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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

SOU UMA SOBREVIVENTE DA MINHA INFÂNCIA!


             Fico pensando: “Meu Deus, eu sou uma sobrevivente da minha infância! Se tivesse nascido nesses tempos atuais e meus mais me criassem como fui criada, eu acho que não tinha passado de um esperma perdido (na camisinha).”
            Hoje na escola teve uma discussão cerrada, pois os sabonetes “Pompom” estavam por  32 dias para a validade vencer,  e houve reunião de quem cuida das crianças de 1 a 4 anos, para saberem o que fariam  com os sabonetes, pois temiam  causar irritações na pele dos meninos... Fiquei pensando, 32 dias pra vencer os sabonetes e estão nesse entojo. Eu nem sabia que sabonete vencia!
            Enquanto discutiam, eu comecei a recordar fatos da minha infância...
            Eu tomava banho com “sabão de bola”, aquele feito com soda caustica e gordura. Diz-se de bola, por que é enrolado com as mãos fazendo uma bola mesmo. Nunca tive alergia, nem irritação e a gente usava enquanto tivesse, quando estava acabando minha mãe fazia mais.
            O vermífugo meu e dos meus irmãos era creolina com leite. Meu pai pingava creolina no copo e espremia as tetas da vaca tirando um leite espumoso. Seria gostoso, se tirasse as gotas da creolina. Eu lembro que arrotava “privada de rodoviária” a manhã toda. Minha mãe, ainda fazia chá de chifre queimado pra extirpar com mais segurança os bichinhos da barriga. Tomei tanto chá de corno sapecado, que hoje se ouço falar nisso fujo como o diabo da cruz. E uma vez por semana ainda tinha que tomar óleo de Rícino para dar um purgante. Coitadinhas das lombrigas, mal chegavam à adolescência e já morriam. Era marcação cerrada!
            E os piolhos? Minha mãe quando via a coceira que a gente de repente arranjava na cabeça, enchia uma bomba (aquelas de lata que fazia fuc- fuc) de "Mafú ou Detefon" (alguém lembra do cheiro?) e esborrifava na nossa cabeça. E ainda mandava ficar no sol pra matar mais depressa os piolhos. Eu confesso que ficava tonta, meio enjoada, mas sobrevivi. Claro, estou aqui né? Linda, corada e cheia de graça...
            Nunca tive cáries quando criança! E pensam que eu gostava de escovar os dentes? Ficava mais de hora escondida debaixo da cantoneira do filtro de água, por preguiça de fazer a higiene bucal. Minhas pernas formigavam e quando saia do esconderijo, ainda era obrigada por minha mãe e escovar os dentes e pentear os cabelos (piolhentos).
            Tomava água direto da bica e minas, andava descalço, comia resina de árvores (que não tinha gosto de nada, mas com certeza era rica em bactérias e micróbios), brincava com ninhadas de ratinhos fofinhos e cor de rosa (não duravam muito e claro era escondido dos meus pais), fazia coleção de lagartas de várias cores, e a gente comia o que achava na frente (se fosse veneno, no máximo tínhamos vomitação, ou seja, colocava tudo pra fora e ficava bem).
            Brincávamos de Tarzan, passando de uma margem a outra do rio agarrados num cipó, quanto mais fundo fosse o local, mais emocionante (detalhe, ninguém sabia nadar... Eu ainda só nado “cachorrinho”). Como é que ninguém morreu afogado, meu Deus?
            Bem, a reunião acabou, anotei na Ata que os sabonetes serão recolhidos da creche, por causa da validade “quase” vencida, onde a equipe chegou a conclusão de que as crianças correm riscos de terem irritações se continuarem a usá-los.
            Acho que essas frágeis crianças deviam tomar a famosa Emulsão Scotch! Aquela mesmo: Com aquele rótulo do homem com o peixe nas costas e logo abaixo dizendo: Óleo de fígado de bacalhau. Vale à pena tentar, pois eu tomei aquilo todos os dias da minha infância (e não podia vomitar, senão tomava de novo), e estou quase na terceira idade e com uma saúde de ferro!
            Enfim, não sei como sobrevivi nesse velho mundo louco (pode ter sido a Emulsão Scotch), e com certeza, os olhos de Deus que não desgrudavam de mim.
                                             Marly Bastos

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

DO QUE SOU

                           
No meu peito há uma parede,
E nela um embalo de rede...
Manhosa, cheia de saudade.

