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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

RESTOS CONFUSOS


E as feridas do tempo? As águas não lavam
As ambições, os sonhos... Os desejos...
Nada satisfaz...
Sinto inerte o relógio do tempo,
Um sonho se fez, a vida o desfaz.

Assim como o rio, a vida toma outros cursos
Águas passadas, assim a mente afirma
E o coração emudece.
As lembranças, são apenas restos confusos.
Que a boca do tempo rói, engole e esquece.

Nada pára... Caminha assim a vida caudalosa
O tempo desmemoriza o que foi tudo...
Vontades intrépidas!
Agora é nada! Desfez-se os laços da nossa história.
E eu que sonhei ser engolida em tuas águas límpidas...

Marly Bastos

PS: Peço desculpas por não ter comentado em alguns blogs, ou foi por motivo de conexão, às vezes porque estou no trabalho ou porque não estou me sentido muito bem com essa secura e calor. A umidade está baixa e muito calor, e eu me sinto um trapinho de chita , o que me faz "dormir com as galinhas" como diria meu pai.
Mas, estou lendo-os, apenas não consigo comentar por causa da conexão lentinha da escola e aqui em casa eu só tenho olhos pra cama.
Beijokas doces!

MATURIDADE

             Conforme o passar do tempo, um círculo de criaturas se fecha em nossa volta, esperando absorver pedacinhos da dita “maturidade” adquirida não com os anos e sim com as vivências, já que conheço quem viveu 70 anos e tem a imaturidade dos 12 anos e outros de 20 anos que tem a maturidade dos 40 anos. Há pessoas que não amadurecem, apenas envelhecem.
            A maturidade humana é difícil de definir, pois é alicerçada na subjetividade. Creio que poderia usar a analogia com as frutas.  Elas verdes não são gostosas. O morango é ácido, a melancia insossa, e a pera é dura. Agora essas frutas maduras ...! Apetitosas, suculentas, doces! Assim somos nós se imaturos “ácidos e duros”, se já alcançando a maturidade, “doces, flexíveis, temperados...”
           Maturidade, é ter uma visão do mundo que extrapola o limite e o centro do eu; é ter amplitude e expansão da alma; é adquirir flexibilidade social; é gerar atitudes de aconchego. Não é que necessariamente devemos ser sábios na maturidade, mas às vezes ter uma palavra certa, um gesto exato, uma atitude norteada para com aqueles que carecem. É enfim, tirar os olhos do próprio umbigo e sair da questão “do que eu ganho com  isso?” E voltar-se para outra questão “como posso contribuir e ajudar?”
           A abençoada cegueira da juventude, aos poucos se vai embora, e com ela o egoísmo, as atitudes levianas e decepcionantes. Os olhos se abrem para a compreensão de que não adianta chorar o passado; nem cair na desilusão; ou tampouco perder o ânimo de envelhecer jovem e chegar ao fim da linha com uma reserva de amor, com a lucidez aguçada ao menos na alma, sem ser engodado pela amargura.
         Existe um espaço de tempo para que o amadurecimento pleno aconteça, variando de tempo para tempo quando se trata do amadurecimento subjetivo, pois vai depender das experiências que cada indivíduo teve, e como ele absorveu essa vivência.
         Creio que estou amadurecendo, embora para a plenitude ainda falta muito. Acho que todos nós chegamos ao fim da linha com a sensação de que ainda não somos “fruta madura no ponto... “

Marly Bastos

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

UM AMOR ASSIM...


Quero... Sabe o que? Um amor com jeitinho de chuva fina, de suave calma, contínuo e que mansamente fecunde  minha alma.

Quero um amor  aconchego, onde eu possa repousar o choro, 
derramar o cansaço, chorar o riso e gargalhar o pranto.


Quero um amor que me veja princesa dos seus sonhos,
chapeuzinho vermelho da sua floresta, lua encantada do seu céu.

Quero um amor que me traga segurança,  firmeza, confiança...
Que me faça menina nos seus braços protetores 
e mulher no leito de desejos.

Quero um amor que me conte histórias, fale de tudo e de nada, 
me ensine do mundo, ouça meu jorrar de palavras... 
E me cale com beijos.

