SAIA JUSTA!

Essa história me foi enviada e eu organizei as idéias.

SAIA JUSTA

Foi engraçada a situação que se formou no aniversário do Thiago. Estávamos ficando, mas ninguém sabia. Era namorando escondido. A galera toda estava lá na chácara onde foi comemorado o aniversário. O Rafa, o André, com quem eu já tinha ficado e o Joel que estava afim de mim. E eu fiquei na maior saia justa.
Um dia antes do seu aniversário o Thiago veio me ver e disse que queria conversar comigo. Não era bem conversa,porque acabou rolando mesmo foram beijos e beijos. Nossa! Pensa num beijo gostoso!É o dele. Aliás foi com um beijo roubado que ele me conquistou. Bem, estávamos no clima de beijos quando o telefone toca e quem era? Rafa!!! Esse mesmo! O mocinho que eu estava afim antes do beijo que acabou numa trágica mordida. Fiquei roxa de vergonha, e ele entendeu que era o Rafa (um grande amigo dele)... Minha cara quase caiu. Ainda mais pelo som alto do fone, dando a oportunidade do Thiago ouvir tudo. O Rafa estava me chamando pra sair. O Thiago ficou muito bravo. Queria ir embora antes mesmo do telefonema terminar. Dei uma desculpa e desliguei, prometendo ligar depois (aliás,tenho a política de quem guarda tem!). O Thiago escutando tudo. Ele ficou. Emburrado mas ficou. E quando estava melhorando a raiva as minhas amigas ligam me chamando pra sair e tal e eu dizendo que não queria sair e ia ficar em casa. Com isso ele amansou e fez as pazes comigo. Namoramos um pouco mais e marcamos de nos encontrar para irmos á chácara, onde seria a festa.
Fomos juntos para a chácara e logo de chegada encontrei o Rafa que estava com raiva de mim porque não liguei pra ele de volta na noite anterior conforme tinha prometido. Começou o forró e formaram um rodízio pra dançarem comigo. Um me chamava pra dançar... Depois outro e outro e o Thiago louco de ciúmes. Modéstia parte, sou um bom “pé de forró”. O Thiago não falava nada, mas ficava com aquela cara de “quero matar alguns”. Mas, o fato é que ninguém sabia que a gente estava ficando, e ele nem podia reclamar.
Para fugir de tantas danças e da cara feia do Thiago, resolvi tomar banho de piscina e claro, chamei o Thiago pra pular na piscina também. Ele respondeu que iria depois . Fiquei brincando na piscina sozinha e de repente o Rafa pula na piscina e começou da dar em cima de mim e tal... Eu dei o fora nele. Fui bem seca com o menino e ele foi embora da festa fulo da vida. E o Thiago olhando... Eu pensei: “porque cargas dágua ele não pula logo aqui pra ficar comigo??” Enquanto pensava veio o André pra dentro da piscina (parecia coisa combinada, nunca fui tão assediada em tão pouco tempo). Ele chegou pegando em mim e querendo brincar. Eu já sem saber o que fazer e o Thiago louco da vida. Eu mais uma vez dei um basta nesse outro mocinho e fiquei na minha, “de boa.” Pensei, bom acabou... Entretanto não tinha acabado.. O Joel pula na piscina... Não vou repetir o que aconteceu... O Thiago parecei satisfeito depois que descartei todos e veio pra piscina ficar comigo.Tive uma crise de riso, tanto pelo nervosismo como pela situação que acabou sendo engraçada (ou cômica...)
Ele ficou um pouco na piscina comigo, rolando aquele flerte gostoso e depois saímos.
Estava cansada e morta de sono, encostei no sofá e quando estava cochilando vinha um e dava em cima de mim (estava chovendo na minha horta).
O Thiago cansou de ver aquilo e resolveu agir. Veio até o sofá e me disse:- Vem cá vamos ali. Fui... Ele me apresentou um guarda-roupa antigo, bem grande, que ficava ao lado de um banheiro. Ele me puxa pra dentro desse guarda-roupa e começa a me beijar. Beijo delicioso e eu esquecendo de tudo, até que de repente chega a mãe da dona da casa e de sopetão abre a porta do “museu”. Fiquei desesperada pois, ser pega dentro do guarda-roupas me agarrando com o aniversariante era cruel. O Thiago pegou a senhora pela mão e saiu arrastando-a e dizendo que queria mostrar algo pra ela lá na piscina e eu sai de lá escondidinha. A senhora não entendeu nada, já que ele não mostrou nada.
O Thiago fez 23 anos, é uma gracinha e a gente se dá super bem. Ele tem o humor que eu gosto, é atrevido no tanto certo e agüenta bem meus atos nada delicados.
Claro que nem só de beijos calientes no armário ia ficar esse dia tão especial na vida do Thiago. Eu estava escovando os meus dentes, quando ele veio fazendo gracinhas pro meu lado e eu pedi pra ele parar , pois estava num momento que necessitava de calma (escovar os dentes exige paciência e calma...) Ele continuou a brincar e em dado momento jogou água em mim, eu assustei e enfiei a escova com creme dental no olho dele. Foi sem querer. Quase ninguém acreditou nisso, visto que poucos dias antes eu quase parti a língua dele nos dentes (por causa do beijo roubado). Puxa vida! Língua inchada e olho quase furado. Ardendo por causa do creme dental. Aquela música diz que uma tapinha de amor não dói (se aquilo pode ser chamado de música), mas com certeza uma mordida com vontade na língua e uma enfiada de escova cheia de creme dental no olho, deve doer. Todavia dizem também que o amor tudo suporta... Espero que sim, afinal se continuar assim, acabo matando o mocinho. Inclusive deixo isso como relato em minha defesa, se por acaso algo mais sério acontecer... FOI SEM QUERER, PURO IMPULSO, REFLEXIVO. Que Deus proteja o Thiago!
Marly Bastos

