Qual é mais competente para traduzir o que vai na mente e na alma: Palavras ou silêncio? Dependendo do momento todas duas promovem verdadeira catarse no nosso ser. As palavras às vezes tão inúteis pra dizer coisas tão relevantes e o silêncio deixa de contar o que aflige o coração... Palavras e silêncio são importantes, mas o difícil é saber quando dizê-las e quando silenciá-las. Muito bom quando o silêncio une, quando o silêncio é leve, cúmplice, conivente. É confortador quando calar fala mais que mil palavras.Também é bom quando mil palavras traduzem o silêncio preso na garganta.
Eu não vivo sem as palavras. Mesmo que elas não jorram pela boca e não sejam pronunciadas, estão presentes no olhar, nos gestos, no andar... Minha mãe me ensinou desde cedo a ler o olhar que ela enviava. E ai de mim se não escutasse aquele fechar de sobrancelhas! Era uma surra na certa, por isso, quando deslizava nos “modos”, procurava rapidamente na fisionomia dela o que me aguardava pra depois. Meu pai retorcia o bigode, e eu tremia nas bases. Para mim foi um alívio quando ele por uma puxadinha a mais na lâmina de barbear, “aleijou” o bigodón e teve que raspá-lo. E daí acabou acostumando sem o maldito retorcedor, e com a falta desse artifício para nos intimidar ele ficou mais maleável. Eu ficava pensando, minha mãe bem que podia “aleijar” também as sobrancelhas dela e raspá-las...
Gente, não é por nada não, mas aquele olhar de paquera adicionado de um meio sorriso é “the Best”. Fala tudo sem dizer nada, faz promessas sem se comprometer e geralmente não dá em nada mesmo. Mas levanta a estima, deixa a gente mais bonita, mas sensual, mais mulher e dentre poucas coisas que deixa a mulher envergonhada e tímida é diante dessa sondagem, desse limiar entre a brincadeira e o “será?”.
Pensando nessas coisas, lembro de uma vez que um olhar me fez o sangue gelar, foi quando fui assaltada. Displicentemente, andava por uma rua super movimentada às 11 horas da manhã, quando fui abordada por um rapaz que disse: “mooooça...” Eu virei para atender aquela voz tão amável(e ainda me chamou de moça) e deparei-me com os olhos mais malévolos que já tinha visto, fiquei perplexa e paralisada e ainda não tinha visto o revólver que ele apontava pra minha barriga. Nem foi preciso, o olhar dizia tudo, “passe o que quero ou te mato”. Passei tudo, talvez mais do que ele queria, sem uma palavra nem de cá e nem de lá. É... Como eu disse, há silêncio maior que palavras, bem maior.
Quando somos crianças não sabemos nos expressar com palavras, aí usamos as mãozinhas para acarinhar, bicotas molhadas e muitas vezes preguentas de doces para agradar. Lembro-me que ia curar a surra que minha mãe me dava no colo dela. Creio que era uma maneira de dizer que mesmo levando uma correção eu a amava. Meus filhos faziam a mesma coisa, aí é a hora de você ficar sem palavras. Mas crianças não entendem muito de silêncio, então, nesse momento valia uma canção de ninar, na melhor voz do mundo : A voz do amor!
Até vivo sem a palavra pronunciada, mas sem a palavra grafada jamais! Ela faz parte do que gosto, do que tenho prazer. Na escrita eu divago, vago, escrevo pra mim mesma e para os outros, escrevo verdades e mentiras, escrevo sonhos e fantasias, escrevo bem e/ou mal. Escrevo quando estou sozinha, ou quando sinto a solidão bater mesmo em meio a uma multidão. Escrevo porque preciso falar e às vezes tenho que respeitar o silêncio dos outros. Escrevo quando o silêncio cala fundo... Afinal palavras e silêncio são cúmplices na jornada da comunicação, pois quando um fala o outro se cala... E ouve.
Marly Bastos
Marly Bastos
Oi Marly,
ResponderExcluirEu estou, sempre, atenta aos seus textos e que senhores textos.
Prefiro palavras, também, mas há silêncios, que dizem mais que mil palavras.
Bem, aquelas do assaltante, nós as dispensamos. Que susto você pegou, né?
Palavras de nossa mãe, são as melhores do mundo, você sabe, porque tem ou teve mãe e também é mãe.
Beijos da Luz.
Olá estou visitando seu blog pela primeira vez e já estou seguindo!!
