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terça-feira, 27 de novembro de 2012

BORBULHANTE



Sirva mais um pouco de mim
E sorva bem devagar...
Deguste cada beijo,
Como pequenas porções de manjares dos deuses.
Seduz-me a gosto,
Repetindo a dose lentamente,
Senão, depressa vais embriagar.
Beba-me com gosto
E farei tua noite linda... Borbulhante!
Em êxtase ficará...
Aéreo, tonto, delirante e louco.
Serei seu canto em meia voz,
Com sussurros roucos nos ouvidos.
Seu corpo não esvaziará do meu
E brindaremos nosso amor,
Até o dia despertar no horizonte.
Eu grogue de ti e tu de mim
Largados no espaço... Abraçados no leito...
Lentamente despertos para mais uma dose...
Taça servida á borda, para embriagar!
Marly Bastos

domingo, 25 de novembro de 2012

RESENHA DE "11 NOITES INSONES."


Eu li “11 noites insones” do escritor Christian v. Louis e me surpreendi com a história e me comovi com a intensidade dada aos personagens. 

Eu carreguei o livro por mais de uma semana na bolsa e não tive oportunidade para lê-lo, pois como é um livro de 85 páginas eu queria fazer a leitura de uma vez só. E fiz! Quando se começa a ler, não se quer parar mais. 

Cada noite insone que lia, queria ler outra e só parei quando li até a última página. Não dá pra parar, pois a história te prende do início ao fim. 

Os personagens tão cheios de defeitos! Tantas bagagens emocionais que eles carregam, onde o preconceito é o tema central; onde a rejeição forma características marcantes em “Gerard” e a partir daí o autor, traça a história com uma pitada generosa de mistério, segredos, sentimentos escondidos e até libidinosos... Laura uma mulher tão frustrada diante das circunstâncias, Sarah tão jovem e impetuosa, Richard tão egoísta e Gerard tão estranho na aparência e tão estranho no ninho... 

Com os acontecimentos, os personagens se tornam mais carregados de lirismo, mais despidos nos sentimentos, mas humanos e mais firmes. Eu apaixonei-me pelos personagens, cada um com suas peculiaridades, seus dramas e claro, suas virtudes. Personagens mais que humanos, gente como a gente, cheia de picuinhas, medos e intromissões. Pessoas que no afã da discussão diziam coisas que os faziam se arrepender mais na frente e pedir desculpas. 

Enfim, uma história que começa rasa e cheia de pequenos dramas, mas que termina numa profundidade lírica que me arrancou lágrimas!

                                                                     Marly Bastos

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

QUANTO AO ESQUECIMENTO...



Eu acreditava que esquecer era ignorar, riscar da agenda, mudar de calçada, bloquear todo tipo de comunicação. Mas isso se chama “dar gelo”(e quem dá gelo quer revanche) que é ignorar com a razão e deixar padecer o coração. Padecer sim, pois cada esbarrão é como um terremoto dentro da gente, cada ligação que não atendemos é uma noite insone e em cada mudança de calçada fica a distância entre a raiva e a frustração... 

Com o tempo fui notando que o verdadeiro esquecimento preside não no fato de excluirmos a pessoa da nossa vida e sim de deixá-la se perder da lembrança de tal maneira que se alcance a insensibilidade presencial que ela evoca. Entendi que a gente somente esquece quando a raiva para de assolar a alma ao pensar na pessoa, quando ela já não te causa mais sofrimento e sim indiferença. 

Você esqueceu quando há uma diminuição vibratória da sua alma em contato com tudo que evoca o outro e nesse tempo, vem sobre você uma sensação indefinível, uma leveza incompreensível, isso porque o esquecimento traz em si o perdão (quando se trata de um coração magoado). O passado te assola? As lembranças te aprisionam? Então, você está deixando de viver seu tempo! 

Para viver [plenamente] é necessário esquecer o passado ruim e isso implica “limpar a casa” para que outros sentimentos abram espaços para o futuro, apagando com a borracha do perdão todo embaraço que "borrou” as páginas da sua vida. Machado de Assis escreve que “esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o caso antigo”. Portanto creio que esquecer é a morte daquilo que faz o coração se contrair de nervosismo, dor, angústia, tristeza, frustração... Esquecimento é deixar de tremer e temer diante dos algozes da alma. 

Somente o perdão traz esquecimento, pois ele é o desapego total do sentimento de vingança (sempre queremos que o outro pague pelo sofrimento a nós incutido mesmo intencionalmente; queremos que o outro se trumbique e a negação disso é hipocrisia). Perdão e esquecimento andam de mãos dadas, quando se separam, o primeiro morre e o segundo gera o filho chamado vingança sem causa. 

O tempo é um aliado que resolve quase tudo! O tempo cura feridas e as cicatrizes que ficam já não doem, pois o ponteiro do relógio da vida vai girando e levando junto lembranças, saudades, tristezas e promessas vãs pra bem longe! E longe, tem a espessura de um perdão e quase a distância de um esquecimento. 

                                                            Marly Bastos

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

AMEI-TE MAIS QUE A MIM!

                                                     Imagem da WEB

Dei-te os meus dias, e desde sempre fui sua. 
Quis-te com a serenidade de uma chuva de verão, 
E satisfiz-te em todos os desejos que ousou pensar. 
Nas horas turbulentas, ouvi-te calada, aflita, pronta a fazer-me colo, 
E nessas horas conheci tuas impossibilidades. 
Assim, fiz-me teus sonhos, e sonhei tuas vontades. 
Amei-te mais que a mim...·. 