Quero um amor muso, que inspire minhas poesias, 
acalente meus sonhos e devaneios, que me ame sem receios, 
sem mais ou menos ou sem meios...

Quero um amor que suba comigo às alturas,
delicie os manjares dos deuses no meu banquete de delícias,
sopre nuvens formando cavalos alados para viajarmos no infinito.

Quero um amor simples, descalço de requintes,
que saiba rir dos meus risos, entender meus surtos,
e achar lindinho meus ciúmes bobos
(se bem que não acho tão bobos assim).

Quero um amor, tempestade nos desejos e chuva serôdia no colo.
Que seja brisa para meus momentos acalorados,
vento que seque minhas lágrimas de tristeza
e orvalho que sustente minha alma em tempo de sequidão.

                                                                          Marly Bastos

domingo, 28 de agosto de 2011

SAUDADE É O AMOR QUE FICA...

                         
         Davi nasceu em 1936, no interior de Goiás, era o terceiro filho de uma prole de cinco e trabalhava com o pai no engenho. Tudo era feito pelo pai, por ele e os irmãos. Cortavam a cana, moíam-na extraindo o caldo, faziam o melado, rapadura e açúcar mascavo.
       Era uma vida dura aquela, e Davi só teve os pés apresentados para um par de botinas aos 17 anos de idade. Antes era pezão no chão durante a lida e à noite usava alpargatas de couro de vaca (que ainda hoje eles chamam de “precatas”... O vocábulo passado de boca em boca dá nesse desvio). Dormiam em catre (cama onde o estrado é feito de tiras de couro) e colchão de palha, tomavam banho no córrego com sabão de bola espetado numa vara, que já ficava por lá para todos se ensaboarem com ele.
       A vida apesar de labutosa, tinha também as suas horas de folga e Davi que era carne e unha com a irmã Rode, aproveitava cada minuto de folguinha para aprontar as maiores traquinagens que as cabeças deles permitiam.  
       Fim de tarde, Davi e Rode sem nada pra fazer resolveram contemplar o por de sol sentados na cerca do chiqueiro. Tudo lindo, sol de puro ouro, um infinito azul turquesa e a alma deles foi ficando rica...  Até que avistaram uma porca que havia parido 12 leitões, fofinhos, róseos e... Bem tinha quatro leitões que estavam magrinhos, deixando a vara lactante feia e desigual.
       Vendo aquilo Davi disse:
       - Rode, você está vendo como esses quatro leitões estão enfeiurando o resto da “ninhada”?... Temos que dar um jeito nisso...
       -Concordo Davi, vamos fazer o que é preciso... Eu pego eles e entrego pra você fazer o "serviço" tá bom?
       E assim fizeram. Ela pegava o leitão, entregava pra ele, que batia a cabeça do “raquítico” num toco e jogava no córrego atrás do chiqueiro. Serviço pronto, voltaram satisfeitos pra casa, tinham livrado a mãe porca dos " fiifei" (tradução filhos feios).
       O pai deles ficou encabulado sem saber como aconteceu o sumiço dos leitões. Pensava até que a porca os havia comido. Claro, eles também não sabiam de nada... Até que um cheiro horrível começou a se espalhar por ali e o pai deles foi conferir para ver o que era, e surpreso viu os leitões mortos. Nesse dia apanharam muito... Não creio que era maldade deles para com os animais, pois ao ver deles, bicho era bicho e gente era gente. E gente comia bicho, e bicho morria para alimentar gente... Sei lá, vai entender a cabeça desses meninos de antigamente, que cresciam com um facão na mão cortando cana-de-açúcar e queimando as mãos mexendo melado em tacho de cobre até secar ao ponto de virar açúcar. 
           O que é uma surra pra quem tem uma alma serelepe? Nada! Uma semana depois da surra, aliás já esquecida, eles resolveram “tirar o choco das galinhas”... Quê que é isso??? Vou explicar quase cientificamente: O choco pode ser entendido como uma parada na produção de ovos para descanso do ovário. E parece que a ave entra numa menopausa temporária, pois tem até o fogacho, ficando febril e prostrada. Assim ela fica no ninho com os ovos, os esquentando e chocando. Mas às vezes, são poucos ovos para muitas galinhas febris, de forma que as trancam numa gaiola (xicaca) até que a febre passe. E por elas estarem febris um banho frio ajuda a passar essa alta temperatura.
       Voltando agora para o intento deles de tirar o choco das galinhas... Pegaram todas as aves que estavam na xicaca, umas dez mais ou menos, colocaram-nas piadas e de cabeça para baixo numa vara, e rumaram para o córrego. Pegavam a galinha, mergulhavam a coitada na água e tiravam, todavia como estava se afogando ficavam com um piado estridente, e eles achavam que ainda esta muito “choca” e a enfiava de novo na água... Resultado do “tira-choco” foram mais ou menos dez galinhas mortas. Apanharam de novo...
       No outro dia, resolveram fugir de casa, como provisão pegaram duas rapaduras, um cantil de água e uma muda de roupa. Arrearam um burro velho e partiram bem de madrugada. A viagem durou o tempo em que o burro estava vivo, pois de tão velho, resolveu morrer exatamente no dia da fuga. Tiveram que pedir ajuda pra voltarem pra casa. Apanharam por terem fugido (e fugiram exatamente por terem apanhado).
           A vida de Davi era feita por momentos “doces” entre melados, rapaduras e açúcar. E momentos amargos quando apanhava por tentar resolver “os probleminhas” cotidianos, que eram convertidos em pura traquinagem. Ele era feliz, apanhou mas brincou também. Casou ainda muito jovem, com 21 anos e teve seis filhos, e nunca levantou a mão para bater em nenhum deles (falando por mim que era a segunda, posso dizer que desde a mais tenra idade, eu era adorável e não merecia palmadas no bumbum).
        Saudades do meu pai... Já tem quatro anos que ele ganhou asas  e voou para o ladinho de Deus. Todos os dias sinto saudades da sua presença, mas hoje sinto uma falta imensa do colo dele, da voz mansa, dos casos que ele contava, do jeito que dizia que eu era linda e parecia uma flor de baunilha (nunca vi uma flor de baunilha e sempre suspeitei que nem ele...). 
       Saudade é o amor que fica incubado bem no fundo do coração, com certeza. E de vez em quando ela fica tão latente, que dói na alma da gente!
Marly Bastos

