança;
Usar metáforas que a intimidade avança.
E na imaginação, criatividade e cumplicidade
O atiçamento cultural é gozo em totalidade.

Gosto de ti, adorável criatura, desejo ambulante...
Que me percorre as veias em velocidade alucinante
Atiças em mim uma fogueira de inefáveis sensações
Fremo, diante do queimor interno, “fogo de Camões”.

Sinto algo indizível, não sei se o conheço.
Volto... Repito as coisas do começo!
Quero que afaste de mim o cálice de fel,
Quero que me embriagues com os beijos de mel...

Marly Bastos e PARCERIA.

sábado, 21 de julho de 2012

FRANCISQUINHA!


Chegou com uma trouxinha debaixo do braço e só. Chinelas havaianas velhas, roupas limpinhas e puídas, cabelos rebeldes, olhos assustados e um sorriso tímido com poucos dentes. Essa era a Francisquinha, mulher piauiense que fugiu do marido que a espancava e veio para Brasília atrás de um emprego e casa pra morar. E assim foi o nosso acordo...
              Ela logo procurou o que fazer e eu pude ver que apesar de já ter meia idade, pouco sabia da vida e muito menos de trabalho doméstico. Sua lida era na roça, “puxando o cabo da enxada.” Pra início eu disse pra ela lavar as louças e dar uma organizada na cozinha e fui trabalhar. Quando voltei, ela ainda estava lavando as louças! Eu estranhei... Ela resolveu dar um “grau” nas minhas panelas que estavam “com uma crosta preta” e com uma faca raspou todo o teflon... Ficou imprestável meu jogo chique de panelas antiaderentes. E ela ficou com calos na mão o que atrapalhou o trabalho por uns dias.
              Francisquinha não era fácil não! De vez em quando ela resolvia deixar tudo brilhando e num desses dias cheguei e a encontrei lavando com água de mangueira minha sala de tábua corrida. Todos os móveis molhados e esfregados com esponja grossa,e as paredes criando bolhas... Meu piso ficou inchado e fosco!
              Fiz compras e claro, o meu preferido queijo gorgonzola para fazer uma lasanha com molho branco. Fim de semana era especial, pois era quando eu tinha tempo para cozinhar. Separei todos os ingredientes para fazer a gostosura, menos o queijo que eu não achei. Revirei tudo e nada. Então perguntei pra ela se tinha visto o queijo que eu havia guardado em tal compartimento e ela disse que não tinha visto nada e só jogou fora um queijo “véi fêi e todo bolorento” ... Claro, a lasanha ficou sem o toque especial do gorgonzola...
Tinha que ter sabedoria para mandá-la  executar qualquer tarefa, pois ela levava ao pé da letra! Eu pedi para ela fazer uma limpeza caprichada no meu forno elétrico, no forno microondas, na batedeira de bolo e liquidificador. Ela os deixou limpinhos, limpinhos e fez toda a limpeza com sabão em pó e usou água em abundância. Encontrei meus eletrodomésticos secando ao sol... Passei mais de um mês sem ligá-los, e nem era besta né?
Eu às vezes entendia o marido dela, pois tinha que respirar fundo quando certas coisas aconteciam (tive vontade de torcer o pescoço dela em diversos momentos), mas sentia-me responsável por aquela mulher tão crua da vida. Ela disse que um dia ele deu umas tapas nela porque para não ter que lavar as barras das calças dele sujas de terra, ela as cortou no meio das canelas. Imagino como ficou... E a adverti que não fizesse isso com as minhas roupas. Ela não as cortou, mas o que manchou de roupas nem gosto de lembrar.
Ela ficou comigo por cinco(longos) anos e com o tempo aprendeu algumas coisas. Cozinhar NÃO foi uma delas! Tudo que cozinhava, empapava, desmanchava e ainda ficava boiando na água. Passar também não aprendeu, ficava tudo enjilhado ou queimado. A faxina  ficava do tipo “meio boca” tudo rajado... Era isso ou tudo destruído pela água em abundância (eu caprichava na limpeza no meu dia de folga). Aí você pergunta: O que ela fazia certo então? Nada! Mas de tão atrapalhada era encantadora. Aprendeu a sorrir, a se gostar e com isso veio a vaidade: Colocou dentaduras, cortou e tingiu os cabelos(tingir os cabelos ela fazia bem)e comprava roupas “da moda”. Ficou vaidosa! Arrumou namorado que trabalhava na “Grobo de televisão” (como motorista) e foi ser feliz morando juntos.
Depois de cinco anos de labuta(mais minha do que dela)deixou minha casa. Foi chorando, mas foi! Todavia, sempre aparecia para dar o ar da graça e tomar um cafezinho, pois dizia que agora era “madames” igual eu. Mais ou menos 3 anos depois de se tornar uma mulher casada e feliz, ela teve um enfarto e morreu.
Tantos anos de lida e quando pode ser feliz, sucumbe à morte. O marido da “grobo” chorava copiosamente e dizia ser ela a melhor mulher do mundo... Dizem que todo balaio tem tampa e a Francisquinha e seu amor “grobal” parece ser o exemplo disso.
                                                               Marly Bastos
 Foto extraída da internet de Pierre-Verger.

