Eu me fui roubada!
Deixei-me saquear, quando olhaste tão profundamente dentro dos meus olhos
a ponto de cegar-me a razão
e por isso eu deixei que fosses a claridade dos meus dias.
[Quão cinzento eles têm sido!]
Roubei-me de mim,
quando deixei que os teus beijos fossem mais ansiados
que o próprio respirar.. .Ainda perco o ar flutuando nas lembranças
do teu céu, e me embriagando com o teu gosto que deveria ser fugaz...
Roubei-me de mim,
quando concordei em somente deixar que à flor da minha pele,
os teus carinhos viessem orvalhar...
Como é possível isso, se o amor por essência é liquefeito?
...É sangue, suor e gozo...
Roubei-me de mim,
quando a minha pele em flor, exalava desejos de você,
ansiava pelos teus toques [ tão ao acaso.]
Alimentei-me com memórias de vãos momentos.
Roubei-me de mim,
quando minha flor mendigou teus beijos ousados,
teus toques aveludados
e a tua última barreira erguida
pronta para ruir em escombros de prazer...
[Não havia última barreira,
pois estavam todas levantadas à minha volta
e eu perdida, bloqueada entre elas.]
Prisioneira fui, do que nem sequer existiu,
a não ser na minha cabeça romântica e tola.
Eu me roubei de mim,
quando entre lágrimas de decepção descobri a dor
de ser saqueada de mim mesma...
[E ainda ter que parecer inteira.]
Marly Bastos
Marly Bastos
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ResponderExcluirOlhe, Marly, que maravilha! Não sei porque mas me remeteu a Beijo Partido, de Milton Nascimento enquanto lia esse poema de muitas faces, de um amor sublimando-se em várias insatisfações depois de satisfeitos os momentos tão bons. Adorei!
ResponderExcluirGrande abraço. paz e bem.
oi Marly,
ResponderExcluirquantas vezes temos que parecer aquilo que não somos?
quantas vezes temos que mostrar aquilo que não sentimos?
esses roubos me parecem mais frequentes do que deveriam ser...
beijinhos
Linda poesia Srta, acho que no fim deixamos ser roubados, e muitas vezes não temos como impedir! abraços
ResponderExcluirOi Marly!
ResponderExcluirHá quanto tempo hein! Esqueci de você não, viu? ;)
Muito bonito o poema, retrata bem o que acontece na maioria das vezes no tal do amor.
Bjuss
Marly! Esse é o melhor roubo que pode nos acontecer! Não achas? Na verdade é uma dor misturada com êxtase! Boa pra caramba Ô! Adorei o poema amada! Gr. Bj.
ResponderExcluirOlá querida,
ResponderExcluirVi você por aí e vim correndo ver se você já estava de volta
ao blog.
Espero que sua recuperação esteja indo à mil.
Este é um dos pecadilhos que cometemos quando nos deixamos envolver sem reservas.
Como sempre, a encantar com seus belos versos!
Grande beijo.
Como diria William Shakespeare os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são....
ResponderExcluir(feliz por vc estar voltando)
beijo
Olá Marly querida, que bom tê-la de volta. Espero que esteja tudo bem contigo.
ResponderExcluirSeu poema, parece soar como um grito reprimido que a muito ansiava por libertar-se do casulo do coração. Que bom existir a poesia que é pra todos nós que amamos escrever, um canal, a catarse, que nos faz respirar fundo e seguir adiante...
Gostei demais da tua volta!
Fique bem...te cuide, ahhh!
BJos da LU...
Oi Marly
ResponderExcluirVocê realmente estava fazendo muita falta, só vc e seus poemas calientes, que maravilha de poema, quanta inspiração. Como é roubar de si mesma? Ainda estou digerindo tudo isso (kkkkk).
Bjão querida, melhoras, se cuida.
Muito interessante pensar a respeito. Lembrou-me o livro "Quem me roubou de mim", que em linhas gerais, trata do mesmo tema.
ResponderExcluirA gente precisa se poupar, pra não se deixar "roubar".
bjo, Marly.
Olá, minha querida.
