<ADEUS>
Adeus, é uma tentativa inútil e pretensiosa de enterrar um sentimento que ainda está pulsando ... E fica uma dor que maltrata, já que retém as lembranças que não
desejamos esquecer. A ilusão arrancada sangra, pois é parte de nós.
O adeus, na verdade, deveria ser uma renovação, um novo ciclo, o abrir de um
capítulo novo do livro da vida. Melhor seria
não termos que mudar nada, continuando nessa repetição de sempre, pois somos
criaturas de hábitos. Mas não tem como permanecer imutáveis. Um dia, vem o
vendaval dos novos tempos!
Todavia, o adeus, se permitirmos, pode se
transformar em dor crônica. Aí eu dou razão à teoria que defende que, num
adeus, a dor que dói mais (pois há subdores na dor mor) é a da saudade que
sentimos do que éramos com o outro, de quem éramos enquanto par. Sentimos a
nossa própria falta...
O adeus machuca, deixa aquela dor no peito que
corrói, corrói... E de repente, essa escravidão do passado que nos sufoca, quer
liberdade e é ai que vem belos versos de amor e sentimentos tão suspirados que
encantam a Alma.
Aprendemos com a dor a sobreviver às desilusões e
seguir caminhos em busca da felicidade que todos nós almejamos sempre. O tempo
se encarrega de matar a saudade (se é que ela morre) ou apenas apaziguar a alma!
Marly Bastos