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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Vou, mas volto!





Tive que dar um saída para organizar as idéias, 
colocar em ordem os sentimentos e refletir sobre a vida. 
A porta estará trancada, mas a chave vai estar debaixo do tapete, 
entre quando quiser. 
Antes que sintam minha falta, estarei de volta. 
Beijokas doces, companheiros queridos!
Marly Bastos

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

E A VIDA SEGUE



“ - A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. 
Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos
 - viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais.”
Monteiro Lobato [Memórias de Emília]


A gente nasce, cresce 
E a vida segue. 
A gente ama, desama 
E a vida segue. 
A gente chora, alegra 
E a vida segue. 
A gente estuda, enturra 
E a vida segue. 
A gente sana, insana 
E a vida segue. 
A gente acha, perde 
E a vida segue. 
A gente casa, descasa 
E a vida segue. 
A gente desabrocha, murcha 
E a vida segue. 
A gente trabalha, vadia 
E a vida segue. 
A gente faz amor, filhos 
E a vida segue. 
A gente se cansa, descansa 
E a vida segue. 
A gente caduca, manduca 
E a vida segue. 
A gente vive, morre 
E a vida (dos outros ) segue... 

Marly Bastos

domingo, 23 de setembro de 2012

SOBRE A FANTASIA...

                                                                Foto extraída da internet

Fantasias são os devaneios que a nossa imaginação nos permite... 
 Elas são necessárias para enfrentarmos os vazios que a vida real traz, 
 ou que os sonhos não concretizam... 
São tantos tipos de fantasias...[E umas melhores que outras.] Mas seja qual for, elas sempre acometem corações sedentos de vida, de amor, de paixão e de realizações.
E na impossibilidade, elas se tornam possíveis. 
Ás vezes a vida é tão dura, a realidade tão sonsa, o cotidiano tão medíocre,
que necessitamos de ter um pouco mais... 
 Devaneamos... E entendemos que divagar numa fantasia é melhor que nada, pois nela, nem que seja por alguns momentos temos tudo... Ou quase tudo... Ou um pouquinho de quase tudo... 

Marly Bastos

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

ASAS NOS PÉS


         
Sabe, por mais que acumulemos tempo de vida, por mais experiência que esse tempo de vida nos dê, sempre insistimos, ou teimamos como crianças em fazer o que não deve ser feito... 

Sem culpas, culpo-te, por tudo que sinto, pois tem se desnudado completamente pra mim sem nenhuma cerimônia. Não, não estou falando do desnudar do seu corpo, e sim da forma como você mostrou-me a sua alma nua, sem véus, sem vergonha e sem medo. E eu gostei tanto do que vi, do que senti ao ver você assim, como dizia Vinicius: "tão linda que só espalha sofrimento, tão cheia de pudor que vive nua". Entende quando eu digo que sinto paixão pela tua alma? 

Você me diz que não sabe andar com os pés no chão, e que poetas têm asas nos pés. Ah que bom meu amor, pois o chão às vezes é tão incômodo, tão prosaico, tão frio! És meu anjo de asas nos pés, no corpo da mulher que amo. 

Um anjo sapeca, és isso! Uma menina solta, livre, sorriso maroto nos lábios, achando graça quando enrubesce-me as faces com a suas brejeirices, e assim, me tens nas tuas mãos. 

Gosto de você assim, mulher formosa, mas com sorriso e olhar de menina, cansada de ser adulta, de se portar como gente grande, e de manter os pés no chão... Tire os sapatos, tire as roupas sérias que a vida impõe e vem voar de peito aberto e alma nua. E voe longe em seus sentimentos e loucuras... 

Marly Bastos

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

COBIÇA


Ele viu aquela rosa no jardim, e a cobiçou. Parecia tão linda! Parecia tão dele!Queria possuí-la em suas mãos, sentir a textura, aspirar o aroma...

Por dias, olhou para o jardim (e cobiçou cada vez mais a rosa) que alegremente tremulava ao vento. Sorrateiramente, arrancou-a da roseira!Avidamente, respirou fundo seu aroma. Maravilhou-se com a textura das suas pétalas, encheu os olhos com a cor única, que lhe coloria as íris!

E por fim pensou: Para que serve uma rosa fora do jardim?...E a abandonou na calçada...