No meu coração há um canteiro,
De Amor-Perfeito,puro lirismo!
Que brota vigoroso e certeiro.
Das sementes do meu romantismo.

Minh’alma, Vasto campo fecundo...
Da experiência vivida é mostruário
Plantação de prazer profundo,
Terra nativa... Sem registro no cartório!

Meu maior sonho,é meu farol...
Que guia-me à alvorada da manhã,
E conduz-me ao calor do beijo do sol!


Marly Bastos

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

MEU TEMPO - Está postagem é pra fofinha da Luna Sanches, eu prometi e estou cumprindo. Pois ela me cobrou postagem e eu disse que estava colocando "gás" no meu projeto de mestrado, mas quando voltasse ia postar escrevendo que seria em homenagem à ela!



Meu tempo,

Fio e desfio em poesias,

Tecendo

A renda dos meus dias.

Canto,

O que me encanta a alma

Declamando

Seu amor que me traz calma.

Marly Bastos 
Para a mais fofinha de todas as fofinhas blogueiras LUNA SANCHES

SOFTWARE MALICIOSO???

Sempre que tento ler uma postagem dos meus contatos aparece uma mensagem dizendo:" o google encontrou um software malicioso que pode ser instalado em seu computador se  continua". Cliquei para continuar e simplesmente meu blog e fechado e não consigo ir aos blogs para ler nada nos blogs amigos. Isso tem acontecido já a uns 3 dias. Aparece para eu tentar mais tarde e por enquanto ir pra outra página. E pelo que vi está acontecendo em muitos blogs amigos. Espero que essa porcaria passe logo.
Marly Bastos

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

VOCÊ É O MEU VÍCIO!


Devagarzinho,lentamente você virou meu vício
Tomou meu rumo de forma peculiar
Fez-se des(a)tino desde o início
O culpado? Esse seu hábito de me encantar!

Entregar-me à fragilidade da palavra eu quis e você fez!
O jogo de sedução, por certo, sem vencedor...
Abstrata porta fechada,quem suportaria uma única vez?
Viajamos no doce acorde...Eu promessas, você fingido perdedor...

E eu entro atrevida no teu jogo bandido,
Jogo de vai e vem...Fica e vai... E demora...
E eu te tomo como troféu precioso e merecido
Sorvo teu conteúdo sedenta... Desejo devora.

Minhas curvas,atrai tua boca delirante
Que trafega faminta devorando toda simetria
Onde escondeu sua língua clandestina e errante?
No jogo do esconde-acha, derramo poesia. Urze fantasia!

Grito preso na garganta por volúpia ardente
No frenesi do momento, perdemos o chão.
Gemidos, prazer crescente, envolvente
Sentimento desperto, enfim liberto: Paixão.
Marly Bastos

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

ESSE SEU JEITO DE QUERER


Essa sua distração rasga-me a alma
E o silêncio a que te propõe arrebenta-me os (a)cordes
Faz-me chorar tanto que fere as meninas dos meus olhos...

Não importa o que faças,
Nem se pode considerar o que digo...
Simplesmente, você não pode ir de mim
E eu não posso me perder de você.

Esse seu querer ao acaso,
Provoca o ocaso da minha alegria
E o amanhecer da minha dor.

Evite tentar esquecer o doce dos meus lábios,
E eu conservarei em minhas pupilas o doce do teu sorriso.
O nosso pacto era para ser somente versos, e molhar a pele
Mas o teu amor tornou-se minha poesia e lavou-me a alma...

Meu coração vive entre alegres batidas e partidas.
Invento modos de perpetuar em mim teu cheiro e gosto,
E no coração, uma cicatriz cauterizada em forma do teu rosto.
Marly Bastos

sábado, 17 de setembro de 2011

FACADA NO VÃO??? (reeditado)

Sabe aquele dia de marasmo? Você pede para que te deem serviço, senão você acaba dormindo em pleno trabalho. Bem, eu estava num desses dia quando chega o seu Geraldo da limpeza querendo “dar uma palavrinha” comigo.