sábado, 27 de agosto de 2011

APESAR DE TUDO, VIVER É PRECISO!


Mesmo com o coração machucado seguimos nossa jornada, não tem como parar de viver  porque as pessoas que  amamos nos magoam.  O amor às vezes, machuca tão profundamente nosso coração que doí na carne, dói na alma, e pensamos até que vamos morrer. Mas, não morremos, só definhamos por um tempo... Mas toda ferida com o tempo cicatriza e jardim que não é regado morre... Pode até ser um processo lento, mas acontece...

Nosso destino nós traçamos e o decidimos a partir das nossas decisões. Somos nós que permitimos as pessoas entrarem em nossa vida e se tornarem nosso norte, rumo e única em meio a uma multidão. Pensamos que sua presença se torna essencial para a nossa felicidade, porém, descobrimos quão frágil é essa essencialidade... Você descobre que ela não é recíproca e a pessoa te diz adeus assim,  de um momento para outro, deixando  como herança um sofrimento tão intenso que você pensa que jamais sairá dele. 

A verdade é que se torna difícil viver, mas aí não é questão de escolha ou opção, é necessário viver e pronto, já que ainda há um caminho e ele precisa ser percorrido, mesmo que seja penoso o caminhar.

Com o exercício de ir em frente, o caminho se torna menos tortuoso, e ao olharmos para a frente notamos que há beleza nas coisas simples, e aos poucos nossos corações começam a ser tocados. E nessa contemplação está o espetáculo único do por de sol, de uma noite estrelada, de um sorriso ao acaso, de uma amizade que nasce, de um poema que te toca a alma... Tudo te chama para viver plenamente, pois a vida é efêmera e não vale desperdiçá-la com quem teve contigo um relacionamento baseado na conveniência, no oportunismo e no acaso.

Deixar de acreditar no amor, jamais! Ele existe sim, nós é que às vezes o confundimos com outros sentimentos e exageramos no nosso sofrimento... Devemos abrir mão daquilo que nos faz mal, embora isso dói demais. Ser feliz depende das nossas escolhas, depende do nosso tipo de amor (e nesse, o primordial é que tenhamos amor próprio). Amar demais o outro, é abrir mão da nossa personalidade e da nossa vida.

