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terça-feira, 22 de março de 2011

MEU NOME, MUITO PRAZER!


Na inocência dos meus três anos achei que pudesse escolher meu nome. Escolhi um nome que me parecia bonito: Silvia! Quando perguntavam o meu nome eu dizia bem esse mesmo: SILVIA!! Isso durou um bocado de tempo, e eu realmente achei que tinha vencido a guerra do nome... Desolada, descobri que perguntavam como me chamavam por brincadeira, por zombaria, pois sabiam que meu verdadeiro nome era Marly Benedita e que esse, estava lavrado em cartório. E eu lá sabia o que era cartório?? Nem imaginava que existisse um horrendo papel exibindo esse nome.
Olha, de verdade, não tenho nada contra o Marly e nem contra o Benedita, mas essa junção... Esse nome composto não tem nada a ver com nada! Acho que ninguém no mundo, além de mim chama-se Marly Benedita! Aos três anos, me senti frustrada, porque não pude ter o nome que queria.
Aos cinco anos, era revoltada porque descobri que esse nome estava escrito num papel e que “esse papel era pra sempre”! Odiei minha avó por se chamar Benedita, e que meus pais me darem esse bendito nome para homenageá-la. Aos sete anos descobri que o primeiro nome que era “melhorzinho” não significava nada. Era uma variante de Marlene, que é uma variante de Merilin, que é uma variante de Mary que é uma variante de Marley, que é uma variante de Maria... E Maria...! Todos os colegas da classe tinham nomes significativos, menos eu! Bem, se eu puxasse um pouco pelo Benedita, ia ter um lindo significado (Bene= bem + Dita= falada), mas fiquei roxa de medo da professora mencionar o bendito, e os meninos me apelidarem...
Achei que meus pais eram adotivos. Só podia ser! Colocar um nome desses numa filha era desumano. Comecei a observar meus irmãos, cada um de uma cor, uns pareciam com minha mãe, outros com meu pai e eu não parecia com nenhum. Era adotada, tinha certeza! Essa certeza durou até aos nove ou dez anos. Aí descobri que era filha legítima. Herdei a mente fantasiosa do meu avô e do meu pai(os dois eram meio dementes... E eu dementinha).
Quer saber como descobri que herdei isso??? Bem, aos 10 anos eu ficava sonhando acordada: Estava num tribunal: Meu pai e minha mãe na frente do juiz, tendo que explicar o porquê desse meu nome e eles não conseguiam fazê-lo! É claro que não poderiam jamais explicar esse nome! Como faltava explicação, então prisão perpétua. E eu pedindo clemência por eles ao senhor juiz. Sendo benevolente com quem não deve dó de mim nem um pouquinho ao colocar Marly Benedita como nome pra sempre meu.
Estava me revelando uma garota má. Ficar fantasiando a prisão dos pais era pecado. Pedi perdão pra Deus. E continuei com meu nome... Marly Benedita!
A luz no fim do túnel acendeu quando eu tinha 17 anos: Ia casar e assim mudar meu nome. Era essa oportunidade ou nunca mais! Todavia, quando fomos dar entrada nos papéis para o casamento, no cartório, descobri que não poderia tirar o Benedita, pois esse era nome próprio. Quase desisti do casamento. Casei assim mesmo.
A vida passou, acomodou. Criei e recriei meus conceitos. Os anos dourados, me ensinaram que a gente faz o nome. Marly pode ser um nome sem significação, mas eu sou a Marly e tenho meus valores,conceitos e formação. E isso me faz única e especial. E Benedita é arcaico, velho, ultrapassado, mas é com orgulho que homenageio minha avó com ele! Uma centenária com mente lúcida, mulher vivida e experimentada . bem dita é ela no meio da parentela, que teve o privilégio de contemplar a sua quarta geração!
Muito prazer, então! Eu sou a Marly Benedita (Única em código genético, e provavelmente única no nome)
Eu, Marly Bastos

2 comentários:

  1. É ISSO MESMO MARLY ! VOCÊ FALOU TUDO NESTE TEXTO.
    TENHO UMA FILHA QUE ELA NÃO GOSTA DA JUNÇÂO DO NOME DELA : DÉBORA LUIZA .ELA ME CULPA POR ISSO.MAS EU A CONVENÇO QUE FOI CULPA MINHA MESMO,QUE A REGISTREI. PARA COMPENSAR,DIGO QUE É SÓ O NOME QUE FICOU FEIO(para ela),MAS QUE ELA É BONITA,JÓVEM,ETC. E PRONTO. MAS ESTOU FALANDO A VERDADE.

    Obrigado por me visitar.
    Até breve !

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