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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

ESCREVER TUDO = ROUBADA!


Nem tudo que escrevo é mentira, também não é de todo verdade, pois creio que se escreve com o que se tem de experiências, e não propriamente com o que se tem de sentimentos... Agora quando as duas coisas se juntam, o texto fica com certeza mais profundo, mas emotivo, ou seja, ele fica mais texto.

Quando adolescente e meus hormônios estavam em alvoroço, eu escrevia o que sentia mesmo, escrevia com a alma aberta e geralmente o coração ferido. Lembro de uma vez que me apaixonei por um artista de televisão e ele traiu-me casando. Isso mesmo, ele casou! E sem ao menos se importar com minha paixão platônica e anônima. Está certo que ele nunca soube que eu existia, mas e daí? Eu amava assim mesmo e sofri horrores. E nesse dito sofrimento, escrevi e escrevi. Desabafei tudo, disse que ele era um insensível por ter desprezado daquela forma meu amor e todos os beijos que eu sonhei pra nós. Páginas e páginas de raiva, frustração, amargura e dor de cotovelo.

Minha irmã (xereta que só ela) achou meu diário e leu. Mostrou pra minha mãe, que contou pro meu pai que eu estava apaixonada e pelo jeito, o rapaz tinha abusado de mim, levando em consideração minha raiva e mágoa... Pensa num "revudú" que deu! "A porca torceu o rabo e a vaca tossiu". Meu pai queria saber quem tinha abusado de mim e disse que ia matar o safado! Pensa numa criatura com 13 anos que passou “coió” nessa hora. Como explicar para eles que era tudo invenção da minha cabeça, que era uma "apaixonite" de araque? Odiei minha irmã e desejei que a unha do dedão do pé dela caísse.

Sem saída contei que o mocinho que me fazia sofrer era artista e que os beijos eram apenas na minha cabeça e que eu nunca havia beijado[ainda]. Que droga, além dos meus sonhos desfeitos pelo insensível galã, agora era exposta ao ridículo pelos meus pais que olhavam pra mim como se eu tivesse um parafuso a menos na “caixola”. A verdade é que eu acho que tenho mesmo, mas não por me apaixonar aos 13 anos por um galã de novelas. Eu precisava daquelas fantasias para amadurecer para o amor. Fiquei traumatizada sabia? Muitos anos minhas escritas ficaram caladas, e se por acaso a dor ou alegria eram grandes demais pra sufocar no peito, eu transformava em um monólogo capturado por um gravador imaginário... Hoje já venci o trauma, e exponho minhas neuroses, meus traumas, minhas dores, meus amores,minhas alegrias, meus sabores e dissabores  pra quem queira ler, pra quem queira saber. Sou maluca? Pode-ser, só não me internem, pois preciso de liberdade pra viver loucamente.

Nem sempre devemos escrever a nossa realidade [seja interior ou exterior, e isso descobri desde cedo [mas eu adoro o perigo e escrevo...]. Amadureci, mas ainda deixo a menina que existe em mim vir à tona e brincar com as palavras, ela se lambuza com as licenças poéticas, se empanturra com as metáforas, molda no coração o lirismo e deixar voar como borboletas no jardim, os versos. Minha alma às vezes é uma menina sapeca e maluquinha...Se com isso entro em fria?? Claro! Mas aí, eu esquento o "bagaço" com uma sensualidadezinha aqui e ali!

                                                             Marly Bastos a "Maluca Beleza"

27 comentários:

  1. Hahahahah! Ah...adorei! Eu sou uma pessoa que dá a cara a tapa e já sofri muito por ser verdadeira, mas estou aprendendo, primeiro a conviver com os sentimentos de uma maneira mais pessoal, ele e eu, sem alardes. É bem melhor. A vida me fez ser assim.
    Vim agradecer pela participação na festinha, também engordei ...hehehe! Muito obrigada querida.
    Te desejo um fim de semana de descanso e muita diversão.
    Beijos.

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  2. Passei para deixar um beijo e desejar um lindo final de semana.

    Ani

    http://cristalssp.blogspot.com.br

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  3. Nossa... eu escrevi em diário por pouco tempo (nunca consegui manter o hábito).
    Não tenho irmãos, por isso ninguém xeretou para encher os ouvidos de meus pais depois.
    Adorei este trecho:

    "Amadureci, mas ainda deixo a menina que existe em mim vir à tona e brincar com as palavras, ela se lambuza com as licenças poéticas, se empanturra com as metáforas, molda no coração o lirismo e deixar voar como borboletas no jardim, os versos."

    Nele você mostra sua essência, e como ficou lindo! Nas mãos certas,até reflexões sobre a escrita ficam divinas.
    Continue lambuzando-se à vontade em suas invencionices, seus leitores agradecem!

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  4. Minha querida

    Gostei de conhecer mais um pouco de ti...um texto muito alma.