- Pois não seu Geraldo o que foi?

- “Sabe o que é professora? Recebi uma carta da minha irmã que mora no interior de Minas e não consegui entendê uma coisa, e gostaria que a senhora intrepetasse pra mim e vê se descobre o mistéro.”

- O que diz a carta seu Geraldo? –Perguntei.

“Oia professora, aqui ela diz que meu primo Zé Marcelo, que era dotor de agromaria, morreu com uma “facada no vão”. Beim... Ele era um homi bão que só, e não comprendo como argúem pôde fazer isso cuele. Ela não isprica quem deu a facada no vão do Zé e nem pormodeque. E em que vão será que ele levou a facada? Leia a carta, professora, fais favor.”

... Eu li... E descobri que ela escrevia muito mal, e ele lia pior ainda! Segurei para não rir! Juro que segurei. Respirei fundo, e comecei a minha tradução da carta (literalmente traduzi).

- Seu Geraldo, aqui ela diz que o seu primo Zé, morreu com uma faísca de trovão. E creio que por isso ela não explicou mais nada.

- Bão... Faísca de trovão? – Seu Geraldo coçou a cabeça.

- Pois é... Um raio veio passou pela cabeça, correu pelo corpo e furou a botina dele, seu Geraldo.

_ Intaum num foi assassinato? E num foi facada né?

_ Não. O senhor leu “facada no vão” em vez de “faísca de trovão”. Ele morreu com um raio que o partiu.

- Bão... Brigado professora! Fico aliviado que num foi assassinado.

Seu Geraldo colocou a carta no bolso e foi terminar de lustrar o corredor, pois o mistério estava resolvido. E eu fiquei imaginando alguém morrer com uma facada no vão. Mas, onde seria mesmo o vão? (risos).

Marly Bastos

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

INGENUIDADE

        
       Ele vestiu uma roupa “transada”, penteou o cabelo com gel, passou um bom perfume, colocou de estréia os seus óculos da Oakley e saiu para passear pela avenida movimentada do centro da Ceilândia-DF. Sentia-se lindo, e para completar resolveu tomar um sorvete de casquinha.
       “Eita vida maravilhosa”, pensava ele, até que viu vir, em sua direção, um ciclista mal encarado. Ele percebeu a intenção maldosa do cara, e pensou: “Ele vai pegar meu sorvete, ele vai pegar meu sorveeeeeeete!” Ufa! O ciclista passou e não conseguiu pegar o sorvete, pois ele esticou a mão pro outro lado. Continuou feliz!
       Tudo parecia mais claro, depois daquela intenção de roubar-lhe o sorvete. O sol mais brilhante, as árvores mais empoeiradas, as pessoas mais coloridas, o asfalto ofuscava as vistas... Eeeeeepa! Ele levou a mão ao rosto e percebeu tarde demais, que a intenção do sujeito não era roubar o sorvete...
Marly Bastos

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

SEM NEXO!



Hoje sinto-me só.
Uma sensação de abandono melancólico
Como uma flor fora do jardim, sem raízes, sem lugar...
Na alma um vazio estranho, uma tristeza incompreendida.
Meu íntimo reclama a  ausência  de  alguém,
Ou  algo...
 solidão aperta-me por dentro,
E no meu íntimo há um sopro cáustico,
Pois a minha aspiração, parece a dejeção da sorte.
A saudade parece ser a minha maior lembrança
De uma  esperança que se tornou ilusão ferida.
De que me faz presa esse sofrimento?
Quase amargura e quase desalento...

Hoje sinto-me só.
Estou em meio a um lirismo de imensa avidez,
Pela falta de algo(ou alguém) que nem sei se existe
E a dor sem nexo, empresta-me sua palidez,
Pois dentro do meu coração parece que o sangue coagula.
De que é composta essa tristeza sem causa?
Será que a alma está rompida?
Não sei... Só sei que minha loucura nesse momento é sana
E  minha sanidade é desatinada.
Os meus sentidos são cinco feras,
Acuadas, feridas e cheias de medo.
Estou nesse momento me sentindo em meio a uma selva bruta,
Desumanizada...
Marly Bastos

PARECE BRINCADEIRA!

