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terça-feira, 26 de junho de 2012

EU ME FUI ROUBADA



Eu me fui roubada!
Deixei-me saquear, quando olhaste tão profundamente dentro dos meus olhos
a ponto de cegar-me a razão
 e por isso eu deixei que fosses a claridade dos meus dias.
 [Quão cinzento eles têm sido!]

Roubei-me de mim,
quando deixei que os teus beijos fossem mais ansiados
que o próprio respirar.. .Ainda perco o ar flutuando nas lembranças
do  teu céu, e me embriagando com o teu gosto que deveria ser fugaz...

Roubei-me de mim,
 quando concordei em somente deixar que à flor da minha pele,
os teus carinhos viessem orvalhar...
Como é possível isso, se o amor por essência é liquefeito?
...É sangue, suor e gozo...

Roubei-me de mim,
quando a minha pele em flor, exalava desejos de você,
ansiava pelos teus toques [ tão ao acaso.]
Alimentei-me com memórias de vãos momentos.

Roubei-me de mim,
quando minha flor mendigou teus beijos ousados,
 teus toques aveludados
e a tua última barreira erguida
pronta para ruir em escombros de prazer...
[Não havia última barreira,
pois estavam todas levantadas à minha volta
 e eu perdida, bloqueada entre elas.]
Prisioneira fui, do que nem sequer existiu,
a não ser na minha cabeça romântica e tola.

Eu me roubei de mim,
quando entre lágrimas de decepção descobri a dor
de ser saqueada de mim mesma...
[E ainda ter que parecer inteira.]

     Marly Bastos

26 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  2. Olhe, Marly, que maravilha! Não sei porque mas me remeteu a Beijo Partido, de Milton Nascimento enquanto lia esse poema de muitas faces, de um amor sublimando-se em várias insatisfações depois de satisfeitos os momentos tão bons. Adorei!
    Grande abraço. paz e bem.

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  3. oi Marly,

    quantas vezes temos que parecer aquilo que não somos?
    quantas vezes temos que mostrar aquilo que não sentimos?
    esses roubos me parecem mais frequentes do que deveriam ser...

    beijinhos

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  4. Linda poesia Srta, acho que no fim deixamos ser roubados, e muitas vezes não temos como impedir! abraços

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  5. Oi Marly!
    Há quanto tempo hein! Esqueci de você não, viu? ;)
    Muito bonito o poema, retrata bem o que acontece na maioria das vezes no tal do amor.

    Bjuss

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  6. Marly! Esse é o melhor roubo que pode nos acontecer! Não achas? Na verdade é uma dor misturada com êxtase! Boa pra caramba Ô! Adorei o poema amada! Gr. Bj.

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  7. Olá querida,

    Vi você por aí e vim correndo ver se você já estava de volta
    ao blog.
    Espero que sua recuperação esteja indo à mil.

    Este é um dos pecadilhos que cometemos quando nos deixamos envolver sem reservas.

    Como sempre, a encantar com seus belos versos!

    Grande beijo.

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  8. Como diria William Shakespeare os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são....


    (feliz por vc estar voltando)

    beijo

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  9. Olá Marly querida, que bom tê-la de volta. Espero que esteja tudo bem contigo.

    Seu poema, parece soar como um grito reprimido que a muito ansiava por libertar-se do casulo do coração. Que bom existir a poesia que é pra todos nós que amamos escrever, um canal, a catarse, que nos faz respirar fundo e seguir adiante...

    Gostei demais da tua volta!

    Fique bem...te cuide, ahhh!

    BJos da LU...

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  10. Oi Marly
    Você realmente estava fazendo muita falta, só vc e seus poemas calientes, que maravilha de poema, quanta inspiração. Como é roubar de si mesma? Ainda estou digerindo tudo isso (kkkkk).
    Bjão querida, melhoras, se cuida.

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  11. Muito interessante pensar a respeito. Lembrou-me o livro "Quem me roubou de mim", que em linhas gerais, trata do mesmo tema.
    A gente precisa se poupar, pra não se deixar "roubar".
    bjo, Marly.

