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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A MINHA AUSÊNCIA TUA

          
           Queria tanto fazer versos alegres! Desses que falem de flores coloridas, céu azul, borboletas, crianças brincando, passarinhos, doces paragens, infância feliz, amor correspondido... Queria falar de você!
                                                                 
          Minhas palavras não vão longe, pois começo a derramar teu nome pelos meus olhos, que lentamente escorrem face abaixo e amargam meu paladar. Seu nome não é doce! Chamo-te pelo avesso, visito teu reverso, procuro teus acordes e não encontro minha música. Dedilho tuas entranhas e não encontro meus ecos. Teu direito não me tem, teu contrário me esqueceu...

          Queria fazer versos alegres! Daqueles que nos fazem ver “passarinhos verdes”, “lamber lixa de parede”, “viajar na maionese”, “pisar no tomate”, tomar “chá de rosa azul e ter “olhar cor de rosa”. Queria versos que fluíssem com lembranças do amor de outrora, dos planos futuros, das brincadeiras de roda, da serenidade da face, da emoção da prosa em verso que fazias e declamava aos meus ouvidos, da admiração dos teus olhos ao ver-me quase nua e quase tua.

          Se eu lembrasse, tão somente do perfume das rosas que me ofertaste, eu faria versos alegres... Lembro-me, tão somente que tentei preservar-lhes a vida ao máximo, aparando seus talos já mortos, colocando um comprimido de“sanador” na água do vaso, pois me disseram que prolongava-lhes o vigor. E somente as jogava fora quando já haviam caído todas as pétalas. Hoje estou como elas, só talos. Todavia, eu me regenero, mesmo que o ciclo que tenho que percorrer seja longo.

          Sinto-me lesada pelos beijos que não me deste, pelo afago que não senti, pelas tuas palavras sussurradas que não chegaram aos meus ouvidos, pela ausência do teu riso que alegrava meu coração. Você roubou-me tua presença...

          A minha carência tua, não pode ser pra sempre, pois pra sempre não existe, como sempre me disseste... Essa ausência, deve durar pelo período em que for alimentada pela minha alma distraída, depois ela, a ausência, irá ao seu encontro, e aí, não será mais minha, porém tua...

Marly Bastos

22 comentários:

  1. Tão lindo, Marly!
    A dor da ausência dura enquanto a alimentamos. Isto é fato.
    Então, que cesse esta dor e que ela vá fazer companhia àquele que a ela deu causa.
    Bitokinhas.

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  2. Oi! bochechinha linda...
    Não estamos no mundo para aniquilar o que é imperfeito,mas para completar o que está inacabado...
    Bjsssssssssssssssssssssss

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  3. Marly
    Fantástico, como não poderia gostar?!?!? "Essa ausência, deve durar pelo período em que for alimentado pela minha alma distraída, depois ela, a ausência, irá ao seu encontro, e aí, não será mais minha, porém tua...". Inversão total da responsabilidade...Amei! Você é demais, minha linda pessoinha! Bjkas. Durma bem e sonhe com os anjos!

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  4. Essa dor costuma mudar de lugar. Não que isso nos traga felicidade, mas deixamos de ser incomodados por ela.
    Bjs.

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  5. Não há carência eterna, menina. Um dia esquecerá um número…outro dia esquecerá uma sílaba…e ao final da rua a carência ficara engolida pela sua própria inconsistência. Então as palavras mudaram alegres e os versos ficarão cheios de cor. Sim, eu conheço o processo :)
    O esquecimento é implacável…por fortuna. ¡!
    Beijos de bom dia pra você

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  6. alguns dos versos mais bonitos são escritos pelos olhos tristes... desses que se tornam pequenos diante das lágrimas.
    beijinho, marly!

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  7. Entendo perfeitamente essa ausencia, também já vivi essa fase de querer escrever e falar outras coisas, e do nada,,,lá vem de novo a tal ausencia de alguem,,,,grande beijo de bom dia pra ti querida.

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  8. Versos coloridos não enfeitam a alma,
    melhor a palavra cinza,
    gris,
    doída,
    alimentada com toda
    a ausência
    e saudade possível.

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  9. Se as fases de alegria não são eternas, as de tristeza também não podem ser. Concordo e quero acreditar nisso. Aliás não só quero como preciso.

