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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

THE END (quando é do lado de lá...)


            Ele de uma hora para outro se tornou a coisa mais importante para mim, fixou em meus pensamentos e fez morada em eu coração... Enfim era a azeitona da minha empadinha, a cereja do meu Martini. E me levava numa boa, dizendo que eu era isso e aquilo e um dia disse que estava ocupado demais e depois retornava o telefonema. Nunca retornou...

            Foi desesperador, sofrido, dolorido! Não foi fácil, aliás nunca é fácil, mas meu consolo é que quase todo mundo já passou ou vai passar por isso. Com isso não quero dizer que quero ver as pessoas sofrendo por amor, mas estou constatando que isso é normal, e o que a gente mais quer nessa hora é parar de choramingar, deixar de lembrar, de ter esperanças... Eu quero continuar empurrando a vida com a pança.

            A primeira coisa que me deu vontade de fazer foi afogar o peixinho que ele me presenteou(como é que se afoga um peixe mesmo?), rasgar a foto que tiramos juntos  naquele dia especial( na verdade rasguei e coloquei os pedacinhos debaixo do travesseiro...). Queria tanto que esse fantasma que me persegue se tornasse de fato o “falecido”(termos que as minhas amigas usam para me animar)

            Sei que lidar com a frustração e aceitar o fim é necessário, mas fico pensando “e se"???... "Talvez"... "Quem sabe"? Aceitar “um pé na bunda” é uma prova de fogo, mas não saímos mais purificados ao passarmos pelo fogo?? Eu senti uma raiva gigantesca, chorei rios de lágrimas, fiquei triste, ri de despeito, e no fim aceitei(sem aceitar) que foi o “the end”. Refleti muito em todas as perdas e ganhos e descobri que saí ganhando, pois ele jamais será amado como eu amei(olha o despeito aí), mas eu poderei ser mil vezes mais amada do que ele amou(isso é verdade).

            Deixei muitas vezes fluir meu lado irascível, cobrei, mostrei meus ciúmes, assim como ele também que não é nenhum santo. Tivemos ótimos momentos, e alguns poucos tensos, de discórdias e brigas... Mas tenho consciência que não foram nossas atitudes que desandou tudo, o que na verdade acabou foram os momentos, bons ou ruins. Acabou o que era bom de um dos lados, e isso não é culpa de ninguém, apenas dói, dói e dói. Ah!... Dói!

            Desvencilhei-me de outro quase relacionamento que apareceu, embora as palpiteiras dizem que “nada melhor que uma nova paixão para substituir uma antiga”. Não penso assim, pois acho que o último relacionamento ainda precisa ser processado, refletido, internalizado e assim evitar cometer um erro na ânsia de acertar, de mudar de rumo. Afinal eu não quero um “terapeuta”(e nem é justo), no momento quero apenas esquecer, ter meu autorreconhecimento, e descobrir-me sã e salva do fundo do poço da amargura.

            E para esquecer eu preciso me afastar, jogar fora os pedacinhos rasgados da foto, fazer coisas contrárias das quais fazíamos, andar por caminhos inversos e esquecer que tenho cotovelos... Assim ele não dói. No momento não quero ser amiga dele, nem sei se um dia vou querer! Amizade com um ex-amor é uma “faca de dois gumes” e eu não sei manusear esse tipo de utensílio.

            Não sou masoquista e para fugir das lembranças e adquirir autoproteção, eu desfiz de tudo que evocava situações e momentos. Doei quadros, livros, CDs, DVs, lençóis e até aquela lingerie que ele “babava” quando  a via recheada por mim(pensa como doeu!). Não rumino lembranças, não mastigo mágoas, não vomito ilusões e muito menos vou ficar lambendo as feridas que esse amor deixou. Deixo que o tempo as cure, e assim será.

              Olha, não é que eu queira “cuspir no prato que comi”, mas analisando tudo, ele nem era esse “bam bam bam”, embora eu gostava dele com todos os defeitos. E o medo de perdê-lo foi tanto, que eu perdi. Se ele fosse tão esperto quanto eu sempre imaginei, ele estaria comigo certo?? (rsrsrsrs você pode até dizer: Errado, mas deixe-me pensar assim ok?).
           