terça-feira, 17 de julho de 2012

NEM O TEMPO PODE APAGAR


Era um amor de adolescente, ele um rapaz pobre de recursos financeiros, mas cheio de sonhos, rico de sentimentos.
Ela uma princesa, que ele não se achava merecedor de tal amor que nutria por ela e era recíproco. Não achava justo tirá-la de uma vida abastada que a família lhe proporcionava... Sofria por um amor que não poderia ser, suspirava por uma paixão que não devia alimentar, sonhava com desejos que não podiam ser satisfeitos.
A vida seguiu seu curso. Ele mudou da pequena cidade onde nasceu e que até aquele momento vivia. Seu sonho maior era ser cantor [tinha voz pra isso e uma disposição enorme]. Junto com outro “canarinho sonhador” formaram uma dupla sertaneja e rumaram para a capital do Brasil, deixando para trás a princesa do seu conto de fadas, todavia guardado no coração a esperança do “um dia serão felizes para sempre”.
E a vida seguiu na vida do príncipe [ou sapo?] . Ele casou, teve uma filha, se tornou um cantor requisitado e de sucesso, e consequentemente um boêmio.  E por causa da vida boêmia, o casamento desandou e terminou em divórcio.  E ele seguiu a vida de boêmio na solidão [já que nessa vida as pessoas das horas de farra, nem as mulheres conquistadas por uma noite contam muito].
Num dos shows em que estava se apresentando, encontrou seu grande amor do passado, pois ela se tornou uma bailarina e havia sido contratada para se apresentar naquele show.
Ao vê-la ele sentiu aflorar todo sentimento guardado na gaveta do tempo e no secreto da alma.  Parecia que a poesia estava solta no ar, uma cumplicidade que o tempo passado não pode apagar...
Era mais que dois corações encontrados, pois havia uma eletricidade entre eles, um arrepiar de pele só de imaginar o toque, um desejo que exalava pelos poros e uma fome de amar que o tempo e a distância fez perdido.
A paixão era tanta, entre ternura e urgências, que o despir começava ainda na garagem! Despir das roupas, das defesas erguidas, dos medos, dos ciúmes, do mundo. Sim, despiam do mundo, eram apenas os dois soltos no espaço, no fogo da paixão que provocava fagulhas e queimava as horas que a distância impôs.

PS: Ao meu irmão de nome Gustavo Bastos... Um resumo da sua história de amor.
                                              Marly Bastos

                                          

domingo, 15 de julho de 2012

“MARRÉ DESSI”?!?!?!