    E outra : saudade do que não se chegou a viver é o tipo mais cruel de saudade porque são cenas perfeitas, coisas que não saíram do terreno da imaginação e não há realidade, por melhor que seja, que possa competir com isso.

    Um beijo, querida.

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  10. olá.
    adorei seu blog
    é muito legal
    estou te seguindo
    aparece pelo meu, e me segue.. se quiser
    bj

    http://rgqueen.blogspot.com/

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  11. oi Marly.
    A rosquinha, é uma analogia ao sexo anal.
    PS. Sei que é besteira, mas eu tinha que colocar lá no post.

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  12. Nossa! Coisa linda esse texto (principalmente o último parágrafo!)!
    O bom (e ruim também, às vezes...) é que nada dura para sempre...

    Bjs querida!
    Déia

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  13. Bom dia Marly.Muito lindo e todos os adjetivos bonitos que você tiver em sua mente.
    Nada é sempre belo, nem os versos transmitem alegria sempre, é o que eu costumo dizer em alguns poemas meus, pois é a realidade, e o que devemos transmitir é isso:a mais pura verdade.
    Você é autêntica e talentosa, e isso muito me agrada, além de ser uma pessoa da qual eu gosto muito.
    Essa fase do reverso, todos já passaram ou ainda passarão,contudo, do modo que ela veio, ela também irá embora, e o coração ficará aberto e livre para um amor correspondido!
    Um beijo IMENSO na sua alma!
    Bom dia, querida amiga, e fique com Deus!!!!!!!!!

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  14. Taooo lindo! Cada vez viro mais fa do q vc escreve!
    Um dia feliz e repleto de coisas agradaveis pra vc!
    Sorrisos! :)

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  15. Mar+ly,
    Não se deu conta de que teu querer foi concretizado, mesmo sem querer, pois versificaste em prosa a poesia do teu coração partido.
    Quero que tenha um dia de muita paz!

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  16. Fico sem palavras ao ver a descrição tão bela de sentimentos tão tristes! Beijos...

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  17. Marly!!!

    Sempre lindas as tuas palavras, ainda que tristes.

    Querida, pode ser que essa ausência um dia passe... mas a gente, que a sentiu por um determinado tempo, nunca esquece. É difícil suportar a dor daquilo que a gente não tem pra si mesmo... que não nos pertence, que não é nosso, que não está em nós... Principalmente quando é o amor que está em jogo, e que é o mais ferido nessa história.

    Lindo, Marly! Muito lindo!

    Beijos.
    http://cynthiadayanne.blogspot.com/

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  18. Minha querida Marly,teu
    texto/poema repleto de beleza,encantou meu coração e trouxe a tua tristeza para perto de mim...mas,como tristeza passa,não deixe que esta faça ninho em teu coração
    Bjssssss,
    Leninha

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  19. Realmente a ausência de um ser querido nos causa grande tristeza.. Escreve de forma tão suave Marly, que até nos mais dolorosos sentimentos, encontramos encantamentos!

    Um grande beijo em seu coração...
    Verinha

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  20. Olá, é muito interessante a forma como você traz à luz, transcreve, sentimentos.

    Eu finjo que escrevo nesse blog:

    http://namoronamoral.blogspot.com/

    estamos precisando de uma visão feminina no blog, se interessar, ou conhecer alguém que possa somar conosco no blog, entre em contato conosco.

    Felicidades!

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  21. oi minha querida,

    você tem o talento para
    descrever a tristeza da forma
    mais bonita que já li...
    impressionante,Marly,
    e a ausência que vai e vem,
    feito mola...

    beijinhos

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  22. Linda poesia Marly!
    Você escreve muito bem...!
    E não vi aí sentimentos tristes e sim um coração que anseia manter-se alegre ao lado de alguém, que o faz bem.
    Beijokasssssssssss

    ..quanto ao cartão fico feliz que gostou, pq fiz com muito amor. =)
    Gosto mesmo de fazer, então, sempre que der será uma alegria pra mim te presentear. (não tenho facebook), mas só de vc guardar já demonstra seu carinho.
    Beijokass e obrigada por estar aqui.
    Linda noite pra você!:)

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