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segunda-feira, 25 de junho de 2012

NEGÓCIO DA CHINA



 
Final da década de 60 e início da década de  70...
Era uma família honrada, trabalhadora e sem malícia. Viviam do que a terra produzia, do que plantavam e do gado leiteiro. Estudo somente o que aprenderam com professores itinerantes, pagos por algumas ocasiões. Sobre empreendimentos, bolsas de valores, tesouro nacional, não entendiam nada.  De cédulas monetárias, até bobos sabem...
                Bem, em um dia apareceu por aquelas bandas do interior goiano, “homens de negócios”, oferecendo a oportunidade da “China” para que a família ficasse rica e deixasse um pouco a lida trabalhosa em que viviam.  Vendiam uma “máquina de fazer dinheiro” e demonstraram como se podia reproduzir as cédulas. Reproduziram um pacote de dinheiro que eles, para comprovar que era coisa boa, entregaram para eles gastarem na cidade.  Gastaram tudo e ficaram maravilhados!
                A Ganância cega os olhos e embota a mente... Teriam que comprar a máquina. Sugeriram o óbvio: Comprava-se a máquina, fazia-se o dinheiro e pagava-se a dívida simples assim].  Os homens de negócio refutaram: Falta o papel que somente quem comprar a máquina e de posse do certificado poderá comprar o papel especial. Era comprar aquele dia ou iam embora vender pra outros.  Juntaram o gado no curral e venderam pela oferta que tiveram, pediram outra parte do dinheiro emprestada ao Banco do Brasil. Compraram a máquina de fazer dinheiro!      
                O mais sabido dos filhos foi com eles rumo a Brasília, para comprar o papel especial, todavia no meio do nada espancaram o rapaz  e o deixou ali a ermo. Dois dias depois conseguiu regressar ao lar e contar o que se passou. Foram à delegacia de polícia relatar o fato, e de vítimas, passaram à criminosos. F oi um escândalo descobrir que uma família tão honrada era falsificadora de dinheiro.
                Claro que os amigos intervieram, explicaram ao juiz que esse ato era por ignorância e não por malandragem ou vigarice. Recolheram todo dinheiro falso distribuído pela pequena cidade e abafaram o caso. Os federais levaram a maravilhosa máquina de fazer dinheiro.
                Endividados com o banco e envergonhados pelo ocorrido, venderam as terras, pagaram o banco e os lesados pelo dinheiro falso. E com o pouco que sobrou compraram terras no Pará, mas as terras não tinham documentação e foram enxotados de lá pelos canos das garruchas de quem se achava com mais peito e direito de estar ali.
                Voltaram e foram trabalhar como lavradores nas terras que já haviam pertencido a eles... Nessa vida realmente nada é seguro, e dinheiro fácil, só se ganhar na Mega Sena.

PS: Ou melhor, há quem diga que na vida temos três chances se ficarmos ricos: Quando nascemos [eu fazia parte de um escroto pobre, mas ainda tive a sorte de não ir pro ralo], quando casamos [essa chance eu mesma perdi, por causa de um cupido muito do sacana] ou quando ganhamos na  Mega e afins [como eu não jogo, acho que eliminei assim minha última chance...].
 Marly Bastos


9 comentários:

  1. Oi Marly
    Primeiramente é um imenso prazer tê-la de volta, senti muito sua falta, espero que vc esteja se recuperando bem, poxa vc fechou seu blog, eu queria te homenagear no dia dos namorados, eu fiz um post especial aos poetas e poetisas da blogosfera, mas fiquei tão decepcionada quando vi que seu blog estava fechado, daí o Chris disse que vc disse para ele que estava fechado, mas não importa, pretendo fazer outro post para incluir vc e outros poetas, aquele ficou bem legal, mesmo assim citei seu nome. Esse post ficou bem legal, não sei se é real ou não, é triste, mas pode bem ser real, as pessoas são facilmente enganadas mesmo, muito mais naquela época.
    Bjão querida, melhoras, e uma ótima semana.

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  2. Ganhar dinheiro é mesmo uma arte complicada.
    Cadinho RoCo

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  3. Marly querida, bem-vinda de volta!