ResponderExcluirVocê conseguiu expressar fielmente seus sentimentos e os meus também, escrevo porque gosto e por mais várias outras coisas que disse, é exatamente assim que me sinto...
Amei seu texto!!
Estou esperando sua visita em meu blog!! Beijo!!
http://senhoritamoca.blogspot.com.br/
Sou do tipo que amo palavras, seja verbalizada ou grafada! Não vivo sem... mas, tenho pra mim que o silêncio, dependendo do momento, vale mais que mil palavras, Marlyzinha! Com certeza, valem! Li certa vez uma frase que me tocou muito, falava mais ou menos assim: quando o silêncio não incomoda, ele se torna delicioso, pois só basta a companhia do outro para nos fazer sentir bem...
ResponderExcluirbjkssss doces pra doce MArly! :)
Ah, Marly, nem preciso dizer que amei seu texto, já que palavras e silêncios tem sido tema constante em minha vida. Aprender a ler o olhar do outro é maravilhoso, pois antecede ou desdiz a palavra proferida pela boca, talvez por isso eu goste tanto de olhar os outros nos olhos, e tenho evitado os olhos de quem não quer me ouvir. Eles não mentem, não escondem e não enganam quando se trata de uma pessoa com alma transparente. Escrever é um ótimo subterfúgio para os momentos em que é melhor calar, mas o nó fica na garganta. Um abraço!
ResponderExcluirBoa noite, Marly.
ResponderExcluirAcho que com a idade, aprendemos a compreender e interpretar o silêncio alheio e dominar nossa própria impetuosidade verborrágica.
Então já foste assaltada?
Eu nunca fui, deve se apavorante e traumatizante, sorte que você não se machucou.
Abraço, Marly.
Que bom que voce escreve Marly querida,
ResponderExcluirporque eu adoro ler as suas palavras.
Parece que estamos batendo um papo. Chego a te responder de vez em quando, no meio da leitura. Rio sozinha do seu humor misturado nas letras e gosto do seu jeito natural de escrever...
Beijos
Leila
Olá, eu sou mais pelo silêncio*, na maioria das situações.Penso que devemos pensar um pouco antes de "falar...*a palavra tem força, tanto para o bem como para o mal.
ResponderExcluirJá disseram "o silêncio é ouro"; pois é, se ousamos dizer coisas para os outros temos que saber que as consequências são às vezes desastrosas, mas tudo é muito relativo.
Adorei o texto, bom para refletirmos.
bjusss Mery*
Marli eu sou a favor de escrever..ou falar...falar até esgotar...quando falamos ouvimos o que foi dito..e temos mais chance de comprendermos....para o mal estar não há outra saída a não ser falar dele. Freud e depois Lacan, a partir do grande linguista, senão o maior, Saussure, já nos demonstraram que o inconsciente é estruturado como a linguagem e portanto estamos submetidos a ela. A partir do momento em que verbalizamos, estamos explicitando e elaborando a possível saída do mal estar e enfrentando a difícil arte da conjugalidade. Mas não é qualquer conversa. Algumas são usadas até para encobrir. A palavra deve ser aquela que se aproxima da verdade e tem dimensão de ato.Graças a Deus podemos falar....escrever...
ResponderExcluirbeijinhos
Boa noite minha querida bochechinha rosada!!!!!!!
ResponderExcluirAqui é um lugar para se ler bons textos...palavras escritas que nos faz suspirar...palavras lidas silenciosamente...
bjssssssssssssss
Oi, eu estou aqui pra te fazer uma visitinha e para te convidar que você entra no meu blog também.
ResponderExcluirEle está de cara nova. Há se gostar segue? sigo de volta.
*--*
http://todosteen.blogspot.com.br/
@rafaelvc_
Olá!Boa noite! Tudo bem?
ResponderExcluir... Eu me identifiquei muito com a sua descrição do porque vocÊ ESCREVE...são as minhas razões, também!
Quanto á palavras ou silêncio:
...cito um provérbio chinês: ao falares , cuide para que tuas palavras sejam tão sábias quanto o silêncio...
Boa quarta!
Obrigado pelo carinho, viu?
Beijos
Oi Marly,
ResponderExcluirBoa noite! Também concordo que as vezes o silêncio é a própria palavra e por isso não a valorizo porque ela é mutável. Assim, não dou um espaço maior do que ela merece, pois aí ela se faz gigante como Sansão. Prefiro ela controlada e intercalada ao silêncio à medida que só assim não viro escrava.
