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sábado, 30 de abril de 2011

QUE TENHAS UM DIA DE ROSA!

Hoje amanheci rosa. Pronta pra embelezar o mundo com meu sorriso, com minha simplicidade e doçura.

Amanheci rosa para que o perfume das minhas palavras possa alcançar corações tristes, e que elas se transformem em orações àqueles que andam, sem ânimo e força para clamar.
Amanheci rosa para que eu possa mostrar que mesmo em formosura e beleza, a vida tem espinhos, que deixam cicatrizes de dores, de guerras, de perdas, de sentimentos não correspondidos, de doenças, e de toda agrura que o viver traz. Todavia, quero que saibas que, mesmo achando que tua vida seja amarga e indesejável, têm muitos à sua volta que dão um pouco da vida deles por um simples sorriso teu, uma palavra de carinho, um olhar mais profundo...

Amanheci rosa, para incentivar-te a olhar para o teu jardim e ver, quantas outras rosas e flores faz parte dele. E sinta-te, flor privilegiada por ter um jardineiro tão zeloso, Nosso Pai Celestial, que te veste com as mais lindas roupas, te oferece o mais delicioso perfume, envia-te a mais carinhosa brisa, alimenta-te com o mais amoroso sol, sacia-te a sede com o mais puro orvalho. O dom da vida, Ele nos dá e ainda nos sustêm. Tenhas como eu um dia de rosa!
Marly Bastos

sexta-feira, 29 de abril de 2011

... APENAS DOAR-ME À TI.


Estou calada, esquecida, como a minha boneca de infância. Estou cheia de cismos e de pensamentos vãos! Crio circunstâncias, mudo de opinião, refaço o jogo, e acho que sempre estou perdendo e sendo trapaceada.
Dei a minha melhor cartada... Não perdi, mas também não ganhei. Não quero compreender, não quero aceitar. Essas palavras não cabem mais no meu vocabulário... Eu quero amor, quero cenário!
Deste-me o teu melhor carinho, dividiu comigo as tuas fantasias, teus desejos, teus medos. Sei que deu muito de ti... E roubou tanto de mim! E o que não roubou eu dei...
Perguntaste-me o porquê do meu total doar, e agora vou tentar te explicar:
... Queria que me desvendasse
... Queria que tivesse o meu melhor
... Queria que me descobrisse
... Queria que se apaixonasse
... Queria você pra sempre,
Apenas queria... Afogar-te nos meus beijos, arrebatar-te na tormenta dos meus olhos, capturar-te na essência da minha alma, e fazer-te menino feliz nos meus montes, vales e depressões... Foi apenas querer.

Marly Bastos

quinta-feira, 28 de abril de 2011

NAO SEI, SE NÃO SEI.


Não sei se não sei o que sinto. Às vezes sinto que minto pra mim mesma. Fujo do doce amargo das frias conclusões, dos turbilhões que a tela irreal tece da vida.
Preciso repintar minha história, colocar em evidência as relíquias reprimidas e buscar a mulher em mim, que me foi dada de presente, para amar e para viver de amor. Sem deixar-me abater pelas horas, que partiram a vida em sonhos, e transformaram meus sonhos, em realidade nua e crua...

Marly Bastos

DO TEU UNIVERSO...

Deixe-me ser,
A dama solitária, que flutua nua,
No infinito do seu cosmo louco!

Deixe-me ser,
As estrelas entrelaçadas
Que dançam no ar
Sustentadas pelo abraço forte,
Do teu sistema pleno!


Deixe-me ser,
As nuvens leves e claras
Embaladas pelo teu sopro vento.

Deixe-me ser,
O micro e o macro da vida
Do teu espaço verde e azul celestial,
Compostos por pássaros, cores e flores,
Lindas borboletas ,colorindo tua beleza natural.

Deixe-me ser,
A esfera terra,
Que abriga o calor do teu amor sol...


Deixe-me ser,
Tua mais perfeita gravitação!
O teu centro, teu eixo, teus pólos,
Parte essencial da sua imensidão.
Em ti quero ser,
UNI...VERSO.

Marly Bastos

quarta-feira, 27 de abril de 2011

VONTADES QUE INVENTEI...














Sabe aquele olhar de carinho?
Foi pura imaginação...
Inventei uma viagem sem caminho,
Para fugir da solidão!

Foi sonho as carícias trocadas,
O profundo beijo que não ganhei
As juras de amor sussurradas,
Foi vontade que inventei.

Criei o vazio que me envolve,
Das horas que do teu lado não fiquei.
Quantas respostas sem perguntas,
Para o espaço eu retruquei...

Dormi noites acordada,
Rolando no vazio dos teus braços,
Imaginação, invenção... Tudo por nada
Onde deveria estar você, só consigo ver espaços.
Marly Bastos

ALASTRANDO A VONTADE.


O teu olhar profundo me prendeu!
Fez-me suspirar pelos cantos,
Perdida fique em pensamentos.
Onde está agora o meu eu?

Aquele beijo na face deixado...
Meus sentidos como uma flor se abrindo
Sentindo teus lábios como borboleta pousando,
E por receio ou medo, foi logo fugindo...

As palavras tão singelas pronunciadas,
Abrindo a janela da alma aguçada
Nos pensamentos, como correntes arrastadas
Do pouco dito, ficou apurada.

Um não, um talvez, ou um quem sabe,
Em secreto uma vontade se alarga,
Mesmo sem nunca ter sua presença
Sinto a ausência... Uma dor tão amarga!
Marly Bastos

terça-feira, 26 de abril de 2011

JANELAS DOS SENTIDOS





Abres a janela dos meus sentidos,
Com a luz que propagas
Devagar, teu arco-íris adentra,
Dando cor à minhas íris,
E minhas meninas tremulam...