ResponderExcluirLindos versos, como sempre.
Estamos te esperando ansiosamente por aqui. Espero que fique 100% logo.
Saudades dos seus post's.
Uma ótima tarde de quarta-feira, um ótimo resto de semana.
Grande abraço.
Tatiane.
http://tatian-esalles.blogspot.com.br/
Att.
Dizem que o pior sentimento é quando a gente se envergonha de nós mesmo. E isso é foda. Assim como quando saímos da gente, somos roubados pelos nossos sentimentos, por culpa de outrem.
ResponderExcluirE muitas vezes são roubos incontroláveis.
Bjss
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Site Oficial: JimCarbonera.com
Rascunhos: PalavraVadia.blogspot.com
Maravilha amiga!O poema e a sua volta...estava com saudades.
ResponderExcluirNeste caso particular deste tema só é roubado quem,prazeirosamente,se deixa roubar...
bjssssss,
Leninha
http://leninha-sonhoseencantos.blogspot.com
Bom encontrar este belo sinal de seu retorno.
ResponderExcluirQue poema!São quase sempre assim, as grandes histórias
de amor. A gente se entrega inteira e, depois dos abalos,
temos que manter uma aparência como se nada houvera...
Amar é uma delícia mas,às vezes,ao fim,sai-se muito machucada.
Beijinhos,
da Lúcia
Que lindo Marly!
ResponderExcluirQuantas vezes, sem perceber, vamos permitindo que o outro tome um lugar maior do que nós mesmos dentro de nossas vidas. É realmente um roubo de nós mesmas. Lindo! Sensível e verdadeiro.
Beijos
Leila
Acontece com todos e não é mau isso. De tudo tiramos grandes lições.
ResponderExcluirBeijinhos e obrigada pela visita.
A gente deixa mesmo se roubar, se saquear nessas invasões asmorosas, sem ao menos saber se vai valer a pena. Um poema lindo... como sempre. Beijos, Xexudinha.
ResponderExcluirOI, Marly. Esse é um erro que cometo tanto, que fico com raiva por não aprender. Principalmente quando goste de alguém, me deixo roubar, cegar, levar, e depois fica tão difícil fazer o caminho de volta... Não gostaria mais de chegar nesse ponto. Dói. Um abraço!
ResponderExcluirMarly, me desculpe mas não vou comentar seu post. vou comentar o comentário que você me deixou porque estou rindo até agora! Nunca imaginei que ficar perto de fogueira causasse aquele efeito colateral de mijar na cama! Só você...
ResponderExcluirOi querida,
ResponderExcluirTudo bem? Está melhor do ombro? Mesmo com impaciência, você deve segurar a onda e não mexer muito.
No mais, "roubar de si" é talvez a melhor forma de lembrar que tudo que precisamos estar lá dentro e que o exercício da vida é somar para crescer e aí, roubar as vezes é a única maneira de co coração obedecer.
Cuide-se e beijos e beijos.
Lu
Permitimos esse saque porque não é feito com violência e nos traz a sensação de felicidade. Entramos em outro mundo e nos entregamos, sem reservas. Decepções e dores não fazem parte de nossos sonhos. Chegam, tão somente, quando despertamos.
ResponderExcluirMuito lindo!!
Espero que não esteja sendo muito teimosa, digitando sem autorização médica (rss). Cuide-se!
Bjs.
Que lindo!!
ResponderExcluirPara nos entregarmos completamente temos que nos roubar de nós!
Beijinhos, Marly.
Olá, Marly.
ResponderExcluirExistem vezes, sim, em que nos deixamos roubar e nada podemos fazer quanto a isso.
Mesmo porque, se fosse de outra forma, não teria muita graça.
Abraço, Marly.
Caraca... Agora percebi que já escreveu dois posts! Pega leve aí minha contista...
ResponderExcluirAcredito que por vezes é bom usar a razão para não permitir-se se roubar deste modo, embora, por vezes, isto realmente passe a ser inevitável.
forte e profundo colega...
ResponderExcluirentro neste blog com imenso prazer,estou conhecendo através da insana cris campos herere;;;
bjs