Total de visualizações de página

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

E DAI?


                Fui fazer uma pesquisa de campo em uma cidade do interior, que tinha como objetivo geral traçar a correlação entre o desvio da linguagem oral com a escrita. Entrei em várias turmas e séries, em todas incentivando a criação de textos e que eles contassem oralmente o fato que havia gerado o texto. 
             O resultado mostrou que embora houvesse de modo geral desvio na língua oral, a língua escrita continha poucos erros, mais ortográficos que de concordância verbal ou nominal. 
                Entre algumas divertidas conversas eu ri muito desses fatos relatados abaixo: 


Primeiro episódio: 


Duas alunas chegam para mim e dizem: 
-Professora nois vai no banheiro tá bom? 
E eu para corrigir o erro de concordância disse: 
-NÓS VAMOS ao banheiro! 
E uma delas responde: 
-Não professora, o banheiro que nois vai é no das aluna, o seu fica lá na sala dos professor. 
-Ahhhhhhhh... Obrigada pela informação, podem ir! 


Segundo episódio: 


- Professora você me empresta a apostila pra mim tirar Xerox? 
-Pra EU tirar Xerox né Melina? 
-Uai professora, mio ainda né? Se você tirar a cópia eu nem preciso pagar... 


Terceiro episódio: 


-Nois num veio ontem, por mode que a gente ficamos esperando o ônibus que estragou e não apareceu. 
-NÓS NÃO VIEMOS, porque  A GENTE FICOU esperando o ônibus... 
-Você também num veio professora? Então nem teve aulas uai, bão tamém assim a gente nem perdemos a aula!
[Nossa senhora da lingüística, socorre-me...] 

            Se foi válida a pesquisa? Demais! Descobri que o erro da língua oral é mais por convívio, regionalismo, maria-vai-com-as-outras, pois se assim não fosse, escreveriam errado também o que não ocorreu com a mesma freqüência da fala. 
            Marly Bastos

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

MARIONETE DE MIM!


Sinto-me de mim mesma, marionete...

Pedaço de vida que o destino debulha,
Joguete de sentimento que borbulha.

Dilato-me numa angústia sem causa, sem guarida,
Sofro por algo que não sei se sinto e fico perdida.

Embriago-me em um amor que não tenho... É ilusório
E fujo desenfreada de algo que não me persegue... Alucinório!

Sou às vezes formada por dúvidas insanas,
Por palavras mudas, choradas e profanas.

Sou faminta pelo que recuso ter,
Sou saciada por algo que nunca me alimenta o ser...

Marly Bastos

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

DOCES MENTIRAS



Suas doces mentiras... 
Tão doces! 

Absorvo-as como a abelha 
Toma o néctar da flor. 
Doces como o mel... Doces mentiras. 

O mel dos meus olhos 
Suga o mel das suas palavras. 
Palavras vãs, mas doces... 
Apenas palavras levianas! 

Ah!... Entorpecem meus sentidos. 
Palavras mentirosas, 
Vãs, 
Levianas, 
Entorpecentes... 
Tão doces... E como criança as quero, 
Como mulher as venero, 
E hão de se transformar em verdade... Eu aposto! 
[Engana-me que eu gosto...]. 

Marly Bastos 

PS: Por motivos de força maior o meu blog vai ficar meio paradinho por uns tempos... Vou assim que arejar os problemas e tirar o mofo das emoções.
Beijokas doces e todos amigos.



FIZ-ME PARA FAZER-TE...


Fiz-me palavras, 
Assim poderias me ouvir 
Fiz-me poesia, 
Para alcançar a tua alma. 
Fiz-me rodopio no ar, 
Para que pudesse me arrebatar. 

Fiz-me passos lentos, 
Para que pudesse me alcançar. 
Fiz-me toda carência, 
Para que teu corpo a suprisse. 

Fiz-me dengo intenso, 
Para aninhar-me em teus abraços. 
Fiz-me rosa no teu jardim, 
Para colorir e perfumar seus momentos sem cor. 
Fiz-me orvalho, nos teus dias mais secos, 
Apenas, porque é assim que se provê o amor...

