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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

UMA ÓTICA PARA UMA NOVA VISÃO

A tecnologia óptica avança em ritmo louco. Ainda me lembro de quanto surgiu a lente de contato. Coisa melhor não havia... Uma bela oportunidade para aqueles que se sentiam escravos dos aros e lentes, e que dos benditos óculos dependiam no dia-a-dia. Lentes de contato! Maravilha do século (pode parecer exagero, mas quem tem que usar óculos sabe o aborrecimento que é pra executar certas tarefas). Até para tomar um café com essas lentes externas é complicado, pois embaça tudo; o uso constante trazem olheiras , afundam as órbitas e escondem uma verdadeira mirada...Bem há inconvenientes diversos, isso é fato!


Artur era uma dessas pessoas que sabia dos inconvenientes que os pesados óculos traziam e resolveu que ia incorporar essa fabulosa tecnologia à vida dele. Afinal, por 23 anos ele escondeu o verde esmeralda dos olhos e era tempo de mostrar ao mundo o que a natureza tinha proporcionado de melhor pra ele.

Marcou consulta, fez exames, e foi constatado que ele tinha rejeição ao tipo de lente oferecida pelo mercado brasileiro. Tinha que ser importada! Mais uma vez ele foi ao fundo do saco, e buscou todas as economias pra encomendar as lentes. Esperou “séculos de ansiedade” por essas lentes. Parecia que vinham amarradas no casco de uma tartaruga.

Finalmente chegaram as lentes de contato! Foram feitos os ajustes, e os óculos foram para o fundo da gaveta. Artur agora era outro homem, parecia que tinha emagrecido uns cinco quilos depois que colocou as lentes. Agora não era mais “aquele rapaz de óculos” e sim “aquele moreno dos olhos verdes!”

Até a ex-esposa do Artur, gamou por ele de novo. Estava sempre “esbarrando” com ele sem querer. E ele sempre fora apaixonado por ela. Separaram sem quê e nem pra quê. Agora ele achava que eram culpa dos óculos. E porque não tentar de novo? Afinal, ele agora era outro homem, todavia com os mesmo sentimentos por ela. Resolveram tentar.

Combinaram de saírem para jantar. O jantar foi fabuloso por sinal! Olhos nos olhos... Acabaram num motel. E Artur viu que as lentes de contato foram de todos, o melhor investimento da sua vida! Debaixo do chuveiro, podia ver as gotículas de água escorrendo pelas costas da mulher amada; na hora do amor pode ver o prazer dentro dos olhos dela (antes era tudo embaçado, já que tinha que tirar os óculos). Via tudo... Os pelinhos finos e dourados das pernas! Demais... Tudo era visto nos detalhes!

Estava tão bom que resolveram pernoitar ali mesmo. A mulher cansada dormiu logo, e ele despreparado, não sabia que iria ficar ali, resolveu colocar as lentes em um copo com água (não se podia dormir com as lentes, pois irritava os olhos). Não era o correto colocar as lentes na água [deveria se no soro fisiológico], mas era o que podia fazer no momento. Satisfeito com a vida, virou pra um lado e dormiu profundamente.

Acordou bem disposto, com um sorriso nos lábios e sentiu a presença quente e amada da ex. Tudo embaçado... Mas isso se resolvia facilmente e poderia novamente ver toda beleza que a mulher tinha. Pegou o copo e foi pro banheiro... Ficou estarrecido!
O copo estava vazioooooooooooo! O coração parou! Tudo girou! Cadê as lentes de contato??? Cadê meus olhossss?????

Volta trêmulo para o quarto e pergunta: -O que houve com a água que estava no copo em cima da cômoda???
Ela com voz amorosa e lânguida responde: -Bebi amor, acordei com sede e achei que tivesse deixado a água ali pra mim. Obrigada!

O sangue faltou... Depois, uma erupção de ódio, revolta e descrença. Não queria mais vê-la! Odiava agora aquela mulher! Havia levado dele a boa visão, aquela noite custou-lhe realmente os olhos da cara!

