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sexta-feira, 28 de junho de 2013

ASSIM TE QUERO!

Foto da web

Quero gemer tuas dores
[amorosamente]

Mastigar tuas vontades
[apetitivamente]

E aprender os caminhos que levam a ti
[diariamente]

E nos teus instantes poder morar
[continuamente]

Ser tua maior tentação
[suavemente]

Estar impregnada em teus poros
[eternamente]

Habitar em teus pensamentos
[perpetuamente]

Explodir com fúria os teus desejos
[extremamente]

Marly Bastos

PS: Por uns dias estarei de férias, uma semana abençoada a todos.


domingo, 23 de junho de 2013

ERA ASSIM....[OU É?]

Foto da Web
Quando os seus olhos se encontravam numa dança de conquista,
sentiam uma parada na órbita da terra, tudo parecia suspenso,
seus corações levitam e quase saiam pelas bocas...
Devagar, quase flutuando encostava o corpo dela no dele
e podia sentir o calor de ambos tão fogoso e vivo quanto uma labareda...
Enxergavam-se além do rosto, dos olhos e chegavam à alma.

Ele beijava-lhe a boca como um beija-flor faminto,
traçando trilhas molhadas, fazendo percursos inéditos
e num rompante deixava que tudo desaguasse no ápice...
Os beijos iam além dos lábios, do céu, da flor
e da última barreira levantada.

O desejo intenso dava-lhes um desespero que ia além das possibilidades.
Era querer mais que o querer permitia.
Era ter mais que as mãos, bocas e palavras poderiam alcançar.
Era ganhar asas nos anseios que se faziam desejos doloridos...
Doía neles essa impossibilidade de querer ter além do que possuíam.

Os dedos tocavam a pele e traçavam linhas imaginárias na alma!
Os olhos queimavam a pele por onde olhavam...
E...
Depois de todos os suspiros arrancados,
dos gemidos tão indizíveis,
do gozo tão efêmero e inefável,
de todos os toques apaziguados,
de todas as dúvidas caladas,
de palavras desandadas,
do voo alcançado,
da paz retomada,
da cama arrumada,
era hora de deixar a vida seguir o seu fluxo...

Marly Bastos

sexta-feira, 21 de junho de 2013

DE NOVO O BRASIL DÁ AS CARAS!

                                  Foto extraída da Web

Sinto-me orgulhosa em ver nosso Brasil acordar de uma inércia que fazia de nós brasileiros marionetes do governo, e os famosos “bobos da corte”, indo por qualquer vento de acontecimento e rindo da própria desgraça. 

Somos o país do futebol?? Nesse momento histórico, vejo que somos mais que futebol, samba, suor e ouriço. Somos patriotas e até esquecemos os jogos de futebol para irmos às ruas e nos posicionarmos contra tantas coisas que nos entalavam a garganta por anos. 

Não acho que se precise extremismo, vandalismo, atos de violência, afinal somos um povo que pode soltar a voz, contra a Pec 37, pedindo a saída desses corruptos que ainda legislam e tem a intenção [mórbida] de nos “representar “ no congresso [tal qual Renan Calheiros], não fechando os olhos para obras superfaturadas nesse Brasil todo, enquanto a saúde, educação, segurança e transporte perecem sem recursos. 

Essa é a “Revolta dos 0,20 centavos” que na verdade é a revolta por décadas de corrupção sem nada falarmos. Fico imaginando meus netos estudando esse fato histórico na escola [e ainda não os tenho, mas terei muito orgulho em dizer que participei desse momento, e que “não foi pelos 0,20 centavos”...]

Calcularam mal os governantes que pensaram que esqueceríamos tudo quando o estádio Mané Garrincha fosse inaugurado com o esperado jogo Brasil x Japão! Foi ótimo, mas mesmo assim nossa mente não é tão curta ou lesada, para nos esquecermos de tudo mais... Não esquecemos, felizmente! 

O Brasil, mais uma vez mostra a sua cara, que estava escondidinha desde o tempo do ladrão presidente que foi escorraçado e saiu do poder com o rabo entre as pernas [embora esteja de volta, sem sentir dor algumas por tantas vidas que arruinou... Seria bom se o Brasil lembrasse dele de novo... E de novo o afugentasse, mas essa é outra história, vamos por parte.]

Marly Bastos

terça-feira, 18 de junho de 2013

CONJUGANDO ...

Foto da Web

É chegado o tempo do verbo mudar.
Presente, já foi... Só pretérito a conjugar.
Não somos... Fomos! Não é, já era,
Passado ficou para trás, já não se espera.