Às vezes devemos dar uma chance à felicidade, esperando com o coração aberto que venha a pessoa certa e cruze o nosso caminho. Quem sabe em algum atalho da vida ela esteja lá te esperando para ser a que caminhará ao seu lado, até o fim?

Enfim, a felicidade pode não ser fácil de achar e nem agarrar, mas ela se achega àquele que a busca e esteja com os olhos abertos para a enxergar, por aqui, por ali e acolá.
                                                     Marly Bastos

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

SEDUZCAME



Seduzcame como solo usted sabe y como usted quisiera.
Seduzcame para que yo pueda darme seductoramente a ti.
Seduzcame en todas las pequeñeses.

No importa si se me muere la paz interior!
Quiero  mirar su sonrisa seductora que me hipnotiza,
Que me gusta tanto y me hace suspirar.

Nadie mas hay que me seduzca igual...
Con esa forma suya tan tranquila,
Acerque su boca a mi boca
Y hagame ahogar en sus besos,
Hasta que yo pierda el control.

Dejame fulminarlo con mis deseos,
Matando el hambre y la sed de amor!

Seduzcame para que con su seducción,
Domine la seducción de mi cuerpo...
Asi la pasión rompe toda frontera…
Y seducida a usted me entrego entera.
 Seduzcame... 
Seduzcame...
Seduzcame...

Marly Bastos


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

À DERIVA



Sou mulher, sou sonho,
Canoa à deriva... Sem certeza.
Embalada no remanso, ao sabor da correnteza!
Viajarei por itinerários desconhecidos,
Povoados de delicados sonhos escondidos!

Às vezes, sou embarcação balançante
Presa à uma corrente gigante
Amarrada ao tronco-amargura
Ansiando por uma enchente,
Que me arraste pra outras águas-ternura.
 
                     Marly Bastos

MINUTOS DE BOBEIRA

  Os cinco minutos de bobeira...
         
         Um amigo meu (e olha que não é pessoa ignorante, mas teve seu momento...) resolveu aderir às lentes de contato e claro recebeu toda instrução de higienização e conservação dada pelo oftalmologista. O médico recomendou que as lentes deveriam ser fervidas ao menos uma vez por semana. Aconselhou-o a comprar uma panela de vidro e marcar 10 minutos após a fervura (a panela de vidro era para enxergar melhor o momento de ebulição da água...Para homens , se faz necessário essa explicação).
         
        Ele comprou a panela indicada e após uma semana foi fazer a necessária higienização... Colocou água filtrada na panela, levou ao fogo e ali mesmo tirou as lentes e jogou dentro da panela. Esperou a hora exata da ebulição da água, contou os 10 minutos de fervura recomendados, desligou o fogo, esperou esfriar a água, esterilizou as mãos com álcool e foi retirar as lentes... 

Ahuahuahuahuahuahuahu(desculpe...Passou) Continuando... 


Ainda me acabo de rir quando lembro dele contando que esterilizou a mão com álcool e vagarosamente procurou as lentes. Não as achou, apenas havia dois carocinhos pregados no fundo da panela. “PUTZZZZZZZ ERAM MINHAS LENTES, DERRETERAM E COLORAM NO FUNDO DA PANELA”! Assim ele contava o drama, e colocava as duas mãos na cara! Ele não acreditava que tinha feito aquilo

Claro, era para ele ferver as lentes que deveriam estar dentro do recipiente delas (inclusive cada lente dentro do compartimento correto conforme o grau ajustado à necessidade visual) e aí sim, colocado dentro da panela...

Ahuahuahuahuahuahuahu (Desculpe, um dia passa a crise de riso quando lembro do caso). O certo é que todo mundo tem seu 5 minutos de bobeira(ou até 10...)

Marly Bastos

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

PLATONISMO, É O QUE QUERES?

L

Verdadeiramente tu queres o amor dos românticos sonhadores?
Inatingível, alicerçado na fantasia, alimentado no platonismo?!...  
Vo-lo darei a ti!
E quanto a mim? A quem darei meu amor-desejo?
De qual fonte saciarei minha sede? Quem se banhará no meu mar?...
Contento-me então, com o que queres dar-me:
Tão somente o carinho da tua alma,
E as labaredas do teu corpo distante, que fogueia na ausência.