Sempre me intrigou certas canções de ninar e a “de marré dessi” é uma delas. Dando uma sondada, descobri várias versões e origens para a letra dessa música, que é cantada desde muitos séculos e se pensarmos bem, sem nenhum significado plausível para nós. Todavia se buscarmos para essa cantiga o entendimento pela língua francesa, poderemos chegar a um resultado satisfatório:
“Je suis pauvre pauvre pauvre du Marais Marais Marais,
 Je suis riche riche riche d’la Mairie D’Issy”
Que virou na tradução:
 “Eu sou pobre pobre pobre demarré marré marré,
  Eu sou rica rica rica de marré dessí”…
Marais e Mairie d’Issy são dois bairros de Paris, onde “marais” (marré) significa “pântano” em francês, e era um bairro muito pobre, habitado por judeus. Já “mairie” (pronúncia bem parecida, e daí o jogo de palavras) significa “prefeitura”, e “mairie d’issy” é devido ao nome do bairro: “issy-les-moulineaux”. Este último, ao que parece, fica às margens do rio Reno, lugar bem chique. Por isso o “pobre, pobre, pobre de marais, marais, marais” e o “rico, rico, rico de marais d’issy”.
Acontece que as famílias ricas, sempre buscaram na língua francesa (ou na cultura europeia) a cultura de elite e dessa forma importou essa canção,  e as amas ou escravas não sabendo cantar em Francês, (ou como nós não entendiam o que cantavam) inventavam algo parecido, ou seja,  corrompiam o vernáculo. E o resultado é esse: Ninguém sabe ao certo a origem real desse termo “marré dessi”.
Essa canção (segundo a lenda, pois ninguém sabe ao certo) faz parte de uma brincadeira chamada “Jogo de Rico e Pobre”, onde é organizada duas fileiras de meninas que são postas frente a frente, a fileira rica avança e a pobre que recua; depois trocam de posições nessa movimentação de avançar e recuar e quem é de “Marrais” passa a ser “Mairie d’Issy”.
E nós sem sabermos a procedência da brincadeira, vamos disseminando a cultura da “opressão da massa”, onde o que é rico oprime o pobre. E o pobre só recua... Uma pena que de verdade, essa posição não possa ser trocada (e a gente vai levando a vida na brincadeira, só na “marré” e o “dessi” fica na utopia).
Parece interessante o conceito que o termo “marré dessi” tomou com o tempo, e que na falta de lógica, se deu uma lógica a ele: MUITO, demais, intensamente... Somos um povo de uma criatividade rica de “marré dessi”
Marly Bastos

Ps: Imagem extraída da internet com os créditos para o artista plástico Ivan Cruz.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

DESATINOS



Um calor surgido de repente... Sabemos dele o  destino...
O fogo penetra nos limites insondáveis do nosso desatino.
Sinto o toque. Viajam por minhas curvas tuas ousadas mãos
Explorando perigosamente minha geografia- Eu sem razão!

Beija-me na penumbra, esmaga meus gemidos
O prazer escorre já pelos flancos rendidos.
Dos teus lábios, sons indecifráveis, sussurrantes
Fazendo eclodir minhas entranhas latejantes.

Explora-me com ávidos beijos em frenesi e urgências
Todas as minhas formações e reentrâncias...
Tomo o que me dás, sorvendo rápido... Tudo!
Vibro nos teus braços e na garganta grito mudo.

Teu olhar lâmina magnética, inexorável
Afia minhas unhas... Instinto inevitável...
Que sem pudor rasgam teus gemidos
Deixam marcas de paixão...Desejo rendido!

O teu corpo pede, implora, reclama...
E eu faço dele re(pouso) – minha cama!
Meus lábios deixam pelo caminho, rastros molhados,
Arranho, para depois assoprar: desejos inflamados.

Marly Bastos

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O PASSADO AINDA ME ESPREITA


Ainda há em meu coração resquícios de perdas e em meu olhar, sobejos de dores. Espreita-me incessantemente o que já não é e eu fico desnuda diante dos olhos invisíveis do passado.

O amor tem disso: Dá-nos um querer intenso , uma busca desenfreada, uma corrida inadiável, e flutuamos qual pluma no vento quando o alcançamos na plenitude.... Mas também promove uma inquietude no ser, que não encontra guarida em nenhum recôndito da alma, quando nos priva de suas emoções.