Foi só abrir outro blog que o meu apareceu... Fiz login para ir ao blog novo e quando vi estava em meu lindo bloguezinho querido e safado. Sem querer parecer muito chata, vamos ficar por aqui? Vou transferir os textos que postei pra cá. 
Agora entendo a Lei de Murphy que diz que a melhor forma de achar algo perdido é parar de procurá-lo. E num é que é mesmo?? 
Obrigada meus queridos amigos blogueiros, por prontamente se instalarem na minha nova casinha, mas vou colocá-la abaixo, pois sou muito lerdinha pra administrar dois blogs. E pra que dois né? Eu adoro a salada que faço...
Beijokas doces a todos! E a vida continua agora mais feliz com o blog de volta.
Marly Bastos

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

DES... AFETO.


imagem da internet

Prendi o meu grito de amor: E me calei.
Diante da minha dor: Eu vacilei.
Quando a lágrima desceu: Eu menti.
Quando seu desprezo me enfureceu: A cara escondi.

Quando senti pena de mim,
Fui dormir...
E acordada fiquei numa dor sem fim...

E quando adormecida:
Esqueci da triste vida;
Perdi no espaço da mente,
Meu passado e presente.

Abriguei-me no nosso afeto entristecido,
Na imensidão do meu desejo contido,
No peso das idéias sem sentido...

Nem mais da minha boca é o esgar,
Nem do meu pranto é o chorar...
Sou apenas a ânsia de saber quem sou,
Herdei somente o beijo que acabou.

Num ritmo de despertador,
Vivo em devaneio inquietante,
Com a saudade cutucando minha dor...

Assim, meu coração vou conduzindo.
Num esperar infindo.
Vivendo no dormir acordado,
Em um desassossego calado.

Marly Bastos

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O MENINO DO HOMEM




Quando uma aldeia se transforma em uma cidade, ou uma criança, num homem, a aldeia e a criança ficam perdidas na cidade e no homem” (FREUD, 1915, p.322).
       



  
Li esses dias que “homem não amadurece, só envelhece.” Fiquei pensado se realmente isso é verdade. Decidi que não é, pois imaturidade nada tem a ver com esse lado criança que eles têm. Aquele jeitinho de querer colo, de pedir cafuné, de brincar de bola, do tipo envaidecido quando dizemos que estão lindos, o jeito que comem bolo de chocolate feito por nós. Tão lindinhos, feito crianças deslumbradas com as primeiras impressões.

Amadurecimento tem mais a ver com gentilezas, com disposição em se doar, em repartir, em realizar o próximo. É salutar ao meu ver, preservar o moleque que há em cada homem, assim ficam mais flexíveis, mais humorados, mais divertidos, mais prontos para dividir a vida e mais fofos.

Ahhh neimmm! É bom demais cuidar do homem amado, tomá-lo nos braços, ajeitar a gravata, a manga da camisa, aspirar o perfume que ele aspergiu na nuca e virar os olhos como se fosse a coisa mais gostosa do mundo! Não é a mais, mas é uma das mais...


Presenteá-lo com uma linda lingerie, e de lambuja um streptease sensual para delírio “dos meninos”, vai deixá-lo tão saudável, relaxado e feliz que sinceramente, nenhuma vitamina ou suplemento conseguirá equiparar a vitalidade duradoura que ele terá para tudo, até para passear no shopping...

É necessário sempre fazer cócegas na alma do amado, pois só assim o menino que há no imo vem à tona. E quando você não consegue despertar a criança interior dele, terá ao seu lado um homem que não faz uma gracinha, que não sabe o que é brincar, que não tem senso de humor, que pensa tudo como gente grande que é...  FUUUUUUUUUJA, pois homem adulto demais, é um “pé no saco”.
                                          Marly Bastos

terça-feira, 6 de setembro de 2011

POESIA DE LÁGRIMA

                                                                
O vento bafeja quente na pele
O céu ruborizado... Não sei por que razão.
E o sol amarelo que arde ainda no horizonte.
As unhas más da saudade,cravam fundo no coração,
Quereres ferrenhos, voam dentro de mim,
Abrem a gaveta emperrada do tempo...
A recordação se vê livre e voa ...
E eu me torno escrava do passado!