Ecos da tua voz,
Entorpecem minha audição
Invade meu labirinto,
Busca meus segredos,
Descobres-me sem saída...

Meu coração, seduz-te no ritmo da batida
Todo meu tato é o teu contato.
Tateias-me os pudores, despudorado.
E minhas janelas, continuam abertas...
Brechas que te esperam.
Marly Bastos

DIGA-ME




















Olhes dentro dos meus olhos, devagar
Diga-me, se não me quer amar!
Leves meus beijos na tua saliva como memória,
Diga-me que meu sabor é sensação transitória!
Consegues?

Sintas meu corpo sobre o teu...
Diga-me que tu não és meu.
Arrepies com o toque da minha mão.
Diga-me se me quer de novo, ou não.
Sei que não consegues!

Marly Bastos

segunda-feira, 25 de abril de 2011

MARIONETE DE MIM


























Sinto-me de mim mesma, marionete...

Pedaço de vida que o destino debulha,
Joguete de sentimento que borbulha.

Dilato-me numa angústia sem causa, sem guarida,
Sofro por algo que não sei se sinto e fico perdida.

Embriago-me em um amor que não tenho... É ilusório
E fujo desenfreada de algo que não me persegue... Alucinório!

Sou às vezes formada por dúvidas insanas,
Por palavras mudas, choradas e profanas.

Sou faminta pelo que recuso ter,
Sou saciada por algo que nunca me alimenta o ser...

Marly Bastos

domingo, 24 de abril de 2011

MANDUCANDO A VIDA

Minha loucura é indizível...

Sou totalmente solitária em meio
à multidão,
E encontro a companhia perfeita
na solidão.

Minha mente, é povoada por fantasias
instáveis,
Que concretiza sonhos
inconfessáveis.

E nessa irrealidade, vive a minha
filáucia
Envolvo-me em numa tênue linha
fictícia;

Num manducar lento, da vida
manobreira,
Entre a loucura e o amor da lucidez
derradeira...

Marly Bastos


*filáucia: amor por si mesmo/ *manducar: comer, mastigar,ruminar

DOCES MENTIRAS


















Suas doces mentiras...
Tão doces!

Absorvo-as como a abelha
Toma o néctar da flor.
Doces como o mel... Doces mentiras.

O mel dos meus olhos
Suga o mel das suas palavras.
Palavras vãos, mas doces...
Apenas palavras levianas!

Ah!... Entorpecem meus sentidos.
Palavras mentirosas, vãs, levianas, entorpecentes...
Tão doces... Como criança as quero,
Como mulher as venero,
E que se transformem em verdade, espero.

Marly Bastos

SELINHO DO BLOG AMADEIRADO, DA AMIGA LENA, EM COMEMORAÇÃO AOS 300 AMIGOS

SEM CONTRAMÃO

Todos os meus sentidos

Correm na mesma direção:

Você!

Atropelam-se, mesclam

Formando o caos da emoção...

Reboliço nessa estrada vivencial:

Tudo explícito,

Sem faróis de advertências,

Onde tudo me é lícito,

Todavia nem tudo me é conveniente...

Os sentidos que vão num mesmo caminho,

Urgentes, desenfreados

Em busca talvez do nada...

Ou descobrindo tesouros enterrados...


Marly Bastos

sábado, 23 de abril de 2011

JÁ NÃO VEJO QUEM EU VIA




A melhor idade é a que temos! Bobagem isso de dizer que essa ou aquela idade é a melhor. Viver agora. Já! Essa é a melhor fase pra se viver. E eu já cheguei à conclusão de que nunca estamos velhos. Velho é alguém que tem mais ou menos outro tanto da nossa idade... Sempre foi assim.

Aos dez anos eu achava que ia demorar um bocado de tempo pra ter aquela idade fabulosa dos dezoito anos. Aí sim ia ser independente, ser adulta, ser gente. E demorou mesmo! Aquela banguelice que parecia não ter fim, e quando me apontaram os dentes, pareciam que não caberiam na minha boca. Sentia-me a própria “Mônica”, do Maurício de Sousa.

Tem uma fase na vida da gente, que não somos nem isso e nem aquilo, essa se chama adolescência (ou aborrecência). Quando eu era incumbida de fazer uma tarefa, sempre diziam:” Isso você dá conta de fazer, afinal já é uma mocinha!.” E quando eu queria fazer algo que não aprovavam diziam: ”Não pode, pois você ainda é uma criança...” Descobri que eu era quase adulta, quase criança. E quase nada compreendida. Os pés e mãos ficaram enormes e o nariz cresceu mais ainda. Ainda bem que menina não fica com aquela voz esganiçada, como a dos pobres meninos. E roupas? Nada fica bem! Seios que estão indefinidos, falta quadris, penas finas, o cabelo sempre parece de um adulto jogado na cara de uma criança. Não tem outra palavra: Ficamos desengonçadas!

Lá pelos quatorze anos ficamos melhorzinhas, mas aí vem a fase do ridículo! É um tal de amontoar uma nas outras e rir de tudo (e de nada...), parecemos nessa fase um bando (ou alcatéia) de hienas. E passamos, do riso ao pranto com a maior naturalidade. Adolescente adora sofrer! Época em que achamos que ninguém nos ama, ninguém nos entende. Ninguém nos entende mesmo... Nessa fase nem eu me entendia (e hoje ainda não me entendo). Ser adolescente de novo? Nem se pudesse...