Marly Bastos

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

UMA PÁGINA DE DIÁRIO


10 de outubro de 2010
6:20 minutos
        Meu querido diário, essa noite foi longa e eu que já andava insatisfeita com meu visual, tive tempo para decidir mudá-lo. Vou começar pela cor do cabelo, depois penso em mais algumas coisinhas que pretendo mudar (talvez uma cirurgia plástica, ou uma dieta mais radical para perder uns 30 quilos). 
        Resolvi que não quero mais ser loira e não é pelo entojo dessas piadinhas sem graça não, é que me sinto meio desbotada. Resolvi que a cor das madeixas vai ser VERMELHO. Isso mesmo diariozinho, ver-me-lho. Enquanto você fica aí degustando essas letras eu vou ali comprar a tinta logo que as lojas de cosméticos abrirem e já volto. 
9:42 minutos 
        Comprei a tinta meu querido Diário. Estou entre ansiosa, eufórica e com medo... Medo de que?? De ficar tipo assim “berrante” com o “vermelho Intenso” que vou usar. Acredita que a vendedora disse que eu devia colocar “acaju” no meu cabelo nessa primeira vez? Nunca! Eu sou lá mulher de usar acaju? Você sabe que eu sou oito ou oitenta. Bem, vou lá pintar e daqui a pouquinho estou de volta (vai ser mamão com açúcar) e vou te deixar até aberto para contar minha experiência. 
18:38 minutos 
        Quero morrer! Ainda bem meu querido diário que você não tem olhos, senão ia rir de mim... Meus olhos estão inchados de tanto chorar sabia? Deu tudo errado... 
        Eu passei a tinta nos cabelos e esperei o tempo recomendado. Enquanto eu esperei ansiosa, fui limpar a sujeira que ficou por onde eu passei ou encostei. Tudo ficou vermelho: Tapetes, toalhas, pia do lavabo, paredes, torneira, toalhas, chão, braços, nuca, testa... Todavia a tinta não arredou pé, ficou grudada na pele e objetos. Tudo vermelho! 
        Depois dos 35 minutos transcorridos eu fui enxaguar debaixo do chuveiro, Parecia sangue escorrendo pelo meu corpo... Esfreguei e esfreguei, enxaguei e enxaguei! Sai do chuveiro e olhei minha imagem linda e exuberante no espelho... Aimmmm pensa num susto! Eu tinha um capacete alaranjado e uma faixa vermelha que ia da testa até a nuca, ou seja, tudo ficou vermelho, menos meu cabelo que ficou ALARANJADO. Dá pra você imaginar meu querido amigo? Espalhei “Vermelho Intenso” por todo corpo e objetos e meus cabelos estavam alaranjados. Estou parecendo uma palhaça e agora entendo porque a moça disse acaju. Meus cabelos estão muito claros e a tinta não ia cobrir o loiro perfeitamente. 
        Mas amanhã vou sair de madrugada pra ninguém me ver e vou pedir o cabeleireiro para dar um jeito nessa juba que mais parece uma abóbora madura. E me sinto cansada por tamanha decepção, por isso vou para debaixo dos cobertores e vou colocar uma toquinha para ninguém ver essa “coisa”, senão vou sofrer bullying no trabalho, na vizinhança e na família... E eu que queria ficar exótica, fiquei foi uma palhaça!
        Vou deixar as fotos aqui para depois comparar qual ficou melhor... Ah o cabeleireiro deu um jeito na juba alaranja!


                                                                     Marly Bastos

terça-feira, 11 de setembro de 2012

DESBOCADA? EU SOU BOCADA...