...Nossos corpos nus,
Deixam marcas na areia.
Os gemidos arrancados,
Pegam carona com a brisa.
Nossas digitais ficam marcadas
Nas algas indiscretas.
Visgos dos nossos corpos excitados,
Lambuzam de mel o mar;
Marcas de beijos molhados
Pedem alforria dos corpos de mansinho.
O calor de nossa pele e sol se mescla...
Nós e o sol buscando ninho.
Momentos...Nosso castelo de sonhos
Feitos na areia e de areia!

O destino zomba da alegria!
A areia banhada pelas águas,
São olhos que choram uma dor inesgotável,
Diante do cenário de longos e frenéticos momentos,
Embebedando de prazer recordações...
Que melancolia!
Tarde linda essa...
Nela, tristeza vira canção e da lágrima cai poesia.

Marly Bastos

domingo, 4 de setembro de 2011

A PAIXÃO ADOLESCENTE.


            Ela era uma adolescentezinha com cabeça nas nuvens. Sonhava em ser a Samantha da série “A Feiticeira”, pra organizar a cozinha em uma piscada forte, ou vestir uma linda roupa num estalar de dedo... E sonhava com o vizinho também!
             Ela com os seus treze anos, corpinho delgado, cabelos longos, parecia uma princesa à espera do príncipe encantado. E ele estava ali ao lado. Quando o via de longe, suas pernas tremiam, o sangue subia para as faces branquinhas, e ficava muda. Derretia-se pelos cantos, e ficava olhando pela fresta da janela para ver a hora que ele chegava e saia.
          Domingo era dia de festa e alegria! Ele saia lindo de morrer, com seu short branco com debruns verdes e camiseta do Botafogo. Aiiiiiiiiiii aquela estrela maravilhosa no peito. Não pensou duas vezes, se tornou botafoguense e comprou uma camiseta do Botafogo pra ela, afinal isso ia ser um ponto a mais com o príncipe. A alegria era vê-lo sair de casa para ir jogar e à tarde quando retornava suado.
            Foram horas e horas de tocaias, dias e dias de paixão platônica, meses de sonhos, ansiando pelo dia que ele viria até ela e diria que estava apaixonado... Piscou tal qual “A Feiticeira” mil vezes pra ver se ele aparecia do lado dela (não apareceu...). Mas isso não a fez desistir da paixão.
          Numa tarde linda de um verão, ou outono, ou seria inverno?? Talvez fosse primavera... Bem, foi numa dessas quatro estações que ela estava sentada num banquinho da praça em frente à sua casa que ela o viu vir em sua direção.
          O mundo parou! Não existia mais nada no mundo a não ser aquele garoto moreno, alto, cabelos negros, pernas musculosas que caminhava nos (com)passos do seu coração. Nunca sentiu tanto amor pelo Botafogo como naquele momento vendo aquela estrela no peito do amado. A estrela foi crescendo, crescendo, até que ficou do tamanho da estrela de uma camiseta de um botafoguense.
         Ela levantou os olhos e viu aquele rosto lindo bem ali. Levantou devagarzinho e sorriu, e ele sorriu de volta... O sorriso dela murchou, o coração parou, a alegria contraiu e a paixão correu.  Tudo passou!
              E o idiota continuava sorrindo com aquela casca enorme de feijão preto bem no dente da frente. UMA CASCA DE FEIJÃO PRETO BEM NO DENTE DA FRENTE! Sabe o que significa isso para uma adolescente?  Morte...
         Morreu toda emoção e expectativas guardadas todos aqueles meses, morreu a paixão pelo time do Botafogo, morreu aquelas emoções que faziam as pernas tremerem...
             Porque “cargas d’água” aquela criatura não escovou os dentes antes de ir ter com ela? E ela passou a associar o emblema do botafogo com aquela casca de feijão preto... A vida tem dessas associações!

 Marly Bastos

sábado, 3 de setembro de 2011

VEM CÁ



Vem cá!
Derrame-te em mim por inteiro
Eu desejo o teu gosto e cheiro
Vem! Homem faminto
Dominando meu instinto
Cavalgando em meus desejos
Arrepiando meus pelos

Vem cá!
Acaba comigo em puro êxtase
E faz-me transpirar gemido
Aflorar a libido,
Gemer sussurros
Calar meus urros
Nas ondas dos teus arrepios surfar
Nos teus apelos lambuzar.