Então, chega o tão sonhado dezoito anos! E sabe o que muda?? Nada!!! No meu tempo começava a pressão pra casar! Vinha todos os parentes perguntarem pra quando era o casório ( e eu nem tinha namorado), afinal já estava passando da hora. “Moça velha não casa, heim??” Era o irritante comentários das tias carolas. Só sei que depois dos dezoito a vida passou voando, nem sei ao certo em que época fui mais feliz. Vivi muito depressa os meus anos e quando cheguei aos quarenta, assustei! Comecei a fazer confusão com datas. Tinha sempre que contar a partir do ano do meu nascimento pra saber em qual idade eu estava (sabe aquela coisa chamada inconsciente? Acho que ele fazia com que eu esquecesse quantos anos já tinha vivido). E o incrível é que os efeitos da idade sempre são mais evidentes nos outros. Eles sempre parecem mais velhos que a gente, mais acabadinhos... Quando esbarrava em uma colega dos anos idos, ficava pensando “a vida dela não deve ter sido boa, está bem mais desgastada que eu...” Na verdade, o que acontece e que nos acostumamos com nossa gasta imagem no espelho. Envelhecemos lentamente e não percebemos os cabelos brancos que vão sendo acrescentados, as rugas que vincam a pele, a saúde que já não é mais a mesma, o corpo não tem a mesma elasticidade... Parece que a gente vai murchando como uma flor... O arranjo no vaso já não é tão formoso e não percebemos.

O fato é que eu não vi o tempo passar. E ainda continuo a achar que velha é a pessoa que tem o dobro da minha idade. Sei que já não tenho a formosura da rosa recém colhida, todavia exalo ainda o perfume maduro da flor que fenece lentamente no jardim da vida. Tenho o bom humor que a idade traz, e isso é uma preciosa qualidade que faz a sua companhia ser almejada e querida. Não “pago mais mico”, na verdade eu os compro e não me preocupo em parecer idiota diante de certas circunstâncias, pois descobri que ninguém é perfeito, ninguém sabe tudo, ninguém nunca erra, se assim fosse não seria humano.

No amadurecimento, a gente se apaixona pelo intelecto das pessoas, pela disposição no cotidiano, pelo riso solto, pela vontade de viver. Tem que ter uma certa postura diante da ditadura da boa forma física, da aparência impecável. Ou você se olha no espelho e aprende a gostar do que vê, ou será uma velha correndo atrás da eterna juventude. “Toda vez que eu olho no espelho, já não vejo quem eu via...” Não vejo, e não tenho saudades daquela imagem. Claro que uso os melhores cremes antissinais, tintas para os cabelos, massagem para conter as celulites, academia para ajudar nas articulações e respiração, mas eu me aceito nos anos que tenho, e de forma alguma minha vaidade renega essa idade. Ótimo pra mim quando falo minha idade e dizem “nossa menina, me ensina onde é a fonte da juventude que eu vou lá beber dessa água.

Recrio minha estória em cada esquina da vida, e hoje realmente não vejo mais quem eu via, mas como disse no início do texto, a melhor idade é a que temos e então termino dizendo que estou melhor, melhor e melhor!
Marly Bastos

BORBOLETAS, FONTE E VERSO.



Borboletas...
Presas no ventre se vão,
Livres em seu fugaz espaço,
Em momento sem razão.

Fonte
cristalina...
De ti, jorra fluente,
Dando vida por onde serpenteia,
Com o borbulhar de suas águas incendeia.


Verso...
Nessa hora divaga solto,
Se perdendo com prazer
E sem medo.
Nos minutos espichados,
E sem segredo.


Marly Bastos

Mimo em forma de versos do poeta Ulisses, do blog Ulisses Reis Poemas.

Olhar

Tem olhar marcante
Desde menina é travessa
Tem asas na cabeça
Se solta e não tem amarras
Ela é linda e não amarga
Ela esta e é modesta e faceira
Ela tem um jeitinho de feiticeira
Fica guardado aqui o encanto
Que vi
Ela tem duas línguas
E desdobra e a Mestra da Psique
O que mais alguém pode ter
Esse olhar profundo e dizer
Muito prazer e te conhecer
Ulisses Reis®
23/04/2011

OLHAR CONTEMPLADOR

Saciedade chega sorrateira,
Os cílios que languidamente
Adormecem...
O coração tranquilo pulsa.
Tantos sorrisos nos lábios
Permanecem,
Revelando toda a alegria do prazer.
Já quase adormecida nesse delicioso
Torpor,
Entre o marasmo do sono,
Vejo-te como olhar lindo
E contemplador...

Que foi amor?


Marly Bastos

sexta-feira, 22 de abril de 2011

CARTAS MARCADAS













Jogo do vai-e-vem...
Faz-e-desfaz...

Não há perdedor ou vencedor,
Competição audaz!

Compartilhamos as astúcias do jogo,
Sem regras e nenhum nexo.

Cartas marcadas...
Viciadas no prazer do sexo.

Marly Bastos

JESUS CRISTO COELHO! Um texto delicioso de ler e bem crítico quando a comemoração da páscoa nos dias atuais.