Farei no meio da noite poesias para ti, traçadas no vazio,
E no alvorecer as declamarei para as sombras...
Quando amanhecer, abrirei a gaveta da minha alma
Lançarei ali os suspiros sem gozos, os gritos sem sons,
E toda melodia que cantou minhas entranhas.
Então , amar-te-ei como amaram os platonicistas românticos:
Com pena e papel,
Que saciam-se com uma bala de mel...


Marly Bastos

terça-feira, 23 de agosto de 2011

OLHAR MADURO



Olhar maduro...
Esse olhar que vê mais além
Que discretamente em algures se detêm
Que modera, instiga... E faz queimar
Olhar avaliativo,vibrante: verdadeiro desejar.

Olhar maduro...
Que aprendeu ao longo da vida enxergar
 Aquém do aparente que se está a mostrar
Que sabe dizer tudo apenas com a profundidade
Cavada pela experiência de vida e sensibilidade.

Olhar maduro...
Que  faz tremer por dentro
E te faz sentir do mundo o centro
Dá medo e encanta, com ele seduz
Quebra barreiras, e os obstáculos reduz.

Olhar maduro...
Desnuda o corpo e a alma...
Que faz promessa, e que acalma
Conquista sem pressa, enquanto aprecia
Olhar que vicia, contagia e inebria!

Olhar maduro
Diante dele o sentimento brota.
Tão profundo que o elemento esgota!
Faz o mundo girar e a mente vagar
Em pensamentos sem limites divagar...

Olhar maduro...
Que faz a alma evadir para longe porto
Sonhar com amor, segurança e conforto
Ele transforma o futuro em promessa do agora
Faz secar numa mirada a lágrima de quem chora.

Olhar maduro...
Que valoriza mais conteúdo que aparência
Que sabe separar do belo, a essência;
Olhar que se faz conhecer e conhece
Olhar que a gente nunca esquece.

Olhar maduro...
Que despi a mulher de uma forma diferente...
Desnuda a vontade, o desejo e o medo inconsciente.
Quebra preconceitos e diante dele a resistência é vã.
Ah! Esse olhar maduro, me faz pensar no amanhã!

Ah, esse olhar maduro...

Marly Bastos

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

VOCÊ NÃO SABE, MAS...


         Você não sabe que por tantas dúvidas que deixou no meu coração, tornei-me uma persona non grata para os conservadores ambientais, pois dizimei “trocentas” árvores gravando seu nome e o meu em corações. Esfacelei um jardim inteiro de margaridas, no jogo do mal-me-quer e bem-me-quer...

        Você não sabe, mas escrevi incansavelmente no espaço noturno entre o ar e o breu do nada, seu nome enquanto o sono não vinha. Fui obsoleta ao escrever tantas e tantas vezes “eu te amo” nas páginas do meu caderno de redação. Escrevi na mesa da varanda seu nome com mel e lágrimas... A mesa ficou toda melecada, tal qual minha cara pelo choro.

        Você não sabe, mas eu esfaqueei o queijo ricota na mesa do café da manhã de tanta raiva de você! Saiu com outra (que na verdade era sua namorada, mas isso é detalhe...) e me deixou em casa sonhando com teus abraços e beijos. De manhã tive que ouvi-la (por telefone) contando sobre o encontro maravilhoso. O queijo pagou o pato e nunca mais fui amiga dela... Você não sabe, mas quando se trata de você, sou egoísta.

        Você não sabe, mas eu falei do meu amor por você para o espelho e fiquei me olhando do outro lado, sem dizer nada. Nenhuma resposta... Depois enquanto lavava o chão, dancei com a vassoura sonhando ser você. Já pensou nós dois num baile, você me pegando pela cintura e me rodopiando pelo ar?... Escorreguei e caí, fiquei com o pé engessado por 23 dias. Disso você não soube, e nem reparou em minha ausência...

        Você não sabe, mas aquele telefonema que eu ti dei, custou-me uma dor na barriga, tremores nas mãos, suores na fronte e um esforço enorme para que a voz saísse... E quase te custou uma desligada na cara quando disse “alô”!