Vem cá!
Chega-te a mim...
Apaixonado e furioso
Faz do meu corpo teu repouso,
Seqüestrando meu gozo
Aprisionando meus anseios
Com esse seu jeito assim, sem receios...

Vem cá!
Invada meu corpo inteiro
Quero-te primeiro e por derradeiro
Chega-te a mim, completamente
E me derramarei toda... Docemente
  
Marly Bastos

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

QUISERA EU...

Quisera eu,
Morar nesse teu olhar,
Aconchegar me nesse teu sorriso,
Ter teu nome tatuado na minha sombra,
Dilatar-me nos teus poros...


Quisera eu 
Viver contigo tempos perdidos,
Momentos sonhados e sonhos congelados...

Quisera eu,
Ser os suspiros que cortam tua respiração
Ser palavras esquecidas que se tornam tua canção
Ser a poesia dos teus versos resumidos,
Ser beijo para aliviar essa ruga que te vinca o semblante,


Quisera eu...
 Ser quase você.

Marly Bastos
PS: Para minha querida amiga Patricia Pina que pediu meus versos. Espero que essa você goste. 

Olha que chique, meu amigo Eduardo Munõz  do Blog "La vocal abierta! transcreveu essa poesia para o espanhol. Adorei a gentileza dessa pessoa que é pura fofura!


Quisiera yo,
Vivir en tu mirar
Abrigarme en tu sonrisa,
Tener tu nombre tatuado en mi sombra,
Dilatarme en tus poros…

Quisiera yo
Vivir contigo tiempos perdidos,
 Momentos soñados y sueños congelados…

Quisiera yo,
Ser los suspiros que cortan tu respiración,
Ser palabras olvidadas que se convierten en tu canción
Ser la poesía de tus versos resumidos,
Ser beso para aliviar esa arruga que marca tu semblante,

Quisiera yo... 
Ser casi tú.

*****Gostei tanto do seu poema que faço a tradução na minha língua, para você. Beijos bilingües, menina fofinha.
    Eduardo Muñoz

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

ANJOS DA PENA

           Adoro quando consigo provocar o meio sorriso nos lábios de quem me lê. Ou quando notam minha sensibilidade, pois a beleza está além dos olhos de quem vê, como também está na alma de quem sente. Para mim, sensibilidade é transformar em arte o caminhar de uma mulher empurrando o carrinho do supermercado, transformar a expressão de dúvida feminina ao ler o rótulo de um enlatado, em poesia; captar a sensualidade no escolher de um maracujá... É admirável a arte de poetizar as minúcias femininas sem parecer vulgar ou sedutor barato.
          Admiro a leveza da escrita, o drama poético, o humor da crônica e o louco que a escreve... Admiro a escrita, humorada, sensual,  poética, ou mesmo quase profana, sem perceber, sem querer...
          O bom do escrever é exatamente quem lê se sentir personagem da leitura que faz. O escritor é um retratista gráfico, e quando é capaz de transladar o leitor para suas imagens gravilhadas, é porque  ele tem na alma o sublime dom da comunicação através do sonho e da fantasia. Ele é capaz de dar asas imaginárias ao leitor.
          O Dom de emocionar é dado ao escritor. Ele escreve coisas que nos tocam a alma, nos enchem de certezas, nos fazem sentir que não somos únicos com certos sentimentos. A saudade do texto é a mesma que me invade quando o leio, a alegria, a emoção, a tristeza que faz a lágrima rolar... Encanta-me quem pode emocionar através da escrita, ou de igual forma divertir.
          Quando eu era criança ficava imaginando como era o ser fantástico que escrevia o que me encantava, até que um dia fui premiada com o projeto “Escritor e Leitor” e pude conhecer alguns escritores brasilienses, e sinceramente me pareceram anjos não com penas, mas “Anjos da Pena”, que enchiam as  páginas dos livros com histórias que me faziam viajar sem sair do lugar. Ainda viajo, quando me deparo com boas obras, aquelas escritas com a alma, que vai decifrando fatos, traçando sonhos, creditando experiências, retratando vidas e sentimentos.
Marly Bastos