Gosto demais dos seus textos e falar sobre palavras sempre me encanta.
Beijos.
Lu
Tuas palavras envolve, revolve, cala um coração, faz uma mente falar, brincando de recordar, passeando lindamente pelas lembranças.
ResponderExcluirAhh! Como é bom ter o dom de falar e calar o outro escrevendo, como você. Mas, não vou me atrever falar muito, prá não destoar da tão bem sentidas e escritas linhas.
Estive sempre por aqui, flor. Te lendo, te percebndo, me reconhecendo em tuas palavras, mesmo que escondidinha no meu silêncio. Pois bem, devagarinho vou me achegando mais e falando mais, e calando quando em vez, prá te ler melhor...
Beijos!
E como sabes usar tão bem as palavras! Como eu gosto de ler os teus devaneios!
ResponderExcluirBeijinho grande
"As palavras às vezes tão inúteis
ResponderExcluirpra dizer coisas tão relevantes
e o silêncio deixa de contar
o que aflige o coração... "
[encontrei afago ...obrigada]
Um beijo
Maestrina das palavras, hoje sua sinfonia de silêncios e palavras foi das mais bonitas que já "ouvi" você orquestrar.
ResponderExcluirNem gostaria de usar muitas palavras para não quebrar a magia das suas, mas vou realçar o de sempre: o seu toque de humor em coisa séria e profunda. Genialidade e irreverencia juntas sempre!
Ri do bigode do seu pai e da sobrancelha da sua mãe, raspadas. Rsrs
Muito obrigada pela sua mensagem tão carinhosa para mim ontem, maly. Obrigada por sua presença em um dia tão feliz.
Beijos!
Você só esqueceu de dizer que escreve sempre muito bem!
ResponderExcluirO silêncio é como uma foto que diz tudo e não precisa de texto explicativo. Aquele velho e conhecido ditado popular que diz que o silêncio é de ouro... Por quê? O povo sabe das razões. Nós sabemos quando apenas um olhar diz tudo. Um gesto, um abraço. Precisa alguma palavra?
Grande beijo e todo o meu silêncio... rsrs
Tais
O silêncio pode ser a mais aferidora e estridente palavra; a palavra mais sonora pode transformar-se em silêncio, pois muitas sílabas não significam maior significado. Paradoxalmente falar muito e não dizer nada é por vezes tão efectivo como o mais absoluto dos silêncios, e vice-versa… por isso agora…calo boca :)
ResponderExcluirBeijins sonoros, menina fofinha e tagarela, e por vezes silenciosa :)
Marly querida,
ResponderExcluirImpecável a sua crônica. Diz tudo sobre o valor das palavras e do silêncio, não nos deixando nada para acrescentar.
Minha mãe também usava a expressão dos olhos para repreender ou nos fazer calar.Um simples olhar dela já avisava que estávamos pisando na bola (rsrsrs). E que medo dava, pois ela era brava e enérgica demais.
Saber falar e calar na hora certa requer sabedoria. Há momentos, porém, que exigem palavras verbais para possibilitar uma comunicação onde não há espaço para interpretações.
Adorei as ilustrações, lindona.
Já estava com saudades de você e da belezura de seus textos.
Beijão.
Oi Marly
ResponderExcluirComo eu gostaria de usar mais o silêncio, mas as palavras saem da minha boca, antes mesmo de que eu pense, elas são muito rápidas (kkkkkk). Acho que o silêncio muitas vezes vale mais que mil palavras, mas eu não consigo, só quando estou muito brava.
Bjão queridona.
Gosto imensa e intensamente de escrever, de falar e de silenciar.
ResponderExcluirTodas as formas, envolvem a palavra. Por isso, gosto dos três...
As circunstâncias, vão determinar por qual via irei me comunicar. Por vezes, a escolha não é a mais adequada. Muitas vezes, a impulsividade, nos conduzem a uma "infeliz" escolha: silenciamo-nos, quando deveríamos falar. Acontece também de registramos, com a escrita, o que não deveríamos registrar.
Gosto dos suas crônicas, Marly, pela fluidez e espontaneidade em tratar qualquer tema, com palavras brotadas "ao seu bel prazer"...
Beijinhos,
da Lúcia
Ola Marly,
ResponderExcluirO texto de hoje me fez lembrar aquela música que a Cássia Eller cantava "palavras"...
Palavras ou silêncio? Uma dialética que nem a nossa própria intimidade muitas vezes não consegue discernir o que é melhor.... Adorei o texto!
