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terça-feira, 28 de outubro de 2014

MEIA VOLTA VAMOS DAR!

Imagem extraída da WEB

Quando criança, me deitava para dormir e aos poucos ia flutuando, o mundo lentamente girando como um carrossel onde eu me via montada nos cavalos quase alados, depois flutuava para a roda gigante de onde meus sonhos ficavam encantados, cheios de cores, girando bem alto! Girava, girava e acordava outro dia. O mundo me parecia feito de parques de diversões, circos, passeios na casa da vovó, banhos de cachoeiras, brincadeiras na boquinha da noite com os primos e primas de cantigas de rodas e pular cordas, e algumas outras obrigações que eu não gostava muito, como escovar os dentes quatro vezes ao dia pra não dar bichinho neles (com o tempo a gente aprende a gostar, basta pra isso passar pela primeira dor...).

Fiquei adolescente. Embora eu tentasse me comportar como uma mocinha, essa é uma fase única, a gente chora até em ver um cachorro magro e é capaz de matar o mundo envenenado. E a preguiça? Preguiça de estudar, preguiça de ajudar nas tarefas domésticas, preguiça de organizar o quarto, preguiça de limpar gavetas. Até entendo quando vejo um quarto de adolescente, pois a preguiça parece ser algum distúrbio hormonal. Aliás, a gente sempre sabe quando é o quartel general de um adolescente, pois sobram meias pra fora da gaveta, os livros e afins parecem monturo pra fazer fogueira, roupas por todo lado, coleções de coisas impensáveis, e posters de ídolos, ou se for meninos, carros. Esta deve ser a fase mais importante na vida de uma pessoa, pois é nela que nossa educação se concretiza, nossas amizades se definem e recebemos várias enxurradas de sentimentos a cada hora. Que coisa! Adolescente é gente esquistinha né? PS: Quando for pegar seu adolescente pela orelha, lembre-se que você passou por isso e era igualzinho (ou pior).

Ainda jovenzinha, sonhava com príncipes. Eu acreditava em contos de fadas, em sapatinho de cristal, e em carruagem encantada. Mas esse acreditar não dura pra sempre. Aos poucos a gente vai notando que tem muitos sapos pelo caminho, mas príncipe mesmo só nos livros ou na Inglaterra. E descobrimos também que sapos não viram príncipes com beijos, no máximo namoradinhos que querem nos beijar detrás da caixa d’água da escola. Época em que a gente descobre que é muito bom beijar. E a gente beija muito!

Depois me tornei adulta de verdade, e aí começa minha história de vida. Quase outra vida...

Marly Bastos

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

ESSE OLHAR MADURO...

Foto extraída da Web

Olhar maduro...
Esse olhar que vê mais além
Que discretamente em algures se detêm
Que modera, instiga... E faz queimar
Olhar avaliativo, vibrante: verdadeiro desejar.

Olhar maduro...
Que aprendeu ao longo da vida enxergar,
Aquém do aparente que se está a mostrar,
Que sabe dizer tudo apenas com a profundidade,
Cavada pela experiência de vida e sensibilidade.

Olhar maduro...
Quando mira, faz tremer por dentro,
Que te faz sentir do mundo o centro.
Dá medo e encanta, com ele seduz,
Quebra barreiras, e os obstáculos reduz.

Olhar maduro...
Desnuda o corpo e a alma...
Faz promessa muda, que acalma,
Conquista sem pressa, enquanto aprecia
Olhar que vicia, contagia e inebria!

Olhar maduro...
Que faz a alma evadir para longe porto,
Sonhar com amor, segurança e conforto.
Faz o mundo girar e a mente vagar
Em pensamentos sem limites divagar...

Olhar maduro...
Que valoriza mais conteúdo que aparência,
Que sabe separar do ser, a essência.
Olhar que se faz conhecer e conhece,
Olhar profundo, que a alma nunca esquece.

Olhar maduro...
Que despi a mulher de uma forma diferente...
Desnuda a vontade, o desejo , o elemento inconsciente.
Quebra preconceitos e diante dele a resistência é vã.
Ah! Esse olhar maduro, me faz pensar no amanhã!

Ah, esse olhar maduro...

Marly Bastos


sábado, 25 de outubro de 2014

RES  PIRO...


No beijo molhado me inspiro!
De língua infiltrada, suspiro.


Qual água em esponja, transpiro,
Perco o ar... Respiro!


Morro na tua boca: Expiro.
Subo para o teu céu e piro...


Suspiro... Expiro... Inspiro... Transpiro...
De novo piro = Res piro!


Marly Bastos