-Papai, o que é Páscoa?
- Ora, Páscoa é... bem... é uma festa religiosa!
- Igual ao Natal?
- É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.
- Ressurreição?
- É, ressurreição. Marta, vem cá!
- Sim?
- Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu jornal.
- Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu?
- Mais ou menos... Mamãe, Jesus era um coelho?
- Que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola? Deus me perdoe! Amanhã mesmo vou matricular esse moleque no catecismo!
- Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus?
- É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Você vai estudar isso no catecismo. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.
- O Espírito Santo também é Deus?
- É sim.
- E Minas Gerais?
- Sacrilégio!!!
- É por isso que a Ilha da Trindade fica perto do Espírito Santo?
- Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas se você perguntar no catecismo a professora explica tudinho!
- Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?
- Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presente ele traz ovinhos.
- Coelho bota ovo?
- Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais!
- Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?
- Era... era melhor, sim... ou então urubu.
- Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né? Que dia que ele morreu?
- Isso eu sei: na Sexta-feira Santa.
- Que dia e que mês?
- (???) Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na Sexta-feira Santa e ressuscitou três dias depois, no Sábado de Aleluia.
- Um dia depois!
- Não, três dias depois.
- Então morreu na quarta-feira.
- Não! Morreu na Sexta-feira Santa... ou terá sido na Quarta-feira de Cinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois! Como? Pergunte à sua professora de catecismo!
- Papai, por que amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua?
- É que hoje é Sábado de Aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
- O Judas traiu Jesus no sábado?
- Claro que não! Se Jesus morreu na sexta!!!
- Então por que eles não malham o Judas no dia certo?
- Ui...
- Papai, qual era o sobrenome de Jesus?
- Cristo. Jesus Cristo.
- Só?
- Que eu saiba sim, por quê?
- Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha?
- Ai Coitada!
- Coitada de quem?
- Da sua professora de catecismo!


Luis Fernando Veríssimo

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A DOR, DÓI SIM!



Se a dor é tão abstrata
Porque é tão palpável nas lágrimas
Quando choro, sentida?

A dor é sentimento e é sentir!
Em ferida na carne é dor latente
Quando pulsa na alma
Só dói no espelho da gente.

Dói tão intensamente
Essa dor que no meu imo mora
Que me mata lentamente...

E essa tristeza no meu sorriso?
Pranto que escorrem em formas de versos
São marcas poeticamente traçadas
É saudade, é vontade. São desejos perversos.

Quando a dor embrutece o alento
E as lágrimas lapidam a alma
Nela desabrocha, melhor sentimento.

Marly Bastos

DIMENSÃO DO PRAZER


É na imantação dos teus estilhaços
Que me prendo em sensações.
E na explosão da sua volúpia
Inebrio-me, e jorro emoções.

Degusto teu sabor extremo,
Com sede e fome voraz.
Deglutindo o que me é dado e tomado
... Sentir-te os poros sou capaz.

Tateamos, saboreamos... Incandescência
Nosso interior- poços inflamáveis
Sentidos já quase vencidos...
Desejos vencedores, incansáveis.

Marly Bastos

JESUS NO GETSÊMANI - O mais importante, é que Cristo venceu a morte para nos dar eterna vida.

Jesus no Getsêmane foi ligado,
E pelos ímpios foi arrastado
A corte, onde foi muito insultado,
E atingido, por meu pecado;
E a sentença da turba foi o brado:
"Que seja Cristo crucificado."
Vituperado e flagelado
Jesus sofreu o meu pecado.

Então, na cruz, foi o Cristo pendurado
E duma lança foi traspassado;
Ali estava Jesus ensangüentado,
Por meus pecados atormentado!
"Deus meu, Deus meu,
por que tens m'abandonado?"
Clamava Cristo crucificado;
"Perdoa o povo tão enganado,
Que cometeu um tal pecado".

Depois Jesus Cristo foi da cruz tirado,
E ao sepulcro foi carregado;
Por santos, Seu corpo foi embalsamado,
E entre ricos foi sepultado;
Estando Cristo Jesus já enterrado;
O Seu sepulcro foi bem guardado;
Após três dias, Jesus amado.
Da morte foi ressuscitado.

Canto extraído da Harpa Cristã.
Feliz Páscoa a todos e que Deus, em Cristo Jesus, faça renovo em tua vida.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

DESBOTANDO


N
ão se deve parar diante das agruras da vida, tem que ser forte! "É preciso suportar duas ou três larvas para se ver as borboletas".
Tudo isso? Acho que quero ser lagarta mesmo. É mais fácil. Daquelas coloridas de preto, branco, amarelo e vermelho. Bem colorida! Senão não serei eu. É que sou como a poesia de Neruda, como as cores dos montes, das plantas, das flores, daí eu ser tão fascinantemente colorida por dentro. Por fora eu diria que sou colorida na medida certa (às vezes exagero, fico o que chamam de “perua”...Dane-se). Meu mimetismo me torna uma camaleoa com as cores do mundo, da paixão, do desejo, do amor, tal qual a canção do Caetano que diz
“Rapte-me camaleoa
Adapte-me a uma cama boa
Capte-me uma mensagem à toa
De um quasar pulsando loa
Interestelar canoa...”

Esse meu colorido lagarta, faz meu príncipe achar que está aquém da capacidade de cuidar por completo de mim, diz que sou uma fascinante espécie feminina... E se é assim, não quero ser colorida por demais. Quero desbotar, quero estar descorada pela chuva de verão.
Dizem que desbotar-se é bom, faz bem, pois significa mudança, e logo, logo, as cores voltam a brilhar, é só uma questão de tempo... Tudo faz parte de um ciclo, e desbotando, a gente fica mais escondidinha, mais reservada, tem mais tempo para conjecturar, para repensar, para analisar, e porque não para poetar? Que o meu desbotar seja externo, pois por dentro quero reter todas as cores da vida, o brilho da paixão e s nuances sutis do amor.