O mundo estava agora embaçado outra vez. Com custo chegou em casa depois de deixar a EX NA CASA DELA. Buscou no fundo da gaveta os velhos aros, que pareciam pesar uns cinco quilos no mínimo. Amargamente pensava: ex é ex... E ele agora era o ex “moreno dos olhos verdes” e passava novamente para o “rapaz de óculos”.
Marly Bastos



9 comentários:

  1. Rs rs rs rs VOCÊ continua sendo a melhor!
    Muito bom!!!!!!!!!!!!!!!!
    Um beijo grande

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  2. Adorei Marly! Estou rindo até agora!
    Que sujeito mais azarado: primeiro as lentes arrastadas no casco de tartaruga... e depois de tantos gastos, lentes, motel. Vendo pelo lado bom, ainda bem que ele não se desfez dos antigos aros!
    Beijo

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  3. Bom dia Marly... primeiramente bem vinda ao meu blog... adorei teu comentário.. é mais ou menos como aquele ditado que quase sempre ouço.. Não atirai pérolas aos porcos..pois hj em dia infelizmente esta assim não dão mais valor a jóia que todo o homem gostaria de ganhar.. mas tempo mudaram.. porém eu gosto muito de abordar assuntos deste nível. poesia tem magia em todas as areas... admiro também esta forma de escrever que tu abordou aqui, mas eu não consigo parar de fazer poesia e faz tempo já.. já tentei fazer conto e romance mas não tem jeito de eu decolar.. já te sigo tb.. tenhas um lindo dia bjs

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  4. Que comido e ao mesmo tempo trágico.

    bjs

    http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/

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  5. Marly lindona!
    ADOREI!

    Primeiro, porque me identifiquei um tanto. Lembrei de quanto coloquei as lentes de contato, quando tinha 16 anos, até então, usava uns óculos de aros grossos, um horror! E era o que tinha na época para o meu grau de miopia e astigmatismo. Nenhum carinha me olhava :( e de uma hora para outra, de gata borralheira, virei cinderela kkk, não tanto assim, mas fez diferença, na época fez, porque meus óculos pareciam uma máscara rsrs Hoje em dia é bem diferente, já existe a tecnologia das lentes fininhas e o designer dos óculos melhorou muuuuito, têm uns bem charmosos.

    Quanto ao conto, me prendeu do início ao fim e super inusitado o final. Muita criatividade a tua, abre para a reflexão também sobre um tema aparentemente banal, e você colocou essa pimenta de humor que ficou ótima!

    Beijos muitos e bom fim de semana!

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  6. Marly lindona!
    ADOREI!

    Primeiro, porque me identifiquei um tanto. Lembrei de quanto coloquei as lentes de contato, quando tinha 16 anos, até então, usava uns óculos de aros grossos, um horror! E era o que tinha na época para o meu grau de miopia e astigmatismo. Nenhum carinha me olhava :( e de uma hora para outra, de gata borralheira, virei cinderela kkk, não tanto assim, mas fez diferença, na época fez, porque meus óculos pareciam uma máscara rsrs Hoje em dia é bem diferente, já existe a tecnologia das lentes fininhas e o designer dos óculos melhorou muuuuito, têm uns bem charmosos.

    Quanto ao conto, me prendeu do início ao fim e super inusitado o final. Muita criatividade a tua, abre para a reflexão também sobre um tema aparentemente banal, e você colocou essa pimenta de humor que ficou ótima!

    Beijos muitos e bom fim de semana!

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  7. rsssss, que loucuuura! Mas que 'homi' azarado!
    Bem, pelo visto ele não era míope! Se fosse enxergaria até a alma... quem tem miopia, enxerga bem demais para perto. Ele era azarado, isso sim! E descuidado...
    Adorei em dose dupla.

    Um beijo!

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  8. Oi querida,

    Me diverti com este seu bem elaborado conto.
    Que cara mais desastrado e azarão-rsrsrs.

    Adorei ler.

    Beijão.

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  9. Olá Marly!
    É engraçada a sua história! Vou contar-lhe a minha: usei óculos muitos anos por ter miopia, até que quando adulta e a viver do meu ordenado resolvi fazer os testes e comprar lentes de contacto. Nunca consegui retirá-las sem ser com uma ventosa apropriada para o efeito. Uma vez , em viagem numa saída do hotel, deixei no banheiro o estojo com a ventosa dentro de um envelope. O empregado da limpeza deitou ao lixo. Nessa noite quando vim para o hotel e percebi o sucedido, não tive outro remédio: dormi com as lentes. Ora no dia seguinte estava mal dos olhos...
    Depois tudo se resolveu com a compra de nova ventosa . Moral de história nunca mais deixei nada destas coisas nos hotéis. Sempre na carteira...
    Espero não ter sido maçadora. Um abraço.
    M. Emília

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