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  12. Olá, minha querida.
    Lindos versos, como sempre.
    Estamos te esperando ansiosamente por aqui. Espero que fique 100% logo.
    Saudades dos seus post's.


    Uma ótima tarde de quarta-feira, um ótimo resto de semana.
    Grande abraço.
    Tatiane.

    http://tatian-esalles.blogspot.com.br/

    Att.

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  13. Dizem que o pior sentimento é quando a gente se envergonha de nós mesmo. E isso é foda. Assim como quando saímos da gente, somos roubados pelos nossos sentimentos, por culpa de outrem.

    E muitas vezes são roubos incontroláveis.

    Bjss

    ----
    Site Oficial: JimCarbonera.com
    Rascunhos: PalavraVadia.blogspot.com

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  14. Maravilha amiga!O poema e a sua volta...estava com saudades.
    Neste caso particular deste tema só é roubado quem,prazeirosamente,se deixa roubar...

    bjssssss,
    Leninha

    http://leninha-sonhoseencantos.blogspot.com

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  15. Bom encontrar este belo sinal de seu retorno.
    Que poema!São quase sempre assim, as grandes histórias
    de amor. A gente se entrega inteira e, depois dos abalos,
    temos que manter uma aparência como se nada houvera...
    Amar é uma delícia mas,às vezes,ao fim,sai-se muito machucada.

    Beijinhos,
    da Lúcia

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  16. Que lindo Marly!

    Quantas vezes, sem perceber, vamos permitindo que o outro tome um lugar maior do que nós mesmos dentro de nossas vidas. É realmente um roubo de nós mesmas. Lindo! Sensível e verdadeiro.

    Beijos

    Leila

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  17. Acontece com todos e não é mau isso. De tudo tiramos grandes lições.
    Beijinhos e obrigada pela visita.

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  18. A gente deixa mesmo se roubar, se saquear nessas invasões asmorosas, sem ao menos saber se vai valer a pena. Um poema lindo... como sempre. Beijos, Xexudinha.

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  19. OI, Marly. Esse é um erro que cometo tanto, que fico com raiva por não aprender. Principalmente quando goste de alguém, me deixo roubar, cegar, levar, e depois fica tão difícil fazer o caminho de volta... Não gostaria mais de chegar nesse ponto. Dói. Um abraço!

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  20. Marly, me desculpe mas não vou comentar seu post. vou comentar o comentário que você me deixou porque estou rindo até agora! Nunca imaginei que ficar perto de fogueira causasse aquele efeito colateral de mijar na cama! Só você...

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  21. Oi querida,

    Tudo bem? Está melhor do ombro? Mesmo com impaciência, você deve segurar a onda e não mexer muito.

    No mais, "roubar de si" é talvez a melhor forma de lembrar que tudo que precisamos estar lá dentro e que o exercício da vida é somar para crescer e aí, roubar as vezes é a única maneira de co coração obedecer.

    Cuide-se e beijos e beijos.

    Lu

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  22. Permitimos esse saque porque não é feito com violência e nos traz a sensação de felicidade. Entramos em outro mundo e nos entregamos, sem reservas. Decepções e dores não fazem parte de nossos sonhos. Chegam, tão somente, quando despertamos.
    Muito lindo!!
    Espero que não esteja sendo muito teimosa, digitando sem autorização médica (rss). Cuide-se!

    Bjs.

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  23. Que lindo!!
    Para nos entregarmos completamente temos que nos roubar de nós!
    Beijinhos, Marly.

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  24. Olá, Marly.
    Existem vezes, sim, em que nos deixamos roubar e nada podemos fazer quanto a isso.
    Mesmo porque, se fosse de outra forma, não teria muita graça.
    Abraço, Marly.

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  25. Caraca... Agora percebi que já escreveu dois posts! Pega leve aí minha contista...
    Acredito que por vezes é bom usar a razão para não permitir-se se roubar deste modo, embora, por vezes, isto realmente passe a ser inevitável.

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  26. forte e profundo colega...
    entro neste blog com imenso prazer,estou conhecendo através da insana cris campos herere;;;
    bjs

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