            Na verdade não concordei em perder, em ficar sem a presença dele, pois há um laço forte que teima em não desatar do lado de cá, mas vou forças as pontas, pois tornar essa perda mais fácil depende de mim, depende de como eu processo meu amor próprio. E não é que o poeta estava certo em dizer que “a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”???
                                                                 Marly Bastos

PS: Desculpe o tamanho do texto, mas lavei a  alma heim???

24 comentários:

  1. Marly,
    ótimo texto! Excelente!
    Uma das coisas é nos livramos mesmo de tudo que lembre "o cara",
    depois... penso, no que chamo "lei da substituição", só conseguimos nos livrar de certos efeitos se encontrarmos outro propósito, mais ou menos um "despistar o inimigo" que existe dentro de nós, e funciona...

    Beijos!

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  2. Escreve à vontade... isso faz parte do luto que é necessário!
    Extravaza a raiva... é natural!
    Amaldiçoa-o com todas as tuas forças! É preciso fazer o luto.
    Mas o luto faz-se com tempo... e isso o tempo faz muito bem! Entretanto zanga-te, vocifera, grita.... Faz trinta por uma linha, que é preciso e natural que o faças.
    E agora... toma um beijinho.

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  3. Marly, lavou a alma mesmo! E muito bem lavada. Me prendi tanto no seu texto que até senti um alívio no final. Como você mesmo disse, "deixe que o tempo as cure, e assim será".
    Eu sentia uma certa angústia nas suas postagens. Tinha alguma coisa freando os seus sentimentos. Hoje senti você mais solta. Mais a Marly de algum tempo atrás. Que bom que está reagindo. E vai conseguir, garanto e rezo por isso.
    Doce beijo no seu coração.
    Manoel.

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  4. Extravasaaaaahhh,libera e joga tudo pro ar...
    Princesa quem sabe se Deus está preparando a sua alma gemêa?!!
    Pense nisso!!
    Bjus e tenha uma ótima noite *-*

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  5. Oi Marly,

    Estou contigo! Você consegui despejar o sentimento de muitos que hoje estarão lendo o seu post. Não importa se é ficção, mito ou até mesmo a sua realidade, mas sim que é verdadeiro em sua totalidade e cabe em qualquer bolso, diria que é um anti-depressivo. Você proporciona terapia coletiva. Gostei do que a Cissinha falou "efeito substituição" e quando isso acontece, o foco passa ser o quem tem que ser: VOCÊ.

    Cuide-se e beijos.
    Lu

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  6. Me enxerguei no teu texto Marly ,a muito tempo atras estava assim.
    Superei tudo ,tô de pé e amando novamente.

    Beijos meus e um super carnaval p ti.

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  7. Isso, joga fora mesmo, chamo isso de Exumação!

    Ana Clara

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  8. Somos quem podemos ser...
    Sonhos que podemos ter

    E como diz uma amiga:
    - a fila anda.
    O proximo por favor?

    Rs.

    Beijao

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  9. querida amiga,
    do muito que recordamos e do ainda mais que não esquecemos, lavemo-nos, perfumemo-nos e trajemo-nos de uma nova primavera.

    beijinho!

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  10. Saudades! Um lindo feriado e que Deus a abençoe.

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  11. oi minha amiga,

    adoro lavar a alma,
    a sensação de bem estar que vem
    depois,compensa tudo!!!
    e posso dizer?
    penso que não era amor,
    porque o amor verdadeiro,
    não termina nunca,
    ele pode até pedir um tempinho,
    mas retoma logo em seguida...
    então levanta,sacode a poeira...
    o resto quando for real a gente vê como fica...

    beijinhos
    e obrigada pelo carinho!

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  12. Cada fracasso nos dá chance de novo pontapé inicial. Todo recomeço deve ser visto com possibilidades infinitas, pois quando estamos no ponto zero podemos ir para qualquer lugar. Este é o momento para tomar cuidado e não andar em círculos, não repetir o que sempre foi feito. Deve-se tentar atitudes novas.Viver é reinventar a vida todos os dia...Um fim de semana exuberante pra ti.Beijos querida

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  13. Só quem sente sabe. Nestas horas os palpites alheios são alheios a dor, não passa nem perto.