        Você não sabe, mas teu sorriso sustentou-me a alma e fez-me ansiar por todas as estações do amor! Deliciei-me no teu olhar maduro de folhas outonais; no teu cheiro de primavera formei meu etéreo jardim; na tua boca senti o sol fogoso de verão; e no teu corpo tive abrigo para o frio invernal.

        Você não sabe, mas eu te dei meu coração naquele dia em que cantou meu corpo em versos e olhou minha alma bem de pertinho. Então nesse dia, eu descobri que te esperei por toda minha vida. E ainda espero...
Marly Bastos

domingo, 21 de agosto de 2011

Nem tanto sonho, nem tanta realidade!

      Eustáquio era daqueles cavalheiros, de uma gentileza impar e de um romantismo digno de um príncipe de contos de fadas. Débora era uma mulher linda, descolada e super comunicativa. Talvez até demais, pois falava quase tudo que lhe vinha à cabeça. Enfim, formavam um casal lindíssimo.
        Ele proporcionou para ambos uma semana inesquecível em um litoral parasidíaco, para se conhecerem melhor e terem mais intimidade, pois a intenção dele era o casamento, mas para isso precisava de um pouco mais de convivência íntima.
        Assim foram para a tão sonhada lua-de-mel antecedida. Tudo maravilhoso, tudo lindo, momentos incríveis de prazer, de intimidade, de romantismo e cumplicidades. O grande problema era nas horas de íntimas necessidades fisiológicas.
        Quando Eustáquio, via a amada rumar para o banheiro, ele sutilmente ligava o som a uma altura razoável para não ouvir nenhum barulho além da música. E quando ele ia fazer xixi, sentava no sanitário para não fazer barulho de cachoeira, mas fazer o “n°2” era um problema, pois se trancava, com medo do menor barulho que pudesse fazer... Ele chegava ao cúmulo de sair para o bar do hotel e quando já estava lá, dava uma desculpa para Débora e voltava correndo pra suíte fazer suas necessidades que a muito vinha segurando a vontade.
        Sentado no trono, passando o famoso “fax” ele pensava que valia à pena essa “operação especial”, pois onde já se viu antes de casar,  a mulher saber que ele estaria dentro do banheiro sentado no sanitário, se espremendo e todo vermelho! Nem pensar, isso estava fora de qualquer pensamento romântico que ele cultivava.
        A semana transcorreu maravilhosamente romântica e dentro do esperado por ele. Ela uma dama linda e cheia de graça, uma fina flor que merecia o título de princesa. Fizeram as malas com uma certa saudade, mas ele já estava convicto de que queria aquela mulher para esposa.
        Já dentro do avião voltando para a realidade da vida, mas ainda com o corpo e os pés literalmente nas nuvens, Débora toda preocupada com seu amado diz:
        -Amor fiquei muito preocupada esses dias com você... Por acaso tens algum problema sério no intestino? Pergunto isso porque em uma semana, não te vi ir ao banheiro nem uma vez fazer cocô.
        Eustáquio vermelho de vergonha e totalmente desconcertado, disse que não havia problema nenhum com a saúde dele e caiu num silêncio profundo. Decidiu que não queria mais casar com uma mulher que lhe invadia a privacidade assim. Já não a via mais como princesa, mas apenas uma mulher que tinha necessidades físicas e não escondia isso.
        Não foi dessa vez que Eustáquio consumou seu desejo de casar com uma princesa de contos de fadas, pois ao seu ver, Débora invadiu sua privacidade, e para ele, falar dessas coisas (micção e fedecação) era inadmissível  entre um homem e uma mulher. E quanto à Débora, só queria mesmo um homem que fosse saudável e mais humano, capaz de evacuar todos os dias e se soltasse um flato(ventosidade anal que pode ser ruidosa) perto dela, teria a certeza de que ele tinha um intestino “beleza”.
        Para o “príncipe", faltou um pouco de bom senso pois certas coisas fazem parte da natureza nada nobre do homem , e faltou sutileza por parte da "princesa"... Nem tanto sonho, nem tanta realidade seria o ideal!
Marly Bastos

ONG VAA campanha para o dia das crianças.