     Alguém disse que eu tenho que aprender a falar alguns palavrões e eu até que tentei fazer isso na frente do espelho, mas me falta algo. O palavrão não tem ênfase, sai meio artificial, meio limpinho, meio sem graça. Também não faço esforços para aprender, pois acho que não é bonito em boca de ninguém esses vocabulários indecentes. Sou professora e tenho que dar exemplo de educação e respeito, e além do mais, minha disciplina de atuação é de Língua Portuguesa. Não dá pra sair por aí falando “Carai vei, que porra é essa? Cacete de merda, ficou noiado bicho?” Não... Melhor não, já vivi mais da metade da minha vida sem isso. Não sou desboca (Desbocada não seria uma pessoa que perdeu o freio da boca??), eu sou é bocada... Sempre refreio a minha língua para não perder a vez de ficar calada. 
     Tem gente que desde criança, já tem esse ímpeto para falar coisas chulas. Quando eu era criança, a vizinha tinha um filho de uns 5 anos, e ainda o amamentava. Ele vinha, entrava no meio das pernas da mãe sentada e arrancava um peito, e mamava virando os olhos (dava gosto, até saia leite pelos cantos da boca), depois puxava a roupa da mãe e escondia aquele peito murcho e tirava o outro ainda cheio e o esvaziava todinho. Menino abusadinho que só! Um dia a mãe já constrangida pelo “bezerrão” que lhe arrancava os peitos em qualquer lugar, resolveu desmamá-lo. O mamador surtou! Um dia inteiro sem mamar, e quando ele vinha com as mãos no decote, ela levantava e fugia dele. 
     À noite o “bezerrão” passou coió, pois dormia agarrado nos peitos e agora a mãe recusava deixa-lo se aproximar. Amarrou-o na caminha e ele berrou a noite toda. De manhã estava rouco, com olheiras e com fome. 
     A mãe não arredava pé, nada de peito, se quisesse era leite no copo e com café. A criatura semidesmamada mudou de tática, pois viu que chorar, fazer birra e emburrar não resolvia nada. Passou para a persuasão, cativando-a com elogios: 
     -Mãezinha linda, por favor me dá esse peitinho gostoso, cheiroso e tão durinho! – Ele dizia com olhos cheios de amor e marejados de lágrimas. 
     -Não! – Respondia a mãe enfática- Vá tomar teu leite que está no copo. 
     -Mãezinha meu tesouro, pelo amor “a padim ciço” me dá esse peitinho lindo! 
     -Não, não vou dar peito algum, vá tomar seu leite.
     O “bezerrão” se enfureceu... 
     -Velha nojenta, burra empacada, filha de quenga me dá essa muxiba logo, e deixa de putaria comigo! 
     -Vai chamar o peito da puta que te pariu de muxiba, seu filho duma égua! 
     Tsi...tsi...tsi...tsi... 
     Bem, eu acho que o vocabulário tem muito a ver com a ambiente em que você vive. Meus pais jamais aceitaram xingamentos e se saísse alguma palavra atravessada, era tapa na boca. Eles diziam que nos somos o que falamos e que a nossa boca profere o que o coração está cheio. E que há poder nas nossas palavras... 
Marly Bastos

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

SABOR DE CEREJA! [O blog (e eu) entramos em recesso]

Apenas um resquício de fantasia... E por que não? 

Minha pele reclama, a cereja prometida... 
Meus sentidos decifram o cheiro, 
Dentro de mim despudor matreiro, 
Querendo o doce da fruta no ponto (de partida)

A cereja rola pelos corpos incandescentes, 
Passeando por recônditos que excitam, 
Enquanto rola, vem arrepios que nela atritam... 
Causando espasmos suaves e indecentes. 

Luxúria! A cereja vaga em orgia, 
Na tua boca, ela caminha e excita, 
Calor de uma chama explícita, 
Que provas como porção de magia. 

Tu cúmplice do que peço, sem nexo... 
A cereja? Apenas marionete da fantasia, 
Que na urgência não nega e nem mais adia 
E dá seu néctar ao querer complexo. 

Dentes cravam naquela que sem reclamar 
Sucumbiu aos nossos caprichos além 
De lábios e corpos ardentes foi refém 
Esmagada, ao sabor da paixão foi misturar. 

Seduzida entrego-me em candura, 
Mãos, línguas e peles rasgam a intimidade, 
Desfrutando mistura de bruta suavidade, 
Degustamos juntos, a fruta madura... 

Marly Bastos

A vida necessita de pausas... 
E essas pausas necessitam de muuuuuuuita vida! 
Vou ali ser feliz e volto num vapt e vupt!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

“AMEMO-NOS COMO AMA O AMOR”


“De longe te hei de amar- da tranquila distância em que o amor é saudade e o desejo, constância”.
( Cecília Meireles) 

     Fernando Pessoa, por mais que eu tente inculcar em meu coração a sua deixa, de que não existe nenhuma outra razão para amar além do amor, eu quero amar além da razão... Acho que é isso! Se não há nenhuma outra razão, é porque há razão no ato de amar, e eu quero amar totalmente sem razão. Não falo da razão-motivo, mas da razão-insana [in sana mente] . Ahhhhh Pessoa, sei que estou complicando suas lindas e sábias palavras, mas tenho pensando que não sei amar como tu o dizes: 

“Amo como ama o amor. 
Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. 
Que queres que te diga, além de que te amo, 
se o que quero dizer-te é que te amo?"( Fernando Pessoa). 
[Penso que tudo isso é apenas poesia...]