Marly Bastos

terça-feira, 19 de abril de 2011

A ROSA


"Havia muitas rosas no país do pequeno príncipe, mas nenhuma como aquela. E o príncipe admirou a beleza e o inigualável perfume daquela rosa diferente. Mas temeu os espinhos. Eram muitos, e ele preferiu a contemplar de longe, deixando-a sozinha em meio a tantas outras rosas. O príncipe sabia que as rosas perfumadas têm muitos espinhos e que ferem, mesmo sem querer, as mãos que as cuidam.”

A rosa única e diferente de todas, estava em outros limites, não pertencia aos do príncipe. Ele a admirava por sobre a cerca, ficava ali sentado naquela divisa sem querer aproximar, temeroso por invadir a divisa que não era dele. E assim, o príncipe com olhos cumpridos e tristes ficava lá a contemplá-la.

Via o vento sensual lhe acariciando as pétalas, a brisa suave que brincava de balançá-la, o sol que a aquecia e fazia desgrudar dela o aroma, que ele ansiava sentir. O vento a brisa e o sol, não tinham medo dos seus espinhos, mas o príncipe temia machucar suas mãos ao tocá-la...

Então o príncipe decidiu que ia somente admirá-la para sempre, reverenciar sua beleza, esperar que o vento matreiramente tocasse em sua direção o aroma da rosa. Todavia, pra sempre não existe, pois é somente o tempo que dura e nada mais...

Aquela rosa única na textura, cor e essência, que tremulava ao sabor do vento, foi aos poucos se despetalando, esperando ser colhida... O príncipe? Continuava ali na divisa, entre o enlevo e o receio. Da rosa, pétala por pétala foi caindo, a formosura se transformando em sequidão.

A rosa única se foi, era agora apenas uma haste seca no meio de um jardim qualquer, nem seu jardineiro a quis para adorno, e nem o príncipe a colheu. Num dia lá estava ainda a rosa, e no outro um talo seco e sem vida, sem cor, sem perfume, pois nada dura para sempre. Nem a rosa, nem o jardineiro e nem o príncipe, pois sempre é passageiro...
Por que?
Marly Bastos

AMOR SEM AMBIÇÃO



Meus lábios continuam reclamando,
A carência do teu beijo que liberta a alma...

Faltam palavras que expressem,
Esse meu profundo esvaziamento...
Cala o meu coração sem calma,
Gritos doridos, ficam presos no sofrimento,

Entre o tudo e nada de quem ama.
Verdadeiro desafio de querer sem ambição,
Que me exalta e bendiz,
Que me difama...

Marly Bastos

MUNDO ENVOLVENTE

Somos cúmplices na criação
De um mundo envolvente,

Respiramos o ar que

Entorpece,

Fascina

E inebria...

Interpretamos os caminhos
Desse inefável desejo.

Estudamos do amor,
A sublime anatomia.

Marly Bastos

segunda-feira, 18 de abril de 2011

FARTO DESERTO.

Tua boca a muito me deixou

Teu riso agora desconhecido em mim...

Os olhos que amei já estão longe,

Andam distantes do meu assim.

Estou sozinha num farto e gasto deserto...

Até sua miragem que me acalentava já se foi

No redemoinho da amargura que tudo leva.

Queria tanto recuperar o oásis tão certo,

Que levaste sem ao menos me pedir!

Marly Bastos

ATRELADA À VIDA


Passo a viver de instantes
Sentindo a essência das coisas
Morrendo de pouquinho
Vivendo pedacinhos.

Deixando os dias irem soltos
Aquecidos pelos meus sonhos
Esfriados pelas decepções.

Amo a vida e não a deixo partir só
Vou atrelada a ela,
E se ela vai muito ligeira,
Burlo o seu caminhar
Ainda não quero ver a última curva,
Tenho muita estrada pra caminhar...
Marly Bastos

domingo, 17 de abril de 2011

E VIVA EU! VIVA!

Depois de uma certa idade, fazer aniversário torna-se um inconveniente, pois as inúmeras velinhas denunciam a sua idade avançada e ainda tem sempre um engraçadinho que tem paciência para contá-las (e em voz alta). Tem gente que não se manca!

Eu digo sempre que mulher não tem idade e sim maturidade. Sou uma mulher madura. E como toda mulher madura, ultimamente tenho me achado aconchegante, macia (umas pessoas sem discernimento dizem que é flacidez).

Mulher madura tem cheiro maravilhoso, apetitoso, como fruta madura, que atiça a vontade pelo aroma que exala. Sempre ouvi isso, e notei que depois da minha madures esse cheiro ficou mais evidente, mais marcante. Então, falo por experiência.

Os cabelos é um caso sério... Mas nada que uma boa tintura não resolva, e contrariando o dito popular que alarde: “mulher não fica velha e sim loira” eu resolvi pintar de vermelho as minhas madeixas loiras, ficou bom só que ainda não me acostumei, mas pra fugir do ditame maldoso valeu. E você deve estar pensando que eu esqueci das rugas né? Bem... Os vincos que vão aos poucos marcando a pele é fruto de pedacinhos de vida, de tristezas e alegrias (rir também causa ruga sabia?). Enfim fazem parte da vida, e mostram que você é uma pessoa abençoada por ter chegado àquela ou essa idade.