Recebi o convite para participar dessa campanha do querido e lindo amigo Clemente , do blog http://clementegermanomuller.blogspot.com/ , onde ele argumenta dizendo que  " não somos a rede globo, mas nossa força de união e amizade é muito maior e com certeza vamos, todos juntos, fazer a alegria dessas crianças amparadas pela ONG. Bem, em primeiro lugar vou citar aqui os 3 amigos que vou convidar para colaborar. Se todos eles aceitarem meu convite deverão divulgar em seu blog o banner acima e após convidar 3 amigos que ainda não estejam na brincadeira. Em pouco tempo, já que o prazo final é 30 de setembro, vamos conseguir uma boa graninha. Mas como é uma simples brincadeira, peço que se a pessoa convidada não puder, por algum motivo aceitar, diga que não vai pois então quem lhe convidou poderá convidar outro amigo."


Eu aceitei a brincadeira por um motivo social e claro vou fazer minha doação e convidar outros 3 blogs para participar e espero que aceitem:
Alessandra do blog http://ong-alerta.blogspot.com/
Vera Lúcia do blog http://nuvemdeestrelas.blogspot.com/
Rodrigo Davel do blog http://bixudipe.blogspot.com

MÁ COMPANHIA? NÃO É TÃO MAL...


        Eu vivo por aí apregoando que antes só do que mal acompanhada. Mas hei de confessar que ultimamente ando sentindo falta de uma má companhia. Que pelo menos sirva pra depois eu chegar novamente a conclusão de que antes só do que mal acompanhada.
Sim, estou carente!
E não venham me dizer que má companhia a gente encontra em qualquer lugar. Encontra não. Afinal de contas, já que é má companhia, precisa, no mínimo, que seja moreno, alto, bonito e sensual. Pode ter certeza que essa má companhia, não é nada mal...Sinceramente essa história de que é melhor ficar sozinha a estar numa má companhia é coisa de carência mal resolvida, de dor-de-cotovelo latente e outras coisas mais.
Quando me vem à mente essa má companhia, lembro logo de Chapeuzinho vermelho e do Lobo Mau. Pra ela poderia ser uma companhia horrível, mas para uma mulher bem resolvida, aquelas feições temerrosas e horríveis não são de todo ruim. Pensa comigo: Para chapeuzinho todas as respostas dos “pra quês” foram de botar medo (mas ela era uma criança né?). Agora se esses “pra quês” fossem feitos por uma mulher bem centrada eu imagino que as respostas do Lobo poderiam ter sido outras, ou interpretadas de outra de outra maneira...
Veja:
MBR (Mulher bem resolvida): Lobo Mau porque esses olhos tão grandes?
LMS (Lobo Mau sedutor): Para poder admirar toda tua beleza, que vem da tua alma e reflete qual flor orvalhada no teu exterior!
MBR: Para que esse nariz tão grande Lobo Mau?
LMS: É para aspirar toda poesia que emana de ti, e  que às minhas narinas vem como perfume suave e único.
MBR: Para que essa mão tão grande Lobo Mau?
LMS: Essas mãos enormes, tão somente desejam tocar na tua pele, sentir teu calor e apalpar tuas carnes macias que me chocam a imaginação...
MBR: E essas orelhas tão grandes???... Pra que seriam?
LMS: Para ouvir tua voz tão meiga e doce , dizendo palavras (por horas a fio) que me elevam às alturas !
MBR: E essa boca enorme, tão cheia de dentes? Pra que usará ela?
LMS: Ué pra te comer! Pra que serviria mais uma boca cheia de dentes??
Resumindo, o lobo mau, que nesse caso é a má companhia, tem boas intenções sabia? Que mulher não gostaria de ter uma companhia que fosse somente olhos para ela, que ouvisse tudo que ela tem pra dizer, a acariciasse com mãos enormes, cafungasse no seu cangote com aquele nariz imenso e por último ainda a comesse? E nem precisa ser jovem, pois ele engole a vovozinha...
      E quem disse que uma má companhia é ruim? Bem... Má companhia no bom sentido.
                                             Marly Bastos.
PS: Falta de inspiração da nisso. Hehehehehehehe é mero texto, não ando carente assim.