Onde encontrarei o aconchego curador para esse sentimento que insiste em cutucar a maciez da minha saudade? Posso até tentar viver outra história, mas a nossa, mesmo assim não se esgotará, pois emerge na alma uma inquietante necessidade de você, e por mais que eu tente aniquilá-la, descubro que existe outra [necessidade de você] se instalando no ninho da saudade, que parece nunca poder ser desfeito [e nem abandonado]... A saudade apenas adormece quando saciada ou rechaçada, para despertar com mais força em outra ausência [tua].

Vou seguindo meu curso, engolindo minhas lágrimas, lambendo minhas dores, compondo meus risos, manipulando minhas emoções e teimando em querer segurar o tempo que brincando, brincando, já se escorreu quase todo pelos vãos dos meus dias.

A vida me impôs um espetáculo e conforme vou participando dele, torno-me mais criativa e de propósito vou rendilhando os momentos, com artimanha nas palavras e no labirinto das idéias encontro-me em mim mesma. E quando saudosa me inquieto, para não sucumbir a uma absurda tristeza, traço versos com os meus mais profundos suspiros...

Ainda assim, há em meu coração essa sensação de que o passado me espreita com olhos sorrateiros e não me deixa esquecê-lo!

                                   Marly Bastos


sexta-feira, 6 de julho de 2012

ESPIRITUALIDADE (BLOGAGEM COLETIVA)

Acredito que o homem é um espírito, possui uma alma e mora dentro de um corpo. E que o espírito é a parte imortal do homem. A alma são nossas emoções, sentimentos, pensamentos, intelecto, etc. O corpo é a carcaça onde mora o espírito e onde nossas emoções fluem.

Espiritualidade não é algo que tenha pré-definição, ou uma ciência do saber. Espiritualidade é o modo de viver com sabedoria vital. Ela está além dos sentidos e do intelecto. Creio que a fé move a espiritualidade, e dela provêm a cura interior, e o amor ao nosso homem interior que eu chamo de espírito.

É essa espiritualidade que nos leva a Deus.  Deus é único, embora teve várias manifestações entre os homens: PAI, FILHO E ESPIRITO SANTO. Nenhum é maior que o outro, já que são manifestações pessoais do Deus Único. O Pai na criação, o Filho na redenção e o Espírito Santo na sustentação. Isso seria o que chamamos de DEUS TRIUNO.

Tudo que tenho vivido no âmbito da fé, não provem das minhas experiências intelectuais, mas da atuação sobrenatural de Deus sobre minha vida. Deus tem sido meu Refúgio, bem presente na hora da angústia e o seu Espírito tantas vezes transforma meus gemidos inexprimíveis em oração genuína diante do Trono da Graça. E Jesus, é o meu mediador, Aquele que entende minhas fraquezas (pois as viveu em carne e venceu) e tem perdoado as minhas faltas. A Jesus, honra e glória, pois é o Autor e Consumador da minha vida.

Portanto, sou uma cristã, creio incondicionalmente em Jesus Cristo como meu Senhor e Salvador e para mim a verdadeira espiritualidade é refletir a imagem de Cristo em minha vida, seja nos meus atos, nos meus sentimentos, nas minhas palavras, e no meu pensar. Tenho que fazer do exemplo de Cristo a dinâmica maior da minha vida. E creio que o maior Evangelho que pregamos é a nossa própria vida e a maneira de conduzi-la.