Pessoa e tempo... Melhor mudar,
Jogando para frente o verbo amar!
É possível que sejamos felizes no subjuntivo,
E amar, amar! Enquanto dure no infinitivo.

Revive-se momentos... Ecos da voz reflexiva,
Que grita sonhos inacabados, de forma imperativa!
-Amemo-nos! Mesmo de forma louca e pessoal,
Façamos do imperfeito, um sentimento atemporal.

... E assim o amor entra e sai do coração,
Sem se importar com a mudança em cada conjugação.
E no passado que foi mais que perfeito
Fica a saudade daquele seu jeito...

Marly Bastos

segunda-feira, 10 de junho de 2013

GRANEL... PALAVRINHA SEM RÓTULO!


Alguém me manda uma mensagem e no fim dela, lança-me beijos a granel. A GRANEL... Faz muito tempo que não lia ou ouvia essa locução. De repente lembrei do meu pai( já faz quase 9 anos que ele se foi) e de quando éramos pequenos, pois tudo era comprado a granel( sem embalagem ou sem acondicionamento).

Uma família numerosa, orçamento arrochado, e apenas ele (meu pai) trabalhando pra sustentar a casa. Um filho atrás do outro... Acho que "na roça" (assim se diz das residências rurais) é a falta de televisão, ou outra diversão que faz do namoro o playground do parque de diversão, sem contar que minha mãe, tinha medo de fazer laqueadura de trompas (morreria e deixaria os filhos órfãos...Assim pensava ela) e meu pai, medo de fazer vasectomia e ficar impotente. Nesse caso, quando a vasectomia foi inventada, mesmo que fizesse tal cirurgia, já era irremediável, pois a quantidade de filhos era grande (mas, de uns três se safariam). Assim a família cresceu e cresceu... Aliás, cresceu a granel e à base do granel. Comprava açúcar, café, óleo, macarrão, sabão em pó e tudo mais a granel. 

Ahhhh! Os tecidos para nossas roupas também eram a granel(escolhia uma peça inteira de um tecido e pronto, roupa para toda prole... Parecíamos conjunto de jarros. Ao menos assim não nos perdíamos nas festas, porque logo achavam outro que estava vestido igual. Minha mãe nem mudava o modelo. Jarrinhos mesmo!!! Tipo meia dúzia de jarros iguais, mas de tamanhos diferentes! Aff, aff... E nos sentíamos muito elegantes.

Lembro-me que orgulhosamente dizia aos outros: “Lá em casa é tudo comprado a granel.” Achava a palavra chique. Depois descobri que ela era bem popularzinha, sem requintes, sem roupas, sem peso e medida exata. Acho que foi nesse tempo, que inconscientemente joguei a palavra no esquecimento... Hoje, ela me volta à memória, repenso a danada, e chego à conclusão que mesmo sem rótulos, ela trazia muita alegria à nossa família, pois era sinônimo de fartura. Afinal como dizia meu pai, “ a alegria vem das tripas.” Procuro mudar essa frase por uma questão vocabular, mas a essência continua igual, com a certeza de que é uma verdade indiscutível. Se nos falta o alimento, não temos força para mais nada. Aliás, basta saber como fico quando me imponho uma dieta alimentar, vai-se embora rapidinho meu bom-humor, que geralmente o tenho a granel.
Marly Bastos




sexta-feira, 7 de junho de 2013

INFINITO CIRCUNDÁVEL


Vácuo do espaço-orgia
Corpo e corpo, enlaçado reluz
Momento, na velocidade da luz
Matéria transformada em energia...

Silhuetas mescladas, bradando sentimentos,
O espaço movendo em espiral;
Momento, onde tudo se faz vital,
Tempo explodindo em fragmentos.

Pequenos instantes, absorvido em desejo vagante,
Permeiam, passeando num infinito circundável.
Maravilhoso momento... Infatigável...
Energia pura e penetrante!

Marly Bastos

terça-feira, 4 de junho de 2013

FOI NESSE MOMENTO...



Foi ai,
Que muito aos poucos fui sentindo coisas e dores, 
Dessas que não sangram na pele, mas espinham na alma.

Foi aí
Que vi que tuas promessas 
começaram a parecer-me falsos constrangimentos...

Foi aí
Que vi tuas palavras remexendo em minha mente
E descobri que eram absurdas mentiras 
Formadas pela dimensão das minhas vontades. 