Violência e utopia

     Estamos (nós brasileiros) envolvidos com dois fatos que fiados e enrolados, daria uma boa trama: A futilidade e expectativa da volta do "fenômeno" que mesmo gorducho, ainda é o ídolo do futebol brasileiro (ou será que é somente uma forma que encontramos para nos desviarmos dos acontecimentos que intimamente nos inquietam?? E o outro fato é algo tão sério, que traz á tona uma discussão já antiga: A legalidade do aborto. 

     A Constituição já prevê a autorização do aborto em dois casos: estupro e gravidez de risco. As duas coisas a menina tinha ao seu favor ( ou para seu desconforto). De forma alguma, a atitude dos médicos e da mãe foi leviana. Estão assegurados por uma lei, que levou anos para ser aprovada, e claro, a igreja estava presente nessa discussão e aprovação da lei. A comissão vaticana considera justa a excomunhão dos médicos e da mãe... E o arcebispo D. José Cardoso Sobrinho, diz que os excomungados podem receber perdão, se mostrarem verdadeiro arrependimento. E nessa frase, eu tremo por dentro de indignação. Afinal arrependimento de que??????? Ah Claro, arrependimento por interromper a vida de dois fetos concebidos pela violência, imoralidade, pedofilia, etc. E salvar a vida de uma criança que ainda não tem noção do que acontece com seu corpinho magro e frágil... 

     Sinceramente, concordo que a igreja católica está cheia de caquéticos moralistas, que não medem as conseqüências do que seria a continuação dessa gravidez. Com tapeiras ( como aquelas que se coloca em cavalos) seguem ditando normas e leis divinas que sequer as cumprem. E quanto ao estuprador?? Esse cometeu crime grave, segundo o arcebispo de Olinda, todavia não está incluso na excomunhão... Eu pergunto por acaso esse nojento violentador não estaria incluso no rol dos infanticidas? Ele "matou a menina lentamente". Levou embora 3 anos da vida da pequena (que era molestada desde os 6 anos), matou a pureza, o encanto do sexo, matou a dignidade dela ( isso em cada ato de violência), matou seu corpo e a fez crescer antes do tempo. O responsável por esse "crime" é o próprio estuprador, que feriu a conduta da moral e deixou germinar a semente do seu mau-caratismo. 

     Ah esqueci do Ronaldo... Esse, é apenas mais um desvio de atenção para que os verdadeiros problemas e interesses maiores , sejam jogados para debaixo do tapete. Bem... Vamos dizer que ele tem um chute violento, e essa violência gostaríamos de ver quando ele estiver nos representando lá fora. Enche-nos aqui de esperanças por causa da excelente performance e depois faz corpo mole deixando os brasileiros rubros de tanta vergonha diante do "amarelamento" do nosso futebol, que não sei até quando ainda acreditaremos ser o melhor do mundo.