    Mas...sopra que passa, se não passar o tempo cura...rs

    Abraço

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  14. Oi, Marly! eu já senti o que descreveu nesse texto...Nunca consegui esquecê-lo, apesar de tomar as providências que citou, Jogar fora lembranças materiais, não manter amizade. Não deu certo. O danado continuou morando dentro de mim, embora eu tenha seguido com minha vida. Quem sabe um dia essa história ainda tenha um final feliz! Um abraço!

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  15. Você falou com tamanha intensidade que podemos ouvir a alma que lamenta. Esse é o sentimento que aflige o coração que passa por uma desilusão amorosa. E há que ser esgotado, antes da nova caminhada.
    Ou do próprio recomeço (rss).

    Bjs.

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  16. "lidar com a frustração e aceitar o fim é necessário" , creio que a sua frase é contundente. Dói, sim, mas é melhor a certeza dolorosa que a duvida prazenteira. É somente uma opinião.
    Beijos, Marly.

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  17. lavaste a alma e muito bem. Sei o que é essa raiva, essa vontade de a gente dar murros para o ar, de a gente ficar deprimida e logo furiosa quase em simultâneo...
    Mas tudo isso faz parte do nosso crescimento: há que pensar positivo!
    Há que pensar...como eu um dia escrevi: "eu nada perdi, porque nunca te tive...tu me perdeste e não mais voltarás a ter alguém que te ame tanto uanto eu! Portanto quem perdeu foste tu, não eu!"

    te abraço, com um carinho especial.
    BS

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  18. Oi Marly,

    as ficções também nos fazem lavar a alma. E é preciso faze-lo.

    Um beijão pra você e ótimo carnaval.

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  19. Marly,
    vim agradecer as tuas palavras lá no Humoremconto!
    Que comentário o seu! Muito lindo, me emocionei!

    Beijão! Até março!
    Volto.

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  20. O amor tem dessas coisas... Adorei ler o seu texto. beijinhos

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  21. Depois de um afastamento de quase uma semana
    estou tentando prosseguir com minhas visitas.
    Quando perdemos alguém da familia não importa as causas nem
    circunstâncias.
    Sabemos apenas que doi e doi muito.
    Mais estou voltando para te deixar meu carinho
    desejar um abençoado final de semana.
    Guarde sempre no coração que você é muito importate para mim
    em momento algum me esqueço de você .
    Que a muito tempo faz parte dos meus dias.
    Seu carrinho enche de esperança o meu viver.
    Beijos no coração com carinho e saudades ..Evanir..
    Um excelente feriadão.

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  22. MARLY,

    homem é tudo safado, não vale nada, raça egoista, insensível, bando de bufalos no cio, cueca melada, tenho verdadeira repulsa a este ser capaz de ferir o coração de uma mulher, sim de uma mulher única coisa que sobra neste mundo.

    Se não fossem vocês o que faríamos?

    Jogar bocha,dominó, damas, carteados, encher a cara nos botequins,ficar
    ouvindo aquelas basófias dos caras que dizem descaradamente que já comeram a família toda daquela vizinha gostosa,jogar futebol, ver futebol, discutir futebol, diga Marly, o que seria de nós?

    Homem,além de safado é tudo mentiroso!

    Quem iria nos trazer, muitas vezes até na cama, aqueles pasteizinhos quentinhos,linguiça calabreza fatiada e frita,aquele tasco generoso de uma pizza portuguesa,tremoços,renovando sempre o estoque de latinhas de cervejaa na geldeira,aquela pipoca feita no microondas,aquele pudim de leite,tudo isso entre beijos mais gostosos do que isso tudo e muito mais.

    E bota,muito mais,nisso!

    Nossa, que delicia!

    Desde criancinha, detesto essa horda de bebedores de cervejas e que afundam os sofás da casa das suas companheiras, nos fins de semana e nem um banhozinho de leve eles tomam, uma escovada de dentes básica.

    Esta vendo o que é homem?

    Desculpe,Marly, homem é tudo porco!

    Até o Napoleão ,general francês era um porcalhão de marca maior, pois relatam os historiadores que pouco antes das guerras acabarem ele mndava
    um emissário na frente para dar o seguinte recado a mulher dele:

    -"Não lave, estou chegando".