Abraços Flávio.
--> Blog Telinha Crítica <--
Marly não é fácil viver sem palavras até mesmo imagens transformam em palavras.
ResponderExcluirEis a questão O silencio também é muitas palavras na hora certa
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adoro ler seus trabalhos! um forte abraço e bjos.
No meu silêncio não faltam palavras. Amo colocar as palavras e casa-las com imagens, completando o sentido que elas levam. O "papel" sempre foi meu melhor amigo, quando estamos juntos ele é só silêncio e eu, só palavras! Gr. Bj. Marly!
ResponderExcluirP.S.: seus pais não eram amigos dos meus não? rsrsr
Olá, Marly. Saudades! Desculpe a falta. Tive pane no cmputador e problemas de conexção. Um pouco lento mas tentando por em dia as visitas! Belo texto. Perfeito Marly! As vezes o silêncio diz mais que mil palavras. Concordo também sobre a paquera que nos faz sentir mais mulher e mais desejada. Vc é maravilhosa amiga! Bjos.
ResponderExcluirI like this blog, and I follow a number 290
ResponderExcluirI hope you follow me back to
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thank you
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Marly,
ResponderExcluirexcelente texto!
Confesso que até hoje, uma coisa que me irrita é quando alguém faz silêncio, seja verbal ou pela escrita, quando estamos esperando algum contato, resposta, enfim... não gosto do silêncio em comunicação, dá margem para muitas interpretações. (embora tenha entendido o que você colocou), mas é meu lado infantil, creio.
Também já fui assaltada, mas um dos caras colocou o revólver na minha cabeça, e comecei a negociar, (pois como falei, não gosto de silêncio), e eles levaram só coisas tolas e deixaram meus documentos. Mas foi pura sorte...
Mas concluindo, prefiro uma palavra mal-dita que uma mal interpretada.
Beijocas dulces!
... completando...
ResponderExcluirque uma palavra mal interpretada que nem foi falada.
era isso! Beijosss
Sabe que o silêncio também são palavras?
ResponderExcluirTodos nós somos compostos de palavras, elas são a nossa fonte de vida.
Você quer dialogar consigo?
Você quer dialogar com os outros?
Você pede silêncio para pensar?
Tudo tem uma resposta... AS PALAVRAS!
Saber expressar os sentimentos é um talento que faz do leitor ser atencioso até o final do texto, como eu fiz! parabéns, se permitir estarei a seguindo, abraços
ResponderExcluirOlá Marly,
ResponderExcluirnão gosto de viver sem palavras embora tenha momentos em que o silêncio é bom conselheiro...
A tua foto está o máximo! Parabéns.
Bjs
Seu texto é maravilhoso, reflete momentos da vida onde temos que escolher uma das opções, você foi muito feliz na escolha desses termos e os conduziu com maestria. Parabéns, beijos menina.
ResponderExcluirAbordou de forma magnífica o tema. Nunca fui de falar muito, mas gosto de quem assim se manifesta. Minha justificativa era a timidez. Mas não tinha reservas quando devia me manifestar por escrito. Há coisas que precisam ser ditas, literalmente. Outras, são compreendidas com a linguagem corporal.
ResponderExcluirBjs.
Acho que todos nós preferimos o silêncio, mas sobremaneira somos impulsionados a falar usando as mãos, a caneta que grita e chora quando preciso, compartilhando nossas alegrias e nossas frustrações. Não sei quando somos melhores, porque sentimento não nos falta , muito menos emoção, seja muda ou falando... Gosto daqui e de vc. Tenha uma noite abençoada e que lembraças tristes sejam apagadas!
ResponderExcluirMarli..vocce esta linda nas fotos e continua escrevendo lindamente,
ResponderExcluirAS vezes o silencio fala muito mais que as palavras.
Um beijo...
Marli..vocce esta linda nas fotos e continua escrevendo lindamente,
ResponderExcluirAS vezes o silencio fala muito mais que as palavras.
Um beijo...
A nossa linguagem corporal fala mais alto que a outra e tem uma vantagem(ou desvantagem...) é que não engana!!
ResponderExcluirPodemos estar a dizer algo e o nosso corpo a mostrar que estamos a dizer uma outra coisa completamente diferente!
Ahhh... e o que é dito pelo silêncio?! Talvez seja quando se dizem as coisas mais verdadeiras... sobretudo a dois!
Adoro aquele silêncio cúmplice em que os olhares e as mãos falam!
Beijinhos, Marly