Ah! Não devo esquecer o mais importante: EXPERIÊNCIA! Essa sem dúvida é o “As de copa” que toda mulher madura tem nas mangas, e com essa carta sabe como movimentar o jogo. Tudo bem que um traseiro novo e bem feito chama atenção; seios turbinados fazem os olhos masculinos virarem; carne duras fazem os marmanjos se torturarem no imo; mas uma boa conversa, daquelas leves, cheia de humor, de “bate-pronta” somente alguém com experiência é capaz de sustentar. Homens inteligentes, gostam de conversas inteligentes, e essa característica a mulher madura tem de sobra. Sabe prender à atenção com a sabedoria e com isso se fazer desejada. É, a maturidade trás esse benefício.

A mulher madura sabe a hora de falar e se calar, de reconhecer o erro e voltar atrás, a hora de ser reservada e se abrir como flor ao sol matinal para o seu colibri. Ela sabe os caminhos que levam ao prazer, sabe o que gosta, como gosta e porque gosta. Ela não se rivaliza com o futebol do amado, nem com a sua conversa de bar, pois tem a segurança de que nada é ameaça entre ela e o seu bem; não fica “emburrada” por ninharias, geralmente enfurece mas, não desce do salto (e se desce, sobe nele rapidinho...).

Hoje encerro mais um ciclo da minha vida, e fazendo um balanço dos anos que já vivi, constato que tenho uma vidaem abundância: Uma família maravilhosa, um emprego que amo de paixão, amigos que me são caros e uma fé inabalável em Deus.

Olha, sem intenção de me gabar(sei que não vai acreditar nisso) mas não é toda mulher que completa seus anos (mais de 40 e menos de 50) com saúde, beleza e com carinha de princesa como eu. Olha nasci cheia de modéstia, e acho que deu para reparar que os anos podem ter passado, mas ela continua inabalável (sic, sic).
#Um texto para que eu me lembrar e convencer de que hoje fiquei ainda mais doce e mais madura. Não estou ficando velha... Não estou ficando... Não estou...Não... Marly Bastos

sexta-feira, 15 de abril de 2011

SEM ALENTO...










As emoções, continuamente brigando... Que ironia!
Estou entre a revolta e paz do instante,
Sozinha numa prece incontida: Socorro distante.
Solidão absoluta, da vontade quebrada.

Cala-te meu cântico e melodia: Bem devagar...
Quero esvaziar minhas lágrimas, e de alegria me embriagar.
Quero arrancar a face da angústia agora,
Quero transpor meus limites, quero ir embora;

Vencida, perdida na forma do teu amor que é meu alento,
Apenas uma estrela, no escuro deserto sem vento,
Imensidão sem nada... Somente eu e meus sentimentos,
Não revelo minhas intenções, deixo tudo em pensamentos!

Marly Bastos

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O BOM DO ESCREVINHAR É ISSO E MAIS ISSO... É QUASE TUDO!


A
doro quando consigo provocar o meio sorriso nos lábios de quem me lê. Ou quando notam minha sensibilidade, pois a beleza está além dos olhos de quem vê, como também está na alma de quem sente. Para mim, sensibilidade é transformar em arte o caminhar de uma mulher empurrando o carrinho do supermercado, transformar a expressão de dúvida feminina ao ler o rótulo de um enlatado, em poesia; captar a sensualidade no escolher de um maracujá...
Admiro a leveza da escrita, o drama poético, o humor da crônica e o louco que a escreve... Admiro a escrita, quase sensual, quase poética, ou mesmo quase profana, sem perceber, sem querer...
O bom do escrever é exatamente quem lê se sentir personagem da leitura que faz. O escritor é um retratista gráfico, e quando é capaz de transladar o leitor para suas imagens gravilhadas, ele tem na alma o sublime dom da comunicação através do sonho e da fantasia. Ele é capaz de dar asas imaginárias ao leitor.
Quando eu era criança ficava imaginando como era o ser fantástico que escrevia o que me encantava, até que um dia fui premiada com o projeto “Escritor e Leitor” e pude conhecer alguns escritores brasilienses, e sinceramente me pareceram anjos não com penas, mas “Anjos da Pena”, que rasgavam as páginas dos livros com histórias que me faziam viajar sem sair do lugar. Ainda viajo, quando me deparo com boas obras, aquelas escritas com a alma, que vai decifrando fatos, traçando sonhos, creditando experiências, retratando vidas e sentimentos.
Marly Bastos

terça-feira, 12 de abril de 2011

MEU RUMO


















Fico parada em devaneio
Deixando-me levar pela ilusão de um sonho
Acercada de um desejo incontido
De dividir alegrias perenes e pequenas.
Teu amor é flor que desabrocha no inverno...
Raro,único, forte!
O deslizar dos teus lábios em mim
É o melhor caminho do mundo,
O mais excitante e o mais perigoso
Longo, cheio de prazer e sinuoso.
Rio que deságua nos meus delírios,
Que navega nos meus desejos!
És meu norte, minha vela...
Eu passageira sem rumo, sem destino,
Guiada pelo leme da sua vontade
Impulsionada pelo vento que varre o tempo.
Sem nó, sem amarras,
Passo por aqui, ali e faço distâncias...
Deixo rastros, estou pronta a ceder lugar,
Ao “amor-perfeito” que feito em sensações
Enfeita a vida e a torna mais bonita...
Não há lugar para a ausência da cantiga,
Contigo vou aprendendo a aprender a vida!
Marly Bastos

segunda-feira, 11 de abril de 2011

AS COISAS DA INFÂNCIA TEM OUTRO SABOR!


Depois da infância, eu experimentei muitas coisas das quais me lembrava como sendo muito boas, e descobri consternada que o sabor especial é específico do palato infantil. O bolo que minha avó fazia tinha um sabor “de quero mais”. Era simples, o sabor diferente ficava por conta de quem o saboreava, acho que na verdade era igual ao de padaria.

