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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

"TIOFIM"

                                                                Foto extraída da internet
Pensa num menino chato! Era o Tiofim [Teófilo na certidão de nascimento]. Era ranheta até dizer chega e quando encafifava com uma coisa, era do tipo dolorido, pois ficava horas falando e reclamando da mesma coisa. 

Os pais resolveram visitar uns parentes que moravam em outras terras e pegaram o Jipe que era o transporte “in” da época e rumaram estrada afora. Tiofim ia reclamando que era melhor ter ido montado na eguinha baia dele, a Mimosa, do que ir naquela “carroça dura”. [Menino chato]! 

Chegando à casa dos parentes que eram muito pobres, Tiofim reclamou que aquilo num era passeio “mas uma penitência do tipo daquelas caravanas para o Muquém”. A mãe fechava as sobrancelhas para que ele desconfiasse de que estava sendo impertinente, mas ele nem ligava e ia pondo defeito em tudo que via. “Us cavalo deles pai parece mais nosso jeguim véi, tão magricelas e arrupiados.” O pai fazia de conta que não tinha ouvido nada... E ele continuava: Essas galinha, só tem pena... Será o que elas comi? Num vi privada por aqui paiê, acho que elas come é bosta!” [Menino sem educação]. 

Hora do almoço... O cardápio era arroz, feijão, chuchu refogado e farinha. E sobrou para o Tiofim e a mãe comerem no mesmo prato. Era um prato esmaltado e por tanto uso estava furado... A mãe para não deixar a comida vazar, tapou o buraco com o dedo e com o prato no colo o chamou para comer junto e quando estava quase no fim da comida ela tirou o dedo. Ele começou a gritar e reclamar que ela havia comido a carne dele. Ela explicou que não tinha carne, mas ele dizia: “Tinha sim sua gulosa, a carne estava bem aqui tapando o buraco e ocê a comeu e ai ficou só o buraco.” 

Explicar que era o dedo dela tapando o buraco foi besteira, ele não acreditou. A mãe o levou para um canto e torceu suas orelhas dizendo que se ele fizesse mais uma dessas ia quebrá-lo na pancada. E nem era pra pedir nada pra comer, pois eles nem sempre tinham o que ele queria. Ele concordou! [Menino sem noção...] 

Tiofim havia concordado em se comportar e isso era um alívio para os pais que passavam vergonha com ele o tempo todo. Ele em dado momento, queria porque queria ir embora pra casa, dizia que estava precisando demais ir embora! A anfitriã perguntou pra ele porque aquela urgência em ir embora e ele disse: “É que eu estou com muita vontade de comer banana e minha mãe disse pra eu não pedir, pois ôces são pobres e se eu comer uma vai fazer falta... Tiofim quase que não sobreviveu à surra que levou... [Bem merecido]. 

Tiofim tornou-se um rapaz malquisto, malvisto e totalmente inconveniente... Sofreu por falta de amigos que não gostavam da maneira dele se portar, pelo desprezo das mulheres que não suportavam a falta de gentileza dele. Os pais morreram sem conseguir educar esse homem que era rico, tinha posses, porém sem formação ética nenhuma... 

Morreu jovem ainda, por causa de uma brincadeira num bar. [Que nem merece ser contado o fato]. 

                                                            Marly Bastos

13 comentários:

  1. oi Marly,

    o fim já era esperado,
    criança que não tem limites,
    vai encontrar na fase adulta alguém que lhe breque mesmo que seja à força...
    criança tem que ser educada...

    beijinhos

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  2. Com todo respeito Marly, mas se já era difícil aguentar o Tiofim jovem que dirá dele um velhinho ranzinza?!
    Adorei esta história!
    Um bom dia. Bj

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  3. E como existem muitos Tiofins não é? Acho que a ética maior é aquele de quem é sensível e pode doar um carinho verdadeiro, em sintonia com que recebe! abraços

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  4. Nossa! É sério isso?
    Acho que crianças mal educadas são sempre um problema para os pais, e geralmente ficam assim por causa dos pais.
    Não é qualquer um que sabe educar filhos. alguns apenas criam.
    Mas o Tiofim tinha era espírito ruím mesmo. kkkkkkkk

    Um bjo, Marly.

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  5. Marly, enquanto lia tinha vontade de dar uns "tabefes" nele (kkk). Não tenho filhos e, comumente, presencio cenas desagradáveis, em lugares públicos, por comportamentos inaceitáveis de crianças. Posso estar enganada, por falta de experiência, mas creio que a imposição de limites é necessária e fundamental, desde cedo. Se os pais desejam a felicidade dos filhos, cabe-lhes formá-los para viver em sociedade. Grande beijo!

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  6. Não sei se a tua história se baseia num Tiofim real ou imaginário.
    De qualquer modo, há crianças e adultos assim inconvenientes.
    Normalmente, estes comportamentos representam falhas educacionais dos pais. Mas nem sempre, porque há crianças que são mesmo o diabo...
    Gostei muito da tua história.
    Marly, tem um boa semana.
    Beijo.

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  7. Lili,

    Tudo bem? Esse menino era um chatinho! Sei como é difícil um mãe tomar as rédeas, mas sim, assim não for, o fim é trágico e doloroso para a família. A permissibilidade é um veneno, então devemos ser inflexíveis, pois essa é a definição do amor seguro.

    Beijos e boa semana!

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  8. Oi minha linda..
    Passando pra deixar aquele beijo carinhoso e te desejar uma noite incrível..
    E que sua terça-feira seja mais que especial viu?

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  9. a incoveniencia é marca de algumas pessoas
    a historia posterior creio que seria bem interessante

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  10. Oi Marly
    Nossa, que história muito bem escrita, como sempre! E com um final infeliz para o Tiofin kkkkkkk.
    Bjos. queridona. Fique com Deus!

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  11. Marly
    Esse menino é um pestinha inconveniente, mas ri muito. Adoro a forma que você escreve.

    Bjs.

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  12. Olá, Marly.
    Ótimo conto; pessoas que não se endireitam quando crianças acabam tornado-se adultos inconvenientes e solitários.
    Deve-se mudar sempre, se não por nós, mas por quem convive conosco.
    Abraço.

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