Marly Bastos

Adeus férias! Tremenda sacanagem começar a trabalhar numa quarta-feira, já que a semana que vem vai ser feriado até quarta-feira... Que absurdo! Mas vamos que vamos, afinal o povo precisa de educadores felizes e trabalhadores! Eis-me aqui. Pura felicidade e entusiasmo kkkkkkkkkkkkkk.
Queridos, vou retornando as visitas devagarzinho. Sei que estou com uma falta imensa com vocês parceiros de qualidade e paixão pelo blogar.
Beijokas doces e uma semana memorável [Quer dizer, metade de semana, mas a minha começa amanhã... Ou seja, hoje, já que estou aos 46 minutos do dia 06]

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

"TIOFIM"

                                                                Foto extraída da internet
Pensa num menino chato! Era o Tiofim [Teófilo na certidão de nascimento]. Era ranheta até dizer chega e quando encafifava com uma coisa, era do tipo dolorido, pois ficava horas falando e reclamando da mesma coisa. 

Os pais resolveram visitar uns parentes que moravam em outras terras e pegaram o Jipe que era o transporte “in” da época e rumaram estrada afora. Tiofim ia reclamando que era melhor ter ido montado na eguinha baia dele, a Mimosa, do que ir naquela “carroça dura”. [Menino chato]! 

Chegando à casa dos parentes que eram muito pobres, Tiofim reclamou que aquilo num era passeio “mas uma penitência do tipo daquelas caravanas para o Muquém”. A mãe fechava as sobrancelhas para que ele desconfiasse de que estava sendo impertinente, mas ele nem ligava e ia pondo defeito em tudo que via. “Us cavalo deles pai parece mais nosso jeguim véi, tão magricelas e arrupiados.” O pai fazia de conta que não tinha ouvido nada... E ele continuava: Essas galinha, só tem pena... Será o que elas comi? Num vi privada por aqui paiê, acho que elas come é bosta!” [Menino sem educação]. 

Hora do almoço... O cardápio era arroz, feijão, chuchu refogado e farinha. E sobrou para o Tiofim e a mãe comerem no mesmo prato. Era um prato esmaltado e por tanto uso estava furado... A mãe para não deixar a comida vazar, tapou o buraco com o dedo e com o prato no colo o chamou para comer junto e quando estava quase no fim da comida ela tirou o dedo. Ele começou a gritar e reclamar que ela havia comido a carne dele. Ela explicou que não tinha carne, mas ele dizia: “Tinha sim sua gulosa, a carne estava bem aqui tapando o buraco e ocê a comeu e ai ficou só o buraco.” 

Explicar que era o dedo dela tapando o buraco foi besteira, ele não acreditou. A mãe o levou para um canto e torceu suas orelhas dizendo que se ele fizesse mais uma dessas ia quebrá-lo na pancada. E nem era pra pedir nada pra comer, pois eles nem sempre tinham o que ele queria. Ele concordou! [Menino sem noção...] 

Tiofim havia concordado em se comportar e isso era um alívio para os pais que passavam vergonha com ele o tempo todo. Ele em dado momento, queria porque queria ir embora pra casa, dizia que estava precisando demais ir embora! A anfitriã perguntou pra ele porque aquela urgência em ir embora e ele disse: “É que eu estou com muita vontade de comer banana e minha mãe disse pra eu não pedir, pois ôces são pobres e se eu comer uma vai fazer falta... Tiofim quase que não sobreviveu à surra que levou... [Bem merecido]. 

Tiofim tornou-se um rapaz malquisto, malvisto e totalmente inconveniente... Sofreu por falta de amigos que não gostavam da maneira dele se portar, pelo desprezo das mulheres que não suportavam a falta de gentileza dele. Os pais morreram sem conseguir educar esse homem que era rico, tinha posses, porém sem formação ética nenhuma... 

Morreu jovem ainda, por causa de uma brincadeira num bar. [Que nem merece ser contado o fato]. 

                                                            Marly Bastos