Marly Bastos

BEIJO ROUBADO

Foi numa dessas festas onde todo mundo que é conhecido vai, seja ele convidado ou não. Aliás todo mundo é sempre convidado de uma maneira ou de outra... Ela fazia charme, com os cabelos negros e compridos, vestido preto, mostrando as pernas lindas. Sorria de nada e pra ninguém... Puro charme!
Ele estava ali numa rodinha de amigos que brincavam, bebiam e riam. Claro, ele ria também, só que nem sabia do que, o importante era participar.
Ela começou a dançar, braços pra cima, fazendo bocas e jogando os sedosos cabelos pra lá e pra cá, consciente da beleza e encanto que distribuía entre o grupo masculino. E claro já tinha notado que era alvo dos olhares do “mocinho” que ela já vira várias vezes nos corredores da faculdade, todavia só se esbarravam, porque ela estava interessada era no amigo dele, que o momento estava viajando...
O “mocinho” foi chegando devagar, sacolejando pelo salão e começou a dançar na frente dela, que aceitou a invasão numa boa, até que ele inesperadamente deu-lhe uma lambida na boca o que a deixou pasma por uns segundo e depois disse: -“Se fizer isso de novo eu mordo a tua língua até arrancar!” Ele riu gostoso, sem medo e mais uma vez agarrou ela pelos ombros e beijou á força, sem deixar escapar, sem receios e sem culpas. Ela sentia indignação por aquilo, mas aos poucos deliciou com o beijo roubado embora jamais fosse confessar que gostou. A sensação foi infinita, ela ficou sem saber de durou segundos ou minutos, apenas sabe que o momento eternizou...
Quando foi solta, a fera presa que no início rugia, agora ronronava, lânguida e arfante. Tinha gostado. Mas, não era certo aquilo, pois estava apaixonada pelo amigo e tinham até certo compromisso firmado. E agora? Estava pensando em que fazer para camuflar todos os sentimentos que vinham á tona. Ele com ar de deboche esticou a língua dando a ela a oportunidade de cumprir o que prometera ou em melhor hipótese continuar o beijo que com pesar foi interrompido. Ela quando viu o olhar zombeteiro, a língua esticada e a postura de deboche, travou-lhe os dentes na língua com gosto, com vontade. Ela mesma não sabe se na mordida estava raiva ou frustração....
O sangue jorrava forte da boca que outrora tinha roubado seus beijos. Um amigo veio examinar e disse que tinha partido o freio da língua e era necessário ir ao hospital dar pontos. O salão todo parou... Tudo parecia em câmara lenta. As luzes ora difusas, agora feriam as vistas, e o rubor antes de prazer, agora era de vergonha. Aleijara o mocinho. Todos murmuravam querendo saber quem tinha machucado o rapaz, e os olhares aos pares se voltavam pra ela. “Ela mordeu a língua do rapaz!” A noite acabou ainda cedo, a culpa a acompanhou numa noite insone. Ela, virava de um lado pra outro na cama e pensava no beijo roubado, nas sensações...(nunca ninguém tinha a beijado assim, esse foi o melhor que já tinha sentido em toda sua vida de beijocas). Que droga!!!! Porque fizera aquilo??? Ahhhhhhhh Ele tinha pedido e pronto!
No outro dia cedo, nem precisou procurar saber notícias da língua mordida, pois todo mundo já sabia da história e sabia do quadro de saúde do rapaz. Ia sobreviver. Isso era certo, como certo também que tinha perdido o “quase” namorado. Considerava já livre, leve e solta. Bem... Leve nem tanto, porque ainda havia aquele sentimento dentro dela por causa do beijo... O ditado diz que “gato escaldado tem medo de água fria” e claro que o mocinho agora também nem chegaria perto dela, devia achar que ela era uma gata brava( pra não dizer outro animal).
Que droga! Nem tico e nem taco. Os pássaros alçaram vôo. O telefone toca, ela atende e alguém com uma linguagem incompreensível tagarelava do outro lado. Ela pediu pra que falasse mais pausado pra entender o que se passava e ouviu o seguinte: Quelo diler que mermu com língua quase arrancada ainda quelo beizar voxe de novuuuu... Xo num poxu agola poque to com língua inchada e com ponto debaxu deila...
Quantos dias vão demorar pra sarar essa língua??? Só pensou, não perguntou, pra não parecer ansiosa por outros beijos roubados, todavia agora não morderia de jeito nenhum a língua do mocinho, afinal nem valia o escândalo! Só e somente só por isso...
Marly Bastos