     Sei que é simples assim, mas é complicado... O amor que tu mostras, é transcendental e ama sem esperar ser amado [e sempre pretensões] e eu quando digo que “te amo”quero dizer que te amo e espero com convicção que me ame também. Se não me amas, sofro. E se sofro quero parar de amar. Então, eu não amo por amar, mas para ser amada também... 

    No amor estão contidos todos os outros sentimentos bons e edificantes [ e talvez alguns não tão edificantes] e creio que por isso ele seja tão dependente de tantos sentires. E esses sentires são parcelas que vão se somando e formando o total= amor. E esse por sua vez tem características únicas que é alicerçada na afinidade, sutileza, delicadeza nos tratos, leveza e aconchego. E aí, eu volto no “amo como ama o amor”... O amor que amo, necessita de algo mais concreto, exige partilha e se firma na reciprocidade. Não acredito no amor sem essa afinidade, pois como posso amar se o outro não nutre o mesmo por mim? 

     Posso até dizer que “estou apaixonada por você como a paixão apaixona” pois essa não exige afinidades e nem outros sentimentos agregados. Porém, quando eu quero dizer que te amo, quero dizer que “nos amamos como o amor ama...” Quero dizer que trilhamos juntos um mesmo caminho amoroso, que comungamos dos mesmos sentimentos, que acredito na mutualidade dos compassos cordiais. Penso que também "Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar", quando se trata única e exclusivamente dos meus filhos, pois nesse quesito, somos incondicionalmente amor! Mas não era disso que você falava né?

     Enfim Pessoa, não quero ser aqui uma pessoa profunda ou visceral, mas quero dizer que é difícil amar sem esperar amor. É difícil crer e fomentar algo que talvez nunca aconteça. E sei que é mais difícil ainda perguntarmos apenas “Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?”, se na verdade queremos perguntar: Tu me amas, como eu te amo
                                         
                                                       Marly Bastos 



domingo, 2 de setembro de 2012

JÁ ERA “ERA UMA VEZ”


       
No início tudo era perfeito... A paixão se concretizava em pequenos gestos, a delicadeza e sensibilidade nas palavras eram o que sustentava a leveza do ser e estar, pois havia uma tênue linha entre a realidade e o conto de fadas. Até os defeitos que cada um apresentava, eram sublimados pelo fogo do desejo e cartaseado pelo desejo em fogo... Parecia que a vida fluía dos poros e se contraia na carne; já a descobertas de uma vida a dois era pura descontração. Nos olhos deles, só havia a beleza que o coração teimava em florear e tapar todo o resto [chamado realidade].

Com o passar do tempo, seus olhares foram aos poucos guardando rastros de inquietudes... Os defeitos, as manias, as picuinhas cotidianas foram avolumando o aborrecimento de um com o outro, o conto de fadas deixou de fazer sentido e o deslumbramento se transformou em decepções...

Que inferno de vida rasa é essa que deixa uma leve brisa revoltar as águas da vida? Cadê a capacidade de sonhar fantasias, fantasiar sonhos e esperançar a paz? Por onde ficou perdida a capacidade de apaziguar com carinho e compreensão as horas difíceis em que palavras proferidas se tornam campos minados e os gestos ganham uma distância tamanha entre os corações! Todas as juras de amor, todos os beijos fundidos, todos os abraços enlaçados, todos os olhares cobiçados, todos os toques arrepiados ficaram esquecidos pelo tempo e engolidos pela falta de zelo e vontade...

Foi por imaturidade que deixaram tantos sentimentos escorrerem pelos dedos da vida... Talvez se fizessem parte dessas pessoas maravilhosamente adultas, que conseguem ter domínio e sabedoria para colocar na balança a complexidade da vida e converter em simplicidade tudo que os apavorava e os faziam esconder em cantos de castigos, talvez conseguissem ainda capturar o amor que fugia como borboletas espantadas pelo vento. Mas eram maravilhosamente imaturos, e muito pouco sabiam dessas coisas do coração. Ou amavam ou não...

Definitivamente não souberam ser inteiros e nem ter a humildade e disposição para catar os seus pedaços que conforme a vida foi “arrochando” iam se perdendo, se esfacelando e a cada dia estavam mais desmembrados interiormente... Sairam capengas e aleijados de uma história que começou em “Era um vez”.

Marly Bastos