    Esse conto mostra bem como muitas pessoas antigamente, e por que não dizer hoje em dia, são facilmente enganadas por "vivaldinos".
    E não adianta pensar que, por "ter estudo", há menos chance de alguém cair em um conto do vigário: muita gente com instrução, como dizem por aí, podem ser vítimas. Antigamente, os "contos" eram mais grosseiros, hoje em dia as artimanhas são calculadas com uma engenhosidade incrível.
    Voltasses em grande estilo!

    Ehehe.. ri com teu P.S... meu caso é parecido. ahuahauh.

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  4. Marly, gostei do texto! Exemplo de sabedoria!

    Realmente, ganhar dinheiro é tão difícil! Dinheiro fácil só mesmo se fôr caso de roubo!
    Eu por exemplo, trabalho muito!!!!!! Até agora não cheguei nem perto da riqueza...rssss!
    Mas ainda existem pessoas que acham que dinheiro cai do céu, e com este pensamento tão pequeno e ingênuo, são vitimas dos espertinhos.

    Linda, obrigada pela visita e comentário.

    Se desejar seguir meu blog, será um prazer recebê-la; te seguirei de volta!
    Beijos, querida e melhora da sua saúde!

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  5. Oi Marly,

    Tudo bem? Espero que tudo tenha ocorrido conforme o planejado. Senti a sua falta! Quanto ao texto, percebo que o caminho mais fácil é sempre o caminho com maior número de consequências. O dinheiro fácil é talvez o maior contraponto do do dinheiro suado. Por outro lado, as condições que você citou cada vez são mais difíceis, pois rico só casa com rico. Mesmo nascendo, a probabilidade é que não chegue a terceira geração e ganhar na loto, só nascendo amiga do destino.

    Seja bem vinda!

    Beijos.
    Lu

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  6. Olá Marly, amiga e parceira!
    Saudades dos seus escritos e de visitar esse cantinho tão especial da blogosfera, ainda mais com o selinho que te dei de presente bem ali Ó! rsrsrsrrsr...

    Seu texto como sempre maravilhoso, só que no terceiro parágrafo acho que ficou faltando algo, não?

    Sabe as vezes peco por falta de ambição, pois creio que o melhor da vida não está no capital e sim nas verdadeiras emoções e na espiritualidade.

    A ganância que a família demonstrou no texto, assim como sua queda, serve de exemplo para muitos que, mesmo levando vida honesta e de princípios, acabam seduzidos pelas facilidades ilusórias.

    Rolei aqui de rir com o final do texto... Escroto de pobre, e cupido sacana é demais ! hahahhaha....


    Abraços Flávio.
    --> Blog Telinha Crítica <--

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  7. Meu pai sempre dizia que só o fruto do trabalho honesto permite uma vida digna. E que não deveríamos valorizar as pessoas pelo dinheiro, mas pelo trabalho e comportamento familiar. Um homem simples e de grande sabedoria. Foi dele que me lembrei ao ler sua postagem. Bjs.

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  8. Olá, Marly.
    Contos do vigário irão existir enquanto existirem pessoas dispostas a explorarem a boa fé alheia.
    É muito fácil se deixar seduzir por promessa de dinheiro fácil, deve ser por isso que tanta gente cai nesse tipo de golpe.
    Acho que, se a pessoa vive honesta e decentemente, não tem porque querer ficar rica assim do nada.
    Abraço, Marly.

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  9. Três posts (??????????????????) PQP!
    Meus muitos parabéns.
    A respeito deste conto, que antes chamavam-se contos do vigário, agora chamaria de contos de pastores, visto que os vigários ficaram bem para trás neste quesito (viu o caso da mulher que pariu 3 chaveirinhos de caveira por ter se afastado de uma igreja protestante???? Primeiramente damos risadas, depois, nos revoltamos com tamanha cara de pau e subestimação, nem sei se esta palavra existe, de nossa inteligência usando o nome de Deus para isto) muitas pessoas querem dinheiro fácil e quem não quer? O grande problema é que ele só virá por meios ilícitos, muito raro quem enriquece trabalhando. Acontece com grandes empresários, mas é raro.
    Adorei o PS, a do cupido foi a melhor. ahah.
    Até mais minha contista favorita!

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