Alguns alegam que a espiritualidade é hipocrisia, todavia afirmo que nem toda espiritualidade é hipócrita e nem toda hipocrisia está dentro da esfera espiritual. A hipocrisia ocorre quando eu passo a me condenar naquilo que aprovo como base da minha vida ética, moral e religiosa. Lembrando ainda, que nesse ponto é necessário lembrar da nossa humanidade, e que estamos sujeitos a cair no lodo que apontamos... Então, acho que hipocrisia vai mais adiante, já que nem sempre caio por vontade, mas pela minha própria natureza.
Vejo a hipocrisia espiritual como o ato de fingir ter crenças, virtudes e sentimentos em relação“a Deus e o quer demonstrar através de atos externos, onde todos possam ver a “santidade” que é a sua vida. Todavia, Deus não pode ser adorado através de meros ritos externos, e todos os que introduzem uma santidade forjada estão agindo tolamente. Esse culto externo (usos, costumes, observância de dias, abstinências, etc...) é a inutilidade por meio do qual os hipócritas tentam mitigar suas dores e más consciências, desta maneira tentando ocultar sua perversidade interior por meio de observâncias externas. Deus não pode ser cultuado de uma forma carnal, pois Ele é Espírito. E João 4:24 diz que os verdadeiros adoradores "o adorarão em espírito e em verdade"
Marly Bastos

terça-feira, 3 de julho de 2012

Ponto "G"enial

               
              O ponto “G” não é a consumação, não é o ponto final. Ele é a reticências entre o prazer e o gozo, a exclamação da deliciosa surpresa de ser achado. É a interrogação que prende dois corpos num prazer indescritível. É o travessão por onde transita o inefável. É o mapa codificado que nos leva à  porta do paraíso.

              Ai o ponto “G”!... Tão matreiro que se esconde em lugares menos pensado e se mostra nos beijos mais cobiçados. É um mistério tatear esse tal ponto “Genial” e talvez na mulher ele seja mais difícil de identificar... Talvez!  A dificuldade em encontrá-lo reside no fato de não ser o mesmo para todas, e varia de acordo com os sentimentos que nutrimos pelo parceiro. Ele surge quando se fundem as emanações de duas pessoas que se sentem atraídas uma pela outra e sentem fome de se fundirem, de se conhecerem e de se explorarem.

              O ponto G está nas mãos que tocam a pele; está no sabor do beijoque delicia o paladar; está no olhar de magnética cobiça; está na voz que sussurra palavras insanas; está no cheiro que inebria o olfato; está no calor  da pele que arrepia a pele... Esse ponto “G” está na intensidade da entrega da gente, nos braços do nosso bem-querer.

              Em cada momento de paixão é despertado um local diferente desse danado pontinho e isso vai nos tornando mulher mais latente, mas pontuadas... Com descobertas de prazeres que nem sabíamos existir! A partir daí é somente deixar que o poeta da nossa alma feminina, derrame sua poesia em nossos desejos e pontue todos os versos.. O corpo feminino é uma incógnita, e quando ele é de uma mulher apaixonada, torna-se todo um ponto “G”, tal qual um instrumento de corda bem afinado, basta dedilar com maestria, e os acordes vibram no sabor da emoção.

                                                                 Marly Bastos

segunda-feira, 2 de julho de 2012

PALAVRESIAS


                                                             
Ah por que essa poesia não se cala dentro de mim?
Será que é porque sou o que ela fala?
Ela às vezes parece um arranhão na alma,
 Ocorrido ao acaso, pelo teu pouco caso.
Parece ser o regresso das minhas emoções,
Onde embevecida, caminha entre as entrelinhas...
 Do meu riso e pranto.

Que sina é essa de dar vida às palavras?
Tirar da pele a tinta,
Dos poros a emoção,
Do sibilar do vento a cadência!
De você extraio o desejo vertente
 E da emoção o respirado gosto...
Sob o teu olhar de puro algodão,
 Traço o verso na batida ofegante do coração
Por que sôfrega o gozo.

A vida da minha poesia não é minha vida.
Nem meus sonhos,
Nem minhas histórias,
Nem minhas lembranças,
Nem meus esquecimentos.
Nem tampouco meus (des) amores .
Minha poesia, sou eu...

Tenho uma verborragia despida de medo das idéias
E vestida de coisas sinceras.
Minha poesia são as palavras caladas em mim,
É a minha ânsia de viver além da minha grande rotina,
São os meus valores que transcendem os meus sentidos.
Essa poesia que não se cala dentro de mim,
É meu precipício por vezes,
É meu descaminho por ocasião,
É o meu coração com asas.

Marly bastos