    Um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  5. Boa noite...Penso que voce
    me descreveu em teu post.,
    só não fui descoberta na época,
    pois escrevia, lia, ria com a minha
    própria cara e depois queimava tudo.
    Hoje, depois de alguns momentos de
    aprendizado com um alguém, deslanchei,
    digo que não tenho mais medo...Claro que,
    muitos dos meus textos são delirios, devaneios.
    Mas se real ou ficticio, sempre serão segredos.
    Abraços e obrigada pela visita, adoro!

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  6. Marly vc deve ter sido uma adolescente mto figura...

    Ah, Marly, eu bem sei como escrever pode nos meter numa fria. Minha mania de escrever diários já me deixou em maus lençois, pq eu registrei uma aventura mto perigosa e acabei sendo descoberta.
    Deu problema, pq eu já não era nenhuma adolescente...rs

    Um beijo, querida e um fim de semana lindo pra vc.

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  7. Marly, queridona!
    Tudo bem?
    Excelente teu post!
    Muitas vezes escrevemos fatos, outras fatos com sentimento, outras apenas ficção, que é o que mais faço, mas nunca consigo em desvencilhar dos sentimentos, pois sempre tem muito de mim em algum personagem ou mesmo na narrativa fictícia, em alguns momentos, baseada aqui ou ali em fatos reais.
    A verdade é que o escritor está sempre exposto em suas letras, mesmo que apenas por seu estilo, em como formulou as frases.
    No teu caso, os leitores agradecem. Eu curto bastante teus textos e adoro os poemas sensuais!

    Beijos e ótimo fim de semana!

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  8. Olá Marly tudo ok?
    Creio que escrever sobre as próprias experiências ou não vai do perfil de cada autor, e exatamente por isso não posso fazer julgamentos sobre isso. Uma questão de tato e sensibilidade entende? Da forma como aborda, etc. De qualquer forma adorei seu texto mas confesso que chorei de tanto rir com sua paixonite de menina, oras apaixonada logo pelo galã da novela? Mas sabe, tudo isso faz parte de um universo pessoal, um mundo próprio e paralelo que cabe somente a própria pessoa divulgar ou não. Por isso, o que a sua levada irmã fez de fato não foi legal... Segredos de diários não podem ser violados, ainda mais por alguém da família.

    Adoro seus textos.
    Abraços, Flávio.
    --> Blog Telinha Crítica <--

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  9. Marli! Como você está? Parabéns pelo texto lindo! Um abençoado e feliz final de semana!
    Abraço carinhoso!
    Elaine Averbuch Neves
    http://elaine-dedentroprafora.blogspot.com.br/

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  10. E como doem esses amores precoces!!
    Os outros também doem... mas a gente já se habituou, não é?!


    Regressado de férias aqui deixo o meu abraço apertado e um beijinho...

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  11. Tô rindo e muito. Já passei por roubadas por causa de bilhetinhos apaixonados quando molequinho. rs rs.
    Um beijo grande

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  12. Escuta aqui ô "Maluca beleza",

    escrever é derramar a alma e isso só tem sentido se for feito com o coração. É certo que quando o fazemos, por vezes, entramos numa roubada mesmo!, nos denunciamos, falamos mais do que devemos, extravasamos o bom e o ruim que por dentro nos vai... masssssssssssssss, e daí? Deixar vir aos dedos aquilo que sentimos é sublime, e de uma certa forma, apesar de misturarmos realidade e fantasia, isso nos torna transparentes e autênticos! Hoje me arrependo de muitas coisas que escrevi, mas entendo que arrependimentos fazem parte da vida e os traumas em decorrência dessas roubadas podem ser superados com mais bafos desabafos! rsrsr

    p.s.: adorei todos os oisssss, mas eles terão que ser constantes viu sua maluquete?!

    Bjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjj enorme no seu coração maluco e belo!

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  13. Mrly, essa idade é clássica para amores platônicos. É bem maluca sua história de sofrer por amar um artista de tv a ponto de aprender, mas o que é essa vida sem uma boa maluquice? Puxa, eu iria querer matar minha irmã se tivesse uma e ela fizesse isso. Com medo que alguém encontrasse meu diário, eu escrevia as partes mais secretas com um código, símbolos que criei para cada letra do alfabeto (mas se alguém se empenhasse descobriria o segredo facilmente, hahaha). O silêncio é mesmo bom em alguns momentos, mas sou do seu time, das que expõe os sentimento para que se tornem libertos. Um abraço, linda semana!

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  14. Lili,

    Tudo bem? Não sou dessa opinião e penso que a alma deve ser revelada, pois se não como sermos nós mesmos. Será que temos que ser manada ou fantoche? Sempre me posicionei e hoje procuro usar as palavras com sabedoria, mas nunca como anonimato. Quando escrevo, estou lá, alguém está lá e não vejo como realizar essa separação. As vezes a ficção vira realidade e vice-versa. E não foi você, mas outras se casaram com ídolos da TV.