    Você lavou a alma e aquele Urubu Rei das guerras, incentivava aquela submissa mulher a tanto constrangimento.

    Não disse?

    É histórico!

    Ontem curti, meu bailezinho de carnaval tradicional, por aqui,e quando você olha para o salão distingue perfeitamente, onde estão os idiotas e aqueles seres maravilhosos, perfeitas e molhadinhas de suor.

    E o pior é que elas grudam naqueles idiotas que parecem estar beijando na boca, o último homem sobre face da terra.

    Minha solidariedade,e temos carnaval pela frente, o do Rio de
    Janeiro,modéstia parte, é o melhor do Brasil, porque tem eu?(rs)

    De repente...(rs).

    Quer que eu minta?

    Abração carioca, amigona virtual MARLY BASTOS!!!

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  23. NOSSA, ASSIM VOCÊ ME MATA... calma querida maiga Marly... mata mas não é daquele jeito que você deve estar imaginando não... mata pois eu sei que você nem é a primeira nem será a última a levar o famoso PÉ NA BUNDA. Eu mesmo já levei um (ou mais,sei lá) PÉ NA BUNDA. Vocês acham que só as mulheres sofrem quando alguém que amamos (ou pensamos amar) nos deixa, assim, sem mais nem menos. Ah, amiga, HOMEM também sofre, muito mais do que MULHER. Dizem que um homem, não deve chorar, por uma mulher... mas choram, eu já chorei algumas vezes durante esses meus 53 anos de vida. Mas superei tudo assim como as mulheres com quem namorei também superaram e algumas inclusvie são minhas ótimas amigas. Acontece o seguinte: mulheres se apaixonam mais facilmente que os homens. Alguns homens, para conseguirem levar uma mulher prá cama (hoje em dia nem é tão difícil assim né) fazem mil promessas, mil juras de amor e pronto... lá vai a donzela se entregando toda feliz, cheia de sonhos para o seu princípe encantado, o seu sapinho que ela beijou e transformou no seu princípe. sem defeitos, um homem maravilhoso... até que... de repente... ele toma chá de sumiço... ele não te amava ou pelo menos amou menos do que você esperava dele... e daí fica aquele vazio imenso, uma dor quase que insuperável. Tudo e todos os lugares lembra ele... como fazer para apagar isso... não é fácil não... já passei por isso... mas estou vivo assim como você esta e com certeza depois de lavar a alma vai encontrar outro SAPINHO pelo estrada da tua vida e de repente ele vai ser teu NOVO PRINCÍPE ENCANTADO. A vida é assim... Aproveita o Carnaval para ver se encontra entre milhões se sapinhos o teu sapinho especial. Um grande beijo. FIQUE COM DEUS.

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  24. Sou suspeito para falar de textos extensos, principalmente bem escritos.
    Estou aos poucos me atualizando nos blogues que eu aprecio e, você sabe que o seu é um dos primeiros da lista.
    Se todos passam ou passarão por esta situação eu não posso afirmar, pois não sei, no entanto, acredito que nesta vida precisamos estar preparados para tudo.
    Eu viajei lendo as atitudes de querer afogar o peixe, rasgar fotos, entre outras coisas. Você descreve tudo muito bem.
    Penso que certas coisas não devam ser feitas em momentos de ira. Visto que a ira não nos permite que raciocinemos direito.
    O correto é deixar o tempo passar, viver sim toda a dor que precisa viver (e acredito eu, isto vale para toda e qualquer situação), sem forçações de barra como estes conselhos "amigáveis" que recebeu.
    E depois, com um pouco mais de auto-controle da situação (penso que ele sempre vem), realmente não alimentar o masoquismo. Pode parecer besteira, mas o palpável, o material, ele realmente nos remete mais fortemente a momentos vividos. Uma fotografia de uma viagem nos remete muito mais fortemente do que lembranças apenas de uma ocasião inusitada que ocorreu ali e não foi registrada.
    Presentes são registros.
    Lidar com frustrações nunca é fácil, entretanto, é preciso força para seguir adiante e lavar a alma deste modo já é um grande passo.
    Posso ter dito um monte de besteiras, mas é o que eu penso.

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