Desprezando a voz da razão, amei-te mais do que pude, e menos do que queria... 
Porém, de nada valeu a ti o meu querer, 
Pois migraste para outro coração. Se é que um dia pousaste no meu... 
Só eu amei e bem mais que a mim. 

Sangra-me o coração, e a saudade mata-o aos poucos. Dele se esvai o viver [pleno]. 
Hoje, sei que fiz do ermo um paraíso, sobre o abismo fiz nuvens, 
E no espaço vazio escrevi-te as mais doces poesias! 
Nessas demonstrei o que de mais precioso existe no meu ser: 
A maneira incondicional de te amar mais do que a mim. 

Minha vida boceja nas horas que não passam... Ah! Tempo preguiçoso! 
Sinto-me seca como um manancial que somente alimentou, 
Sem receber nenhuma provisão.
 E meus olhos são janelas vazias, sem reflexo, 
Por onde entra uma chuva fina, temporã, lavando a alma. 
As lavas explosivas de outrora, agora são borralho e cinzas apenas. 
Ponho-me em total desamor e a tristeza que fica, 
Parece-me muito maior do que o amor que eu amei sozinha 

Marly Bastos 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

ETERNO CANTANTE!

foto da Web
Há em meu peito, um pássaro migrante
Cheio de inquietude, mas eterno cantante!
De manhã, canta a vida de alegria cheia,
De tarde, seu cantar na nostalgia passeia,
Lançando seu som inspirado ao vento, 
Pleno de opostos, ora contraído de tormento, 
Ora povoado de delírios de prazer. 
Mas, é assim o meu viver!

Sou alma presenteada ao sentimento 
É desse pássaro migrante, o constante alimento:
Amor, saudade, alegria e raramente razão... 
Sem juízo esse meu contraditório coração!
Rimas que parecem tão fáceis, fluentes,
Mas foram geradas dos amores e dores vertentes. 

Essa canção poesia, que às vezes sai espremida,
 É o sentir da alma, que foi contraída
É o entoar daquilo que por certo (não) se sente,
É grito de dor que (nem) sempre é existente...

Marly Bastos

sábado, 10 de novembro de 2012

AH, ESSA MINHA AUSÊNCIA TUA [É um poema extenso, mas vale à pena ler! Rsrsrsrs]



Queria tanto fazer versos alegres!
Desses que fala de flores coloridas, céu azul, borboletas,
Crianças brincando, passarinhos, doces paragens, infância feliz,
Amor correspondido... Queria falar de você!
Minhas palavras não vão longe...
Pois começo a derramar teu nome pelos meus olhos,
Que lentamente escorrem face abaixo e amargam meu paladar.
[Seu nome não é doce!].
Queria tanto fazer versos alegres como músicas...
Harmonicamente chamo-te pelo avesso,
Com passos dançantes, visito teu reverso,
Procuro teus acordes e não encontro minhas notas...
[Nem minha inspiração]
Dedilho tuas entranhas e não encontro meus ecos.
Teu direito não me tem, teu contrário me esqueceu...
[Tudo está tão sem rimas]

Queria fazer versos alegres!
Daqueles que nos fazem ver “passarinhos verdes”,
“lamber lixa de parede”
“viajar na maionese”,
“pisar no tomate”,
Tomar “chá de rosa azul,
E ter “olhar cor de rosa”.
Queria versos que fluíssem com lembranças do amor de outrora,
Dos planos futuros, das brincadeiras de roda, da serenidade da face,
Da emoção da prosa em verso que fazias e declamava aos meus ouvidos,
Da admiração dos teus olhos ao ver-me quase nua e quase tua.

Eu faria versos alegres...
Se eu lembrasse tão somente do perfume das rosas que me ofertaste,
Porém, lembro-me, tão somente que tentei preservar-lhes a vida ao máximo, 
aparando seus talos já mortos, prolongando-lhes o vigor.
E somente as jogava fora quando já haviam caído todas as pétalas.
Hoje estou como elas, só talos.  Todavia, eu me regenero,
Mesmo que o ciclo que tenho que percorrer seja longo.

Eu faria versos alegre se não me sentisse
Lesada pelos beijos que não me deste,
Pelo afago que não senti,
Pelas tuas palavras sussurradas que não chegaram aos meus ouvidos,
Pela ausência do teu riso que alegrava meu coração.
Você roubou-me tua presença...

Eu farei de novo versos alegres quando a minha carência tua,
Já não mais houver... Ela um dia será suprida, pois nada é pra sempre.
[Pois pra sempre não existe...].
Essa ausência,
Deve durar o tempo em que for alimentada pela minha alma distraída,
Depois ela, a ausência, irá ao seu encontro, e aí, não será mais minha.
[Porém tua...]

Marly Bastos

domingo, 4 de novembro de 2012

TANTA SAUDADE



Saudade! 

Desse teu olhar longo e macio, 

Tão revelador, sedutor e instigador. 

Derramando doçura pelo meu corpo, 

Declamando poesia para a minha alma em flor.


Saudade, 

Daqueles beijos fugidos, roubados, atiçados. 

Beijos com a mansidão de um lago enluarado, 

                                                    Ou a volúpia de um mar encrespado                                                                                                              

Saudade, 

Daquele gosto 

Que só da sua boca sei provar. 


Saudade! 

Do nosso afago, 

Do teu carinho 

Da tuas viagens derrapantes pelas minhas curvas 

Das brincadeiras no”parque de diversão” 

Onde ora me faço mulher por inteiro

E tu te fazes menino matreiro...

Ora, 

Me faço menina instante

E tu te fazes meu homem constante...


Saudade... 

Do teu ombro confortante 

Do teu colo acolhedor, 

Saudade do teu amor. 

Marly Bastos