    Boa semana e beijos e beijos.

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  15. Ei Marly, que situação hein!! Eu não tinha um(a) irmã(o) para mexer nas minhas coisas, então elas eram bem guardadas. Que coisa hein, amor platônico por ator? Tudo bem, vc tinha 13 anos =P
    Desejou que a unha do dedão do pé dela caísse? Você é boazinha, muita gente desejaria coisa pior, mesmo que isso deva doer pra caramba kkkkk
    Ah, e obrigado por me avisar sobre a verificação de palavras. Eu tirei aquela coisa chata do perplexed life e esqueci de tirar do perverse ilusion O.O heheheheh
    Grande abraço

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  16. Achei ótimo esse texto. Por que com 13 anos teríamos de cuidar de tantas coisas se o mundo tá cheio de gente com 60 fazendo e acontecendo o pior? É que tudo, na infância ou adolescência tem dimensões enormes. E ainda temos um pouco de vergonha na cara. Ou tínhamos, né?!
    Olha, Marli, há coisas que conto, outras dizem respeito apenas a mim. Vamos perdendo o viço da pele e criando uma crosta de defesa no coração. Isso é preciso hoje e sempre, pois o ser humano onde puder pegar e puxar o tapete... ah, não tenha dúvidas! E não dá para levar ninguém muito a sério...

    Adorei isso que você escreveu:
    'Sou maluca? Pode-ser, só não me internem, pois preciso de liberdade pra viver loucamente. '
    Grande beijo.

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  17. Escrever é poder voar pelo Infinito, beijo Lisette

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  18. Amei o post, amei o blog e amei tuas caras e bocas!!! Vim, vi e segui. Virei freguesa colega. Agora vais ter que me aturar!!!
    Um xero do tamanho da Bahia!!!

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  19. Quem nunca foi exposto por suas escrituras ou leituras?
    Muito legal seu texto!
    Me lembrou dos meus micos tbm!

    bjo
    opinandoemtudo.blogspot.com.br

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  20. Ôi Marli! Agradecendo e retribuindo a visitinha! Adorei teu texto bem humorado e descontraído! Um início de semana iluminado!
    Abraço fraterno e carinhoso!
    Elaine Averbuch Neves
    http://elaine-dedentroprafora.blogspot.com.br/

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  21. Marly querida,

    Você é mesmo uma maluquinha beleza que dá gosto de ler (rsrs).
    Adorei e me diverti.
    Creio que se expor através da escrita vai do perfil de cada um. Eu não conseguiria, mas admiro quem o faz.

    Beijão.

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  22. este texto explica "Marly Bastos"!!!
    maluca beleza?
    uma grande poetisa,contista...
    saudações marly,interessante mesmo este relato!
    pensei na minha filha e na vontade de matar algum imbecil de 14,15,16,17,18...

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  23. ler a sua escrita é, ao mesmo tempo, estar a imaginá-la em todos os seus gestos enquanto escreve. não consigo ler este seu post sem sentir ternura em cada palavra. talvez seja a maneira como o leio, talvez seja o conhecê-la pelas fotos e reparar no seu olhar, nas suas poses, no seu rosto.
    é uma história de vida que transparece a menininha que sempre foi, ou que não deixa de existir em si, e que me cativa pela sua transparência, bom humor, tristeza, realidade do seu ser. Marly, continue assim.

    bj...nho

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  24. Olá, Marly.
    Mas que safado, desdenhou de teus sentimentos a torto e a direito.
    Brincadeira à parte, é bem comum que ocorram estas apaixonites entre as adolescentes, o que ajuda a prepará-las para a vida adulta.
    Nunca me ocorreu escrever sobre meus sentimentos e memórias, e nem sei se saberia fazer isso, acho que isso depende muito a pessoa, mesmo.
    Agradeço teus elogios a mim e a meu blog; escrevo para os amigos, se eles gostam, então tudo bem.
    Abraço, Marly.

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  25. Eu também gostava de fazer isso. Eram cartas nunca enviadas, mas que traduziam todo o meu sentir. Ainda bem que nunca foram xeretadas (heheheheh). Faziam parte de mim e não poderiam ser compartilhadas, nem com os "destinatários". Continue a ser assim, Marly, pois nossas experiências são valiosas e cômicas.
    Bjs.

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  26. Eu penso que escrever seja, de algum modo se expor. Até mesmo na literatura fantástica, o autor não escapa de colocar algo de si, seja na trama que bata com suas vivências, seja na personalidade de um personagem.
    Nunca tive diários, por este motivo, participar da Blogagem Coletiva da Aleska será um desafio muito grande pra mim.

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