Esses dias fui apresentada novamente à marmelada do cerrado. Lembrava-me dela doce, suculenta, exótica, fruta de dar água na boca... Comi, e quase a coloquei pra fora! Agora achei-a feia, sonsa , esquisita e tinha bicho! Meu pai, para acabar de vez com minha ilusão, disse que quase todas “marmeladas do mato” quando amadurecem tem bicho. Então devo ter comido muito bicho... Acabou a vontade e aquela lembrança de coisa gostosa!

Comíamos resina das árvores, não por ser gostosa, mas porque éramos crianças e gostávamos de provar as coisas. Com certo nojo provei resina de árvore esses dias, e decepcionada descobri que não tem gosto de nada! Talvez, micróbios, bactérias e fungos (Eca!!). Ahhh! O picolé de groselha era uma delícia... Era! Hoje se tiver que engordar com alguma guloseima, com certeza não entrará na minha lista, esse talzinho. E o chiclete ploc?? Não consigo entender como conseguia mascar algo tão duro!
Decepcionei-me com os sabores da infância! Na minha boca já não são tão doces e suculentos.
As brincadeiras de roda, pique-pega, pique-esconde, passar anelzinho, jogar biloquê, bolinas de gude, finca, pular corda até ficar suada. Tudo é passado!Naquela época, ficávamos esperando o fim de tarde pra poder brincar até não agüentar mais, gastar energias. Tanta euforia que parecíamos periquitos em pé manga madura. Isso era bom, não havia crianças deprimidas, com colesterol alto e com diabetes(se tinha a gente nem sabia)! Meus filhos já não conheceram mais essas brincadeiras, pois a era digital tomou espaço no cotidiano deles. Disso eu tenho saudades! Quando conto para eles como eram as brincadeiras, ficam com cara de quem ganhou camiseta no aniversário ( aquela cara de “que saco”, embora a boca diga “legal”). Não acham interessante. Afinal o Messenger, Orkut, e outros sites de relacionamentos são o hit do momento. Isso sim é ser descolado.

Alguns dias atrás, aconteceu a feira cultural no CAIC(Centro de Atendimento Integral a Criança) e resolvi “pagar mico” e resgatar as histórias da infância. Professores fantasiados de tudo quanto é personagem! Lindo, lindo! Vesti-me de Branca de Neve, embora faltassem os cabelos pretos e os anões... Os jovens me confundiram com Cinderela, Chapeuzinho Vermelho, Fada e até com o Super-Homem. Todavia, as crianças da nossa comunidade escolar reconheceram os personagens, embora eu em alguns não tenha também reconhecido. Constatei que essas crianças, por não terem computadores, nem jogos, nem DVD, ipod, ou mesmo televisão, procuram outras formas de se divertirem e como tal, usam muito a biblioteca da nossa escola. Isso quer dizer que são forçados a buscar o “velho”, o ultrapassado. E com isso saem ganhando. Afinal ler é a maneira mais eficaz para viajar na imaginação, para criar, para escrever e para se comunicar.



Não tenho vergonha de dizer que realmente acreditava em Cegonhas, em Papai Noel e na Fada dos Dentes. Chorava de dó da pobre Cinderela, morria de raiva da madrasta malvada da Branca de Neve e colocava o dente arrancado debaixo do travesseiro para ganhar uma moeda da fada... Podia até ser “sem noção”, mas vivi minha infância com minhas fantasias e sabores que hoje os jovens e crianças desconhecem. Hoje nem a boneca Barbie tem vez, quanto mais as de pano que fazíamos para brincar. Eu tinha medo do doido que jogava pedra, ou da Maria Sapo que era muito feia, boba e gostava de sapos (por isso o apelido). E hoje? Na atualidade há pedófilos, tarados, seqüestradores, gangues e drogas. Sai ileso, quem tem uma formação melhor e uma família estruturada.

Perdi-me no texto e contexto, mas achei um pedaço de mim escondido no baú da saudade. Pus-me a refuçar tudo, e achei lá no fundo, a voz mansa do meu pai contando a história do “Príncipe do Lodo”. Seria o Sherek em uma versão atualizada?? Deve ser...
Marly Bastos

domingo, 10 de abril de 2011

AFINIDADES...

O sangue ferve no beijo molhado...
Na fricção do prazer encontramos afinidade.
A dimensão do momento chega à dor!
O tempo dorme... O relógio marca a eternidade.

Gemidos, calor... Aroma de flor,
Faceta múltipla da fantasia pendente.
Princípios e conclusões palpitam...
Tudo explode, em um delírio abrangente.

Em silêncio nossos corações alardem,
Nossas mentes recolhem preciosos sobejos
Das fagulhas sossegadas que no oculto ardem,
Ressurgindo e incendiando dois corpos em desejos.


Marly Bastos

SEGREDOS PRA LUA

















Na calçada da noite vazia
Deita um homem poesia
Conta segredos pra lua.
Olhar sereno... Alma nua...
A lua esconde detrás de uma nuvem: D i v i n a ! ! !
Envergonhada pelas confidências íntimas,
Tudo parece tão quente!...
Foge sorrateira, por um nublado infinito dormente,
Levando preguiçosamente, segredos e confissão...
Que ele lhe contou por impulso, sem nenhuma razão!
Segredou os carinhos alheios que compartilhou,
Filosofou sobre o sabor do beijo, e até de amor falou.
Mas, a ingrata se foi ... Pressurosa e bela!
Deixando ali, o homem olhando pra ela.
No semblante um sorriso maroto a bailar,
"Se não tenho essa dama de prata para me acalentar"
Volto para aquela, que deixei no meu leito, a adornar!