Foi aí,
Que da decepção se fez minha incredulidade
E da falta de zelo, fiz minhas explicações necessárias
Para convencer o meu coração de que sou mais tola que pareço. 

Foi aí,
Que um grito ecoou na superfície da minha pele, 
Como a cantiga de amor perdida 
No canto amargo da decepção. 

Foi aí,
Que descobri que nossos sonhos não morrem 
Com as palavras caladas na garganta,
Pois eles são o treinamento da vida
E é todo sentido das palavras que guardo bem fundo na alma. 

Foi aí,
Que descobri que meus valores transcendem
Teus sentidos, teus sonhos e teus amores. 

Foi ai,
Que descobri que o bom jardineiro 
É aquele que cuida bem do jardim que plantou
E não aquele que semeia 
E deixa ao bel prazer da sorte o avivar da plantação... 

Marly Bastos



segunda-feira, 3 de junho de 2013

DILATAÇÃO DO MEU EU





O tempo se comprime e dilata... 
E já nem sei das horas que passo tentando decifrar essa dubilidade 
que paira sobre suas palavras, suas ações e até no teu olhar... 
 Ora tão meu, ora somente seu, ora do mundo.
Quase solfejo assistindo à corrida descabida dos ponteiros,
 buscando alcançar os minutos que fogem dos segundos.

Enlaço-me nas horas... 
E num esforço frouxamente preguiçoso,
 reflito sobre a maravilhosa maneira que o tempo tem de nos mostrar
 o que realmente importa e o que fica cravado na alma... 
Sorvo sem pressa  os recônditos da mente, 
busco lembranças doloridas, esperanças dormidas e promessas não cumpridas... 

Os ponteiros não retrocedem...
Morar no passado é como estar num bosque encantado,
 onde tudo é feito de “possibilidades zero” . 
E é na marasmática melancolia que o seu trabalhar cria 
que descubro que em cada som onomatopeico a vida morre... 
E morremos de nós mesmos [morre você em mim e morro eu em você.]

Já não posso retroceder nos meus sentimentos, 
e nem nas vontades que arrastam minha mente para os devaneios 
que me faz viver na alma e morrer nos minutos. 
A que a concretude de tudo não é somente algo maior que sonhos?
 E sonhos não são grandes? Sim são, mas o devanear é apenas cinza, 
comparado ao fogo do viver “de vero.”.

Pensar e rolar de um lado pro outro nessas horas mornas
 é apenas sustentar o fôlego,
 pois depois que a letargia toma o corpo e a mente embota, 
nada mais se retêm para proveito na aurora e no ocaso, 
mais uma vez vem a inutilidade sinfônica do tic-tac retorcer meu ser...
E penso: " Passado, só por agora me tens!"
Marly Bastos

sábado, 1 de junho de 2013

JUCA E ANA PAULA


Juca nunca namorou na vida, apesar dos seus 88 anos. Minto! Ele namorava a Ana Paula Padrão toda noite quando assistia o Jornal da Record [na verdade nem prestava atenção às notícias, mas sim na moça] . Era sua namorada. Gostava da sua voz firme e macia, do olhar direto que lhe arrancava suspiros e do sorriso largo quando lhe dava boa noite. Todo dia lá estava ela no único comodo que era sua casa. Até que dia 20 de março desse ano foi o último dia que ela apareceu para lhe visitar. Sumiu...

Juca ficou emburrado com vizinho que cuida dele. Foi mais de um mês sem lhe dirigir uma única palavra. O vizinho tenta de tudo para saber o porquê da revolta e raiva, mas Juca apenas lhe devolve o silêncio o desprezo.  Depois de longo período calado ele desengasga o que lhe fere a alma:

- Pensa que não sei? Eu sei... Ela nunca veio mais me ver porque você fez saliências pra ela! Ficou de cueca na frente da minha namorada e ela ficou zangada comigo, e nunca mais veio me visitar.

O vizinho pensou, pensou e lembrou que no dia da despedida da moça do Jornal da Record, ele estando sem chuveiro, pediu para tomar banho na casa do Juca. Tirou as calças e camisa e colocou em cima da cama e rumou para o banheiro de cuecas... E não é que a Ana Paula estava justamente nesse dia dizendo que ia sair do jornal para “Cuidar das causas da mulher.” Não adiantava dizer que a culpa não era dele, pois para um coração apaixonado era impossível argumentar as tecnologias e as suas possibilidades...

Juca ficou sem a única e agraciada namorada. Perdoou o amigo, mas quando lembra do sorriso que ela dava pra ele, sempre vem uma magoazinha...

Marly Bastos