ESTOPIM E BOMBA

Sou ardor que te deixa deliciado...

Ardida e picante como pimenta ,

Adoro-te desejoso e desvairado!

Sou bomba, senhor Fagulha, aguenta!


Gemidos de sentimentos sem saciedade...

Brotam em nós ganas em tomar e dar.

No enlaçar de corpos, faço sua vontade,

Estopim e bomba, mil fagulhas pelo ar!

Marly Bastos

TEU SOM

sábado, 9 de abril de 2011

RENOVO















Procuro tua alma nos beijos incertos
E te busco, nos abraços desertos,
Desejo arfa nos meus vales aconchegantes
Ansiando por tuas paisagens insinuantes.

Percorro-te... E descubro a paixão
Mergulho no teu encanto, na tua emoção!
Assim, vivendo a tua renovada magia,
És outono e primavera: Forte alquimia...

Busco-te no sol poente, no vento vagabundo,
Nos espaços, margens e parágrafos do mundo.
Quero dessa tardia convivência, o crepitar
De um fogo demorado, que me faça queimar...
Marly Bastos

sexta-feira, 8 de abril de 2011

INTERROGAÇÕES






Todos os segredos
A tanto guardados,
À sete chaves cuidados!
Todos?!...

Aflição e serenidade,
Momentos vividos
com toda intensidade!
Toda?!...

No espaço do tempo:
Passado e presente,
Todos pra sempre na mente!
Todos?...

Tão notório meus defeitos...
Tua lembrança
É toda dos meus jeitos!
Toda?...

E dos meus acertos?...
Sou do bem o teu verso
E do amor o teu reverso
Sou?!

Marly Bastos

quinta-feira, 7 de abril de 2011

RETICÊNCIAS

A vontade, apenas repousa
Porque não morde
E nem assopra a carência;
É corrupção lúdica,
Do sex(t)o sentido,
Entrega mágica...Incoerência!
O fogo injetado queima
De forma (quase) real
Consumo-me
Em morte proposital...
Na plenitude da essência,
Quero mordidas ,
Assopros e...
Penitências!
(Intervalos)...
Muitas reticências...
Mas jamais quero ausências.

Marly Bastos

AMEI-TE MAIS QUE A MIM.

Dei-te os meus dias, e desde sempre fui sua. Quis-te com a serenidade de uma chuva de verão, e satisfiz-te em todos os desejos que ousou pensar. Nas horas turbulentas, ouvi-te calada, aflita, pronta a fazer-me colo, e nessas horas conheci tuas impossibilidades. Assim, fiz-me teus sonhos, e sonhei tuas vontades. Amei-te mais que a mim...
Desprezando a voz da razão, amei-te mais do que pude, e menos do que queria...Porém, de nada valeu a ti o meu querer, pois migraste para outro coração. Se é que um dia pousaste no meu... Só eu amei e bem mais que a mim. Só eu amei!
Sangra-me o coração, e a saudade mata-o aos poucos. Dele se esvai a vontade de viver. Hoje, sei que fiz do ermo um paraíso, sobre o abismo fiz nuvens, e no espaço vazio escrevi-te as mais doces poesias! Nessas demonstrei o que de mais precioso existe em mim: a maneira incondicional de te amar mais do que a mim.
Minha vida boceja nas horas que não passam... Ah! Tempo preguiçoso. Sinto-me seca como um manancial que somente alimentou, sem receber nenhuma provisão. E meus olhos são janelas vazias, sem reflexo. Janelas abertas por onde entra uma chuva fina, temporã, lavando a alma. As lavas explosivas de outrora, agora se fazem borralho e cinzas apenas. Ponho-me em total desamor e a tristeza que fica, parece-me muito maior do que o meu coração pode suportar.
Marly Bastos

quarta-feira, 6 de abril de 2011

MEIO METADE...


Fiquei parada diante dessas palavras... Sinto-me meio perdida quanto à significação delas. Há uma luta entre partes(ou metades), pois não há exatidão nelas e ao meio é meio( embora meio quando se trata de estado emocional é algo lá e cá, não sei se realmente tem exatidão em tanto...)
Se metade é cada uma das partes, eu sou então um inteiro dividido em partes. E essas partes não são iguais, portanto não sou meio... (Sou toda?) Resta-me o princípio e o fim! Isso é atributo de Deus(“Eu Sou o Princípio e o Fim, o Alfa e o Ômega”)! Não sou Deus, mas concluo que tenho Ele em mim. Viajei... a afirmação é verdadeira, mas o pensamento ficou meio vagante.( E daí?)
Parei de novo pra pensar... E não cheguei a conclusão nenhuma! Tenho duas opções: Excluo tudo que escrevi, que nem é meio e nem metade de nada, ou termino o texto pela metade, o que é meio esquisito.

Uma coisa é certa(ou meio certa, já que achismo não é comprovação científica...), acho que somos mais metade de tudo do que meio... Somos mais ou menos de uma metade, e dificilmente seremos meio exatamente, pois esse exige um outro lado com o mesmo tamanho, peso, altura, profundidade, conhecimento, extensão... E isso é meio complicado, o que não quer dizer que é exatamente meio(pode ser pra mais ou menos, entende?).
Concluindo: Não disse meio metade de nada! Quer saber? Vou dormir, pois metade de mim é sono e a outra metade